Partindo inicialmente de um retrato do rei D. Sebastião, este post, por razões de falta de tempo tem vindo a ser acrescentado e adiado, pois de forma definitiva parece estar difícil conseguirmos acabá-lo?
Mas vamos aos poucos, e assim hoje acrescentam-se estes novos esquemas, ou IDEOGRAMAS - a designação que sempre temos preferido - e que estão nas duas obras que já foram referidas.
Como se pode ver as nossas imagens - que intercalámos - são pouco cuidadas, já que se trata, verdadeiramente, de um método experimental. Isto é, em que um dia, se necessário, essas imagens serão passadas a limpo*
Nas duas pinturas, assinalou-se com o número 2 , o que inicialmente parecia ser exactamente o mesmo Ideograma. Só que as vantagens do nosso método - que é também analítico - ao desenharmos com mais cuidado cada um dos ornamentos, isso permitiu-nos verificar, e depois ampliar, as diferenças que existem entre eles.
Sem lhes conferir, para já, qualquer significado, não deixa de ser notório que nos ornamentos da pintura atribuída a Diogo Contreiras (2ª e 3ª imagem, vindas de um post de Vítor Serrão do dia 27.06.2021) - os motivos assinalados a azul (e também com o número _______ 2 ) são diferentes.
Na imagem superior, por exemplo, o motivo que está na gola (circular), acima do que aqui chamamos carcela (recta vertical), esse motivo forma e fecha 9 losangos; enquanto que na imagem inferior, se pretende representar, num tecido tipo tule, um motivo - como se tivesse sido bordado - que forma 4 losangos.
Expressamente aplicados sobre a parte superior das costas, base do pescoço/nuca, conferem à pintura - tal como as tranças e nos nós que estão no cabelo (bem penteado) - não apenas uma beleza sensível, mas também o que já temos designado por «beleza significante» (ou inteligível).
Apesar de termos retomado o título do post anterior - "Sinais de Deus na Arte" - e de acharmos que sim, que terão sido sinais de Deus, também é verdade que as sucessivas desconstruções e recomposições das formas, a par de uma imensa polissemia; todas essas mudanças vão constituindo algo que é um bolo (ou símbolo = sim+bolo) tornando cada vez mais difícil a extracção de um único significado, para se tornar num complexo de significados...
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*Como vemos no trabalho fantástico que tem vindo a ser desenvolvido por Luís Lobato de Faria, preocupado por exemplo em arrumar os diferentes sinais de acordo com a sua estrutura geométrica. Mas as nossas duas situações relativamente a este tema são bastante diferentes. No caso do Luís pelo que tenho percebido encontra os sinais na paisagem. "Pégadas de humanos", como suponho (?) e é assim contado por Vitrúvio. No nosso caso partimos de um trabalho teórico - "à procura das origens do Gótico" - no que seria uma etapa essencial, da nossa investigação, para se poder compreender o Palácio de Monserrate (segundo foi dito pela nossa orientadora). Portanto, há nas nossas pesquisas sempre um misto de informações interligadas, entre as imagens e os textos, que as podem explicar melhor, ou sobretudo justificar a sua presença nas várias obras.
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