Por aqui continuamos a reunir imagens de círculos entrelaçados, que, como é sabido podem ser «arrumados» de muitas maneiras. Isto é, de acordo com diferentes regras geométricas: abaixo de acordo com uma malha triangular, ou, que também poderíamos dizer: ad triangulum.
Mais, sabemos como muitas imagens anteriores ao cristianismo, por diferentes razões - da ordem dos sincretismos, e de acumulações, que sempre se observam nas obras de arte; em resumo, e para abreviar caminho, sabemos que um dia muitas dessas imagens, que já existiam, porventura com algum valor significante, tornaram-se como que verdadeiros emblemas: neste caso da religião cristã.
Porém, ultimamente, quem acompanha os nossos posts, pode constatar que temos estado mais dedicados aos quadrifólios. Imagens que obedecem a uma malha quadrangular, e que se quisermos também podemos designar ad quadratum (como acima se referiu a designação ad triangulum).
E aqui, há que o dizer, desde há anos, quando entrámos nestes temas, passámos a considerar a colocação do quadrifólio, numa qualquer obra - como ornamento, como alegoria, como símbolo, ou enfim como mnemónica - que pretendia aludir à Virgem, Mãe de Deus. Designada Theótokos
Já escrevemos alguns posts sobre o assunto, como é o caso deste... Ou ainda deste outro.
Escritos que, muito provavelmente, não serão os últimos dedicados a este tema*. Tanto mais, que é insistente e sempre muito repetida, a inclusão destes Ideogramas nas obras de arte. Desde a antiguidade tardia (como na 1ª imagem seguinte) à arte contemporânea de uma casula desenhada por Matisse. Na 2ª imagem, como a vimos e como a lemos**.
*David Gategno em b.a. - ba Símbolos, Hugin 2000, ver p. 102, escreveu sobre o quadrado: "...simboliza a Terra-Mãe como mediadora divina entre a sua progenitura humana e o amor principial de Deus". E no Dicionário dos Símbolos por Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, ed. Teorema, p. 556, sobre o Quatro, e depois de inúmeras associações e significados, quase no fim (e segundo as teorias de Jung) pode-se ler: "a Virgem Maria, em quem o amor (o Eros) atinge a altitude da devoção espiritual;" -
**E naturalmente, neste exemplo de Matisse onde a cruz aparece sobreposta a dois trifoils, é para nós demasiado evidente, que os quadrifoils não foram escolhidos e colocados gratuitamente: como uma imagem que se aplicasse apenas porque sim e apeteceu! Um qual mero voluntarismo que apeteceu ao autor, simplesmente por gostar da forma...
Nada disso, como é óbvio, os quadrifólios foram usados pelo seu significado antiquíssimo.
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