Senão exactamente hoje, pelo menos foi-o no passado, e quase se pode dizer que o foi durante dois milénios
O culto da Virgem Imaculada, ou Imaculada Conceição - muito frequentemente representada como uma concha (mas não só, porque há outras representações) -, começou no Oriente tendo-lhe sido dado o título de Theotokos, o qual é explicado como Mãe de Deus
"Theotokos - Mother of God (used in the Eastern Orthodox Church as a title of the Virgin Mary)."the love poured into the Theotokos to enable her to love so fully in her turn"
(...) ORIGEMfrom ecclesiastical Greek, from theos‘god’ + -tokos‘bringing forth’. "(*)
Numa enciclopédia on line pode-se ler:
"The title of Mother of God (Greek: Μήτηρ (του) Θεοῦ) or Mother of Incarnate God; abbreviated ΜΡΘΥ, Latin Mater Dei) is most often used in English, largely due to the lack of a satisfactory equivalent of the Greek τόκος / Latin genetrix. For the same reason, the title is often left untranslated, as "Theotokos", in Orthodox liturgical usage of other languages." (**)
Não é muito comum encontrar-se, mas as letras gregas (ΜΡΘΥ) do texto acima, foram algumas vezes usadas - em trabalhos que hoje vemos como arte -, para referir/indicar/tornar presente aquela a que, na nossa cultura, normalmente é designada por "Nossa Senhora".
Este culto nascido no Oriente foi sucessivamente ampliado, sendo que, em 25 de Março de 1646 o rei D. João IV a proclamou Rainha de Portugal.
Mais tarde, com D. João VI, vários reis católicos (da Europa) pediram ao papa que fosse declarada Imaculada Conceição.
No site da Paróquia de S. Miguel de Queijas encontra-se informação mais completa:
"Em Portugal, a bula Ineffabilis Deus de 1854, com a definição, precisava, para ser publicado oficialmente, de beneplácito régio, que o soberano não podia conceder sem a aprovação das duas Câmaras. O Ministro da Justiça conseguiu-a finalmente, após duas sessões de três horas cada uma na Câmara dos deputados e após uma sessão de duas horas na Câmara dos Pares. Por fim, D. Fernando, regente em nome de quem viria a ser D. Pedro V, pôde conceder o beneplácito a 16 de Março de 1855. Foi publicado a bula no Diário do Governo."