Saímos de Primaluce de propósito, mas a luz - ou uma vontade de procurar o que terá acontecido quase há 900 anos - não nos abandona.
Portanto começa-se por questionar: O Milagre de Ourique é uma questão de fé e crenças, ou é uma questão de razão?
Ainda bem que o novo Presidente - Marcelo Rebelo de Sousa, qual Professor que é, lançou uma questão como se fosse para os seus alunos pensarem. Óptimo método.
Pois são temas que é cada vez mais hora de serem arrumados. Nunca definitivamente, nas mentes dos portugueses, mas para que com frequência os revisitem, sabendo em que "room", compartimento mental ou intelectual estão? Habituando-se a fazer o caminho do conhecimento e da informação: sobretudo não se deixando enganar...!
Para já, antes de outras fontes, remetemos para o que a Internet - logo na primeira busca nos deu:
http://www.infopedia.pt/$lenda-do-milagre-de-ourique
Trata-se de material de uma editora em que muito (e muitos) confiamos. Depois, aconselha-se a que seja bem lido - porque em nossa opinião é bonito, e está muitíssimo bem articulado - o discurso de há 5 dias na Assembleia da Republica, na tomada de posse:
Se MRS, que se afirma um homem de fé, nos conseguir ensinar a todos a crescer - em Cultura, Conhecimento e Informação (em geral a saber História) - só por aí, daqui a 5 anos a sua Presidência terá valido todas as penas!
(a continuar)
(clicar sobre as imagens para legendas)
Sobre as imagens, todas já foram publicadas há mais de um ano; a do meio, a ver em A Vertigem das Listas de Umberto Eco, Difel, Lisboa, Nov. 2009 p. 182. Pelo livro fica-se a saber que se trata de uma reprodução de 1863, "...de objectos de ourivesaria merovíngia e obras de Santo Elói".
Assim estas referências permitem deduzir que na génese do escudo português - notar bem a imagem superior, reprodução do que está num túmulo do Mosteiro de Alcobaça (com ou sem Reis Mouros...?, não sabemos) -, essa imagem já existiu na cultura visigótica. Tal como Afonso I de Portugal, esquecemo-lo frequentemente, mas essa reminiscência também está nos nomes dos seus descendentes (houve vários Sanchos e outros Afonsos), não tendo sido interropida a tradição de um nome hispano-visigodo. Melhor, no nome por que ficou mais conhecido - Afonso Henriques - este regista e reúne, os nomes dos seus ascendentes: Afonso claramente da Ibéria, com a de Henrique de Borgonha (que veio de França). Lamentavelmente, segundo nos parece, na actualidade perdeu-se muita informação, incluindo a que um polymath como Juan Caramuel Lobkowitz pode dar (e nos deu).