É assim, com a frase que está no título, que José Eduardo Horta Correia termina o primeiro parágrafo do seu Prefácio à edição portuguesa
de: A Arquitectura Portuguesa Chã, Entre as Especiarias e os Diamantes (1521-1706)*.
E para já abstemo-nos de mais comentários, pois citar Horta Correia, aqui, poupa-nos palavras. Como logo adiante - depois dos extractos que estão acima - vai tentar justificar aquilo que sabemos ser diferente:
Não as séries de que (Horta Correia) escreveu, mas os Ideogramas: como nós preferimos designar os desenhos que estiveram na origem das várias formas a que se refere. Formas que desde o Paleocristão nunca deixaram de ser empregues, com mais ou menos variações...
Mesmo em Inglaterra, nos «novos serviços públicos» que foram criados no século XIX - as Estações de Caminhos-de-ferro!
E algumas Estações de Londres, ou até as portuguesíssimas - desde Santa Apolónia a Campanha -evidentemente que muitas delas beberam na mesma fonte:
A da Iconografia Cristã.
A mesma que também a Fonte dos Canos de Torres Vedras, ou o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa, patenteiam: é tudo o mesmo. É sempre a mesma lógica.
A de um nobre ou a de um rei – que por “Direito Divino” – se afirmava ao serviço do seu Povo.
Poderia aliás dizer-se que assim «ministrava» o povo. É isto que está plasmado nos monumentos.
Agora, quando se olha para a Política dos nossos dias**, percebe-se a origem da constatação de Horta Correia: como "é pobre o panorama da Historiografia da Arte", e da Arquitectura... (acrescentamos nós); e sobretudo como hoje estão tão longe as situações equivalentes. Longíssimo, a ponto de se questionar:
Quem pode ler no tempo presente aquilo que (nesta temática) é uma vaga analogia do que foi no passado? Quem pode, deste modo, com lógicas que são tão diferentes das que existiram, quem pode assim compreender os Estilos?
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*Ver em George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã, Entre as Especiarias e os Diamantes (1521-1706), Vega 2005, pp. 7, 8 e 9.
**Em que as noções de «Deus-Pátria-Autoridade» já não estão amalgamadas, nem associadas...
http://primaluce.blogs.sapo.pt/ja-escrevemos-que-o-mec-se-faz-195155