Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
30.11.21

Quando o nosso estudo dedicado a Monserrate foi publicado, alguém da editora - Livros Horizonte - disse-me que seria interessante ter um blog que de algum modo desse continuidade a muitas das temáticas (em sua opinião seminais) que tinham resultado da nossa investigação

Só que, "Gratias a La Vida", demasiados assuntos, muitas preocupações, e vários outros trabalhos, veio tudo ter connosco!

O que lembra uma frase de Rúben A., que a ele (lhe) serviu de título para uma auto-biografia: 

O Mundo à minha procura

Monserrate-Quadrifolios.jpg

Mas, embora biografias como a de Rúben A., sejam bem interessantes, há outros assuntos que nos prendem:

Como se vê no slide acima, vindo de um PPT apresentado na FBAUL entre 2010 e 2011, onde se reuniu uma colecção de figuras, a maioria já deixadas no nosso livro sobre Monserrate, e outras, há que o dizer, com o propósito de explicar como tinham sido geradas. E como mais tarde, por sua vez essas formas deram origem a novos arcos e a novos estilos da arquitectura.

Mas..., mas..., mas... - e esta adversativa, se bem explicada, seria extensa - nem tudo, qual obra de um, ou de muitos acasos (que seriam difíceis de explicar), veio ter connosco.

Pelo contrário, houve e há muito trabalho, se quiseram thanks God, ou Gratias a La Vida, pois são temas de uma riqueza imensa, que, para nós, seria inimaginável pensar que algum dia poderíamos vir a estudá-los.

Ou que, só por um «bocadinho», mínimo, os pudéssemos conseguir percepcionar. Mas..., a vida está cheia de surpresas! E a nossa, ultimamente, tem estado.

Passamos por isso, ao que está no centro do slide: i. e., ao que pudemos captar, e que, como se supõe ter sido assim que aconteceu na formação de novos stylos. Neste caso ao estilo renascentista - surgido depois do Gótico, e para responder a um novo zeitgeist. Originado, quiçá por razões teológicas, como está no exemplo da chamada Serliana (cuja origem se vê em 7, e que depois já está melhor definida na fig, 8). 

Como arquitectos formados no funcionalismo, agora vemos, fascinados, que a teologia levou, com uma economia própria da imaginação (e do «amalgamento» e transformação de imagens), ao desenho e à constituição de novas formas; e depois a novos estilos arquitectónicos.  

Por isto interessa-nos ir contando como as percebemos algumas transformações sucessivas que existiram. E também ir justificando, à medida que os captamos, porque surgiram certos sinais - ou ideogramas *- e os respectivos significados que lhes estamos a atribuir.  

É que, se sobre os  estilos arquitectónicos, e sua nomenclatura, alguns pensam não ser uma invenção humana (mas algo que apareceu automático, ou «já prontinho !), para esses, como para nós, há uma frase de A. W. N. Pugin, que também veio ter connosco, e não esquecemos: 

"Styles are now adopted instead of generated, and ornament and design adapted to, instead of originated by,  the edifices themselves..."

Numa citação em que os nossos sublinhados, estão agora a marcar as palavras, especialmente cuidadas, que Pugin usou e deixou em itálico. Ao querer ensinar, e, claramente já ciente do muito desconhecimento que se havia instalado, quando ele mesmo era arquitecto (1812-1852). Razão para querer transmitir o que aprendeu (e descobriu sobre o estilo Gótico), ao qual deu força, contribuindo muitíssimo para o Neogótico em Inglaterra.

Voltando ao que vem ter connosco, também nunca poderíamos esperar, que alguns anos depois de estudar Monserrate, e de termos captado a história específica do arco gótico, que viéssemos a contactar, tão de perto, um bem, de valor cultural-patrimonial, onde, sem se perceber qual a razão, 3 ou 4 vãos têm bandeiras góticas**?

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* A. W. N. Pugin chama emblems a alguns dos elementos incluídos nas formas mais características dos estilos.

** Será um Neogótico? Ou, pela continuidade do conhecimento do valores antigos, um Gothic Survival ;  da província, e onde a nobreza rural ainda tinha condições para ir mantendo activos, valores que noutras situações já se estavam a perder?

Por fim lembrar que a imagem acima merece ser ampliada em nova janela (ver aqui)

link do postPor primaluce, às 19:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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