O Gótico teve muitas versões, e apesar de se tratar de um tema (variante) da História da Arte e da História da Arquitectura, pelo menos entre nós portugueses é um assunto que está longíssimo de se estudar *.
Mas, nos países Anglo-Saxónicos, e sobretudo nos EUA, é «abundante».
Trata-se de uma tradição de raiz religiosa, que a influência inglesa (durante o século XVIII) - nalgumas cidades do nosso país (e depois também no início do século XIX, nalgumas cidades e obras de arquitectura brasileira) -, deixou bem patentes.
Como escrevemos, há/houve uma raiz religiosa neste movimento e corrente arquitectónica, que é bastante visível no Norte de Portugal, em especial no Porto e na região duriense.
Os dois exemplos de vãos Georgian, estão relativamente distantes (no espaço geográfico), e no entanto, são praticamente iguais:
Uma enorme curiosidade!
No nosso estudo dedicado a Monserrate é referido o filósofo David Hume, que, entre outros, no século XVIII (ligados a um Comitee of Taste, e envolvidos na construção da casa de Horace Walpole - Strawberry Hill), tentaram compreender o porquê da «atractividade de algumas formas», mais relacionadas com o Bom Gosto, reconhecendo poder existir nelas, provavelmente, uma certa SIMPATIA.
Terá sido portanto essa simpatia, que quiseram compreender, e estudar, a responsável - ideia que vários autores defendem - a responsável, dizemos, por uma certa beleza que em geral se reconhece no estilo georgian ** (de que temos alguns apontamentos já escritos, sobretudo no estudo dedicado a Monserrate).
(ampliar)
* Sendo aliás mais fácil desvalorizar o trabalho dos que se interessam pela questão, cujas sequências e consequências ainda chegam aos nossos dias. Mais fácil expulsar alunos das Faculdades, do que os professores responsáveis formarem equipas para aprofundar questões, que têm, inclusivamente, interesse internacional
** E em Monserrate uma Nova História deixámos:
"Depois foram as ideias de David Hume expostas em - Of the standard of Taste – que contrariavam definitivamente as teorias de “rigor matemático”, em que todas as mentes eram iguais, e avançando a subjectividade do gosto, influenciaram a criação intelectual do seu tempo. Concretamente (como pensamos) também a de Horace Walpole. A propósito de Hume e sua obra, Mark Gelernter escreveu:
“...He noted the inevitable Empiricist conclusion that «beauty is no quality in things themselves. It exists merely in the mind which contemplates them, and each mind perceives a different beauty». None the less, Hume went on, common sense and the demands of practical action cause us to «seek a Standard of Taste; a rule by which the various sentiments of men may be reconciled; at least a decision afforded confirming one sentiment, and condemning another»...”
Vindo de Mark GELERNTER, Sources of architectural form. A critical history of western design theory, University Press, Manchester 1995, p. 147
E em Monserrate uma Nova História, Livros Horizonte, Lisboa 2008, ver p. 49.
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Ver também: Letter Concerning the Art, or Science of Design