Acontece que em 2008 e como consequência de tudo o que ficou em Monserrate - uma nova história (ISBN: 978-972-24), na contracapa do livro deixou-se registado:
"Glória Azevedo Coutinho (...) tem avançado no conhecimento e «des-construção» da arquitectura antiga, vista como Gótica. No novo estudo (doutoramento*) pretende abordar, à semelhança do que sucede hoje, a síntese multidisciplinar da arquitectura. Como a Teologia e as Artes Liberais estiveram na base da Iconografia Cristã..."
Um pouco mais tarde encontrámos na Biblioteca da UCP em Lisboa (BUJPII) um pequeno livro intitulado: Cultura Religiosa en la Granada Renacentista y Barroca. Estudio Iconologico (Excerpta de la Tesis Doctoral); Facultad de Teologia, Granada, 1988, um trabalho de Francisco Javier Martinez Medina.
A partir desse momento não só captámos a ideia do título - Estudos Iconoteológicos - como imediatamente adoptámos e passámos a usar a palavra Iconoteologia. Palavra que, e como tantas vezes acontece, é tão explícita que facilita a comunicação da ideia que se quer transmitir. Por outro lado, não parece que tenha direitos de autor? Embora seja interessante saber quem parece tê-la utilizado primeiro:
Isto é, acontece que ainda antes do título escolhido por Francisco Javier Martinez Medina, já um outro autor (em cujo blog fizemos leituras e deixámos informações) tinha escolhido a tão expressiva e óbvia palavra - ICONOTEOLOGIA:
Foi o Pe. Eugenio Marino († 3.XII.2011)**, um dominicano da Igreja de Santa Maria Novella de Florença, que morreu há cerca de um ano.
No Boletim Dominicano de Janeiro-Fevereiro de 2012 é-lhe feita uma referência, em que é destacado pelo uso que fez da expressão «Icono-teologia»: “Possiamo dire che nella sua esperienza culturale ebbe quasi una folgorazione quando si avvicinò al mondo dell’arte analizzandolo sotto l’aspetto filosofico-teologico per il quale aveva compilato il vocabolo Icono-teologia."***
Pela nossa parte, junções de prefixos e sufixos com a raiz das palavras, ou as de imagens como as que estão acima, são operações que não nos limitamos a fazer mentalmente, e apenas como imagens interiores, ou da «imaginação»: vemos que é essencial materializar essas reuniões. Para que as pessoas as possam ver, tal como fizemos no próprio título (ou o tema) da nossa tese de doutoramento.
Como se vê, a associação do Espírito Santo ao Cisma de 1054, à Igreja Gótica e a um sinal muito específico conhecido por Mandorla, são associações vindas do passado, que apenas estamos a redescobrir e a lembrar a sua existência.
E ao terem existido, também se verifica que estamos perante uma ICONOTEOLOGIA.
Ou seja: no que é uma correspondência directa entre Imagem e as Noções Teológicas que exprimiam. Por vezes várias, dada a Polissemia que a Igreja sempre aceitou, e menteve, vinda da Cultura Clássica (a Romana).
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*Doutoramento que, por razões de saúde e sobretudo por um boicote vindo daqueles que mais o deveriam desejar (i. e., o IADE), aguarda melhores dias: ou seja, dias de harmonia, de gente digna e preocupada em bem fazer: que percebe que uma tese não se faz no joelho, precisando por isso de apoios e não de guerras!
Por isso os blogs em que escrevemos - aqui e em Prima Luce - cujo principal objectivo é ir preparando as mentes dos desinformados para as mudanças que estão em curso: sobretudo na Historiografia de outros países, situação que em Portugal, vê-se, está muito longe de ser atingida!
**http://www.e-theca.net/emiliopanella/hospes2/marino.htm
***Ver em Il Bolletino Domenicani – n.1 Gennaio-Febbraio 2012, na página 42, de http://pt.scribd.com/doc/81496650/Il-Bollettino-Domenicani-n-1-Gennaio-Febbraio-2012
Ver também: