Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
15.3.14

O título é nosso vindo de Alain Besançon, porque nos parece servir "que nem uma luva" aos autores acima referidos (mas também a mais alguns), nas suas demandas infindáveis, relativamente a algo que detectavam e cuja história, origem contornos, eles não conseguiam definir...

Como se tivessem apenas radares - e não olhos para ver de perto -, sentiriam talvez, «num fundo» e subjacente, a origem de muitas das formas que estão nas Obras de Arte?

Mas, alguns escritos de Lima de Freitas - e por nós temos que o lamentar relativamente a temas da Teologia Cristã (pois esses seus escritos são interessantes e apelativos) -, porém, também são «um pouco» desprovidos de rigor: aquele que hoje nas universidades se incute para quando se fazem pesquisas.

É certo que poderão ter existido (inúmeros) desvios e interpretações na(s) doutrina(s) da Igreja e do Catolicismo. É sabido, e Lima de Freitas pode ter recebido «informações corrompidas»... 

No entanto, e insiste-se, isto custa a escrever, mas a maneira como Mestre Lima de Freitas se referiu a determinadas questões - sobretudo porque não cita as fontes, - também nos faz supor que não investigou devidamente.

Que escreveu sobre vários assuntos de diferentes temas, simplesmente a partir da sua vasta cultura: recebida formal ou informalmente (?), mas talvez não actualizada? Talvez sem confrontar as ideias que foi formando ao longo da vida, com o que ocorreu de facto: e com o que muitos investigadores estavam então (exactamente nessa época) a registar... Enfim, escreveu sem confirmar...?

Porque algumas das matérias de que escreveu (e ainda bem que o fez, pois não deixa de ser útil ter registado toda essa «sua demanda»), elas encontram-se hoje em diferentes livros, que são muito mais objectivos do que subjectivos: i. e., e como supomos, a não distorcerem a verdade histórica, que é o normal!

E aqui estamos a pensar no Catecismo Católico, dirigido pelo Cardeal Ratzinger (Out. de 1992). E ainda, concretamente, na Histoire Des Dogmes, obra dirigida por Bernard Sesboüe, editora Desclée 1994. 

São obras que abordam as muitas querelas que houve (e talvez algumas ainda existam?) - em torno do Deus Cristão: da Trindade e do Espírito Santo. Referimo-nos aos desentendimentos ocorridos, principalmente, na Península Ibérica.

Particularmente em Toledo, desde o ano 400, chegando a Carlos Magno e à sua afirmação de um Símbolo da Fé, que de início foi Gótico; até que Roma o «manteve», chegando aos dias de hoje (com mais ou menos vontade da Igreja Romana...?*).    

Que muitas dessas temáticas estão agora mais estudadas (e não votadas a interpretações e «secretismos»); ou seja, que depois do Concílio Vaticano II, e portanto quando Lima de Freitas teria já cerca de 55-60 anos (e as suas certezas já adquiridas!?), esse é um assunto de que não temos dúvidas.

Acontece porém - e a nossa formação de base é a de projectista e não de historiadora (e é com esta lógica de rigor que pensamos), considera-se surpreendente que tenha escrito sem compaginar mais (mas muito mais), as suas ideias que subjectivamente foi formando, com o que o que parece ter acontecido?

Ou só na nossa geração - cerca de 20-30 anos depois -, e dado o afastamento actual ocorrido em relação à Igreja, é que é possível investigar de maneira objectiva? Só agora é que somos (todos) mais dados ao rigor?  

Se é assim, então prova-se que há uma nova História da Arte para escrever? Que não andamos enganados, muito menos a enganar...

 

Passando agora ao «quase silogismo» prometido, em 3 premissas (marcadas com cores diferentes):

 

1. Houve uma geração que em demanda permanente procurou o significado da Mandorla. A Obra de Lima de Freitas prova-o. Como consta na imagem seguinte (tendo produzido muitas mais...)

2. A Sigilografia actual, isolada e alheada de tudo o que é Arte e expressão visual, toca o assunto «com pinças», e chama-lhe "Dupla Ogiva". Será por falta de conhecimentos, medo de infecção, ou são aquelas «capelinhas», que cada orador quer ter a sua? Assunto que podem pesquisar a partir do link**.

3. A autora de Monserrate uma nova história - «demasiado bem» orientada, precisamente há 12 anos, na Faculdade de Letras de Lisboa, encontrou por acaso (será que foi sorte ou azar***?) o significado da Mandorla, e a sua primeira e quase exclusiva referência (alusão ou representação?) ao Espírito Santo.

 

 

(clic para ver as legendas)

*O que já implicou «altos-estudos» da nossa parte, estando alguns (apenas o início) no nosso trabalho feito sobre o Palácio de Monserrate.

**E hoje (9.02.2019) por verificar que o link anterior (http://indexrerum.com:8080/selo/jsp/view.faces) já não parece ser válido, foi substituído por este outro - http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALISTA11/morujao1103.html - onde se confirma que a forma (contorno exterior)  dada aos selos mais antigos era, predominantemente, a da mandorla: A mesma imagem que ainda hoje é o logo da Universidade de Coimbra. A mesma imagem que está nos portais românicos e protogóticos. E, claro, muitas vezes também nos tímpanos dos Portais Góticos:  Quando estes ainda não registavam o Amor à Mãe de Deus - através de um quadrifolio muito usado depois em obras que dizem serem renascentisaras. Ou, de acordo com a «nova Teologia» - menos platónica e mais aristotélica (de S. Tomás de Aquino) - que insistia na ideia de um Deus Trino, e na Circum-insessão. Ideias que vários Diagramas traduziram.

***Apesar do que vai acontecendo, também temos «radares» que estes blogs completam: quem nos visita, de onde vem e para onde vai! (sendo que alguns, «protagonistas» da FLUL e do IADE ficam muito mal nos instantâneos).

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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