O titulo é longo, para tentar mostrar os caminhos que as imagens mais sagradas fizeram: desde a sua invenção/adopção até à perca de sentido (*).
Algumas comparações de imagens, que por vezes fazemos, seriam um bom treino de memória visual para Historiadores de Arte:
Uma «receita» que é nossa, mas, admitimos que possa ser difícil aos historiadores conseguirem adquirir este tipo de memória. Mesmo que, com muito treino ? Embora - continuamos a admitir - que só eles sabem, e só eles o podem dizer (?) .
Mas, temos as nossa razões, que em parte nos favorecem.
Porque, tendo em conta a nossa situação, e prática profissional, sabemos que temos esta memória, porque quando vemos certas imagens, logo, quase em simultâneo, também nos acorre, mentalmente, a regra geométrica que permite chegar ao seu desenho.
Assim, se há muitos anos conhecemos - porque a pisamos - esta calçada no Estoril;
Também recentemente percebemos que um documento do Colégio do Bom Sucesso, tem, praticamente, o mesmo padrão
Como podem confirmar neste post de Setembro de 2024, em que, inclusivamente, registámos alguma desatenção à imagem... Embora por fim, um dia, tenhamos decidido ver com alguma atenção do que é que se tratava?
E enquanto o documento do Bom Sucesso está datado (1939), já o Pavimento das Arcadas do Parque, para saber de que data será, com alguma exactidão, isso só seria possível, ou perguntando na CM de Cascais; ou na Sociedade Estoril. Também, em alternativa, se encontrássemos fotografias ...
Não tencionamos procurar, mas é muito possível que os dois padrões tenham sido escolhidos, e até empregues em datas muito próximas.
Devendo reconhecer-se que na imagem do pavimento do passeio do Estoril, não ressalta qualquer carácter religioso. Mas, no documento do VIº centenário do Colégio Irlandês de Lisboa é muito possível que fosse essa a intenção...?
No entanto, e já para o caso da imagem seguinte - os elos de uma cadeia - que constituem o colar, próprio e o mais conveniente para uma rainha. Sendo que para esta situação não temos qualquer dúvida!
Mesmo que em geral, a maioria dos leitores, ou os PROFs universitários, fiquem todos (e se mantenham) a torcer o nariz: i. e., convencidos da irrazoabilidade desta nossa interpretação...
Mas enfim, esse (nariz torto) é um problema deles
Cuja prova está neste retrato completo, apanhado algures na internet
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(*) Usa-se o termo «adopção» pela importância que damos à explicação de A. W. N. Pugin sobre a diferença entre iconografia adoptada - numa primeira fase depois de ter sido originada (por ser necessária uma «linguagem visual», ideográfica). E iconografia adaptada, quando nos revivalismos dos séculos XVIII, XIX e XX volta a ser empregue; mas com adaptações. Tudo isto a propósito dos estilos artísticos/arquitectónicos de que Pugin escreveu. Citámo-lo várias vezes, e neste post está um desses exemplos. A perca de sentido que vai ocorrer, de certo modo corresponde à evolução; que, na prática, foi a laicização das sociedades.
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Devendo acrescentar-se que o retrato é da rainha Carlota Joaquina, estando já neste post de Facebook
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