Como se vê pelas imagens, e considerando a nossa metodologia, de que se escreveu no post anterior, temos mais alguns desenhos a fazer:
E desse modo apreender a lógica da construção gráfica (no contexto do que foi uma iconoteologia) que está subjacente à forma/design que foi dado às janelas do Palácio dos Duques de Bragança, em Lisboa, no Chiado.
Como está no título, e se provou ao estudar Monserrate*, da Teologia à Arquitectura não foi um passinho, simples e curto. Mas sim foi uma passagem, que aliás já tinha raízes na antiguidade, como A. W. N. Pugin e George Hersey escreveram e lembram...
Em suma, há que registar que apesar da Ciência** querer distância relativamente a algumas das questões que vimos a colocar - e que se julgam absolutamente pertinentes para o restauro dos edifícios antigos: o que também passou a ser designado regeneração da cidade).
No entanto, o cuidado posto no seu trabalho por alguns profissionais, como este caso é um exemplo razoável***, isso também revela que a cultura, e as formas tradicionais - o que em tempos chegou a ser visto como picturesque - é uma mais valia que pode «ajudar ao negócio».
Provando assim, naturalmente, que apesar de a Ciência ser pouca - não difundida, maltratada - há quem queira superar as limitações existentes, fazendo o seu melhor: i. e., mesmo que as bases teóricas ainda sejam rudimentares
As fotografias acima - óptimas para o nosso propósito tão especifico (comparar regras de «desenho projectual», como se vê na imagem seguinte) - vieram de:
https://www.behance.net/gallery/44273239/Duques-de-Braganca-Lisbon
É que, aqui para nós que somos arquitectos - e não para os historiadores de arte, cuja forma de pensar é outra, totalmente diferente...
Para nós a construçao das imagens a plasmar nas edificações implica toda uma grande série de tarefas, que é totalmente independente dos trabalhos de construção: i. e., da obra que é posterior às decisões projectuais.
A concluir: se a arquitectura é "cosa mentale", já a construção é, completa e exclusivamente, uma coisa mecânica
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*Ver em Glória Azevedo Coutinho, Monserrate uma Nova História, Livros Horizonte, Lisboa 2008.
**Neste caso a História da Arquitectura
***Porque há práticas habituais, e sobretudo há profissionais nas CMs que vão acompanhando os processos, tendo em vista a sua aprovação para construção. No entanto não há manuais/documentos escritos que clarifiquem e levem mais longe, exactamente ao nível da iconografia da arquitectura, como se deve proceder. E especificamente nesta zona de Lisboa, que é marcadamente georgian, corrente estilística que entre nós é pouco conhecida. É a zona que foi chamada bairro de S. Francisco, assente sobre o monte Fragoso e onde depois do terramoto "se levantaram numerosos palácios" . Edifícios que seguindo a nomenclatura de Robert Adam em The Globalisation of Modern Architecture provêm de "Faith-Based Styles".
link do postPor primaluce, às 00:00  comentar