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E se brincamos com as imagens e efeitos criados com impressão e computadores, esta é outro bom exemplo
" Penso, penso...Num comentário acabado de escrever:A "Cruz em Aspa" - esteja ela num colar honorífico, ao pescoço do rei D. Manuel I, ou em tectos góticos, aparentemente «suportando» as abóbadas {https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/varios-significados...} - é, talvez desde há milhares de anos, um dos sinais significantes, mais empregues na arte e na arquitectura cristã.As massas poderão não ter entendido os seus significados, mas a Igreja, e os seus teólogos (que informavam os construtores - "les maçons" - para que construíssem usando as formas mais significantes da iconografia cristã); a Igreja sabia bem aquilo que queria que os seus fiéis vissem.E já agora, como tenho escrito em vários posts, por terem exactamente a mesma base geométrica :Mandorlas, Losangos e Cruzes em Aspa, são formas sinónimas" (**)
Razão para que o Rei D. Manuel I - ou quem o retratou ? - ter colocado a referida forma no colar com que foi pintado. (***)
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~(*) Porque o principal «velador» está na UL (temos escrito, e não pouco ... )
(**) Como se pode ver aqui
(***) E o "colar honorífico", no pescoço do rei D. Manuel I é, como se deduz, uma referência à Ordem do Tosão de Ouro
“...Le cas de la troisième personne de La Trinité est intéressant. A la période qui nous concerne, il y avait je pense, un seul symbole du Saint-Esprit, la colombe. Elle apparaît comme nous l’avons vu, au Ve siècle, au moins dans une scène du baptême du Christ (sur une mosaïque du baptistère des Ortodoxes à Ravenne), et dès le début du Ve siècle, sur le trône de Dieu (mosaïque de Santa Prisca, à Capua Vetere). A part quelques rares répresentations de la Trinité, les imagiers de la fin de l’Antiquité ne paraissent pas s’être posé le problème d’une image du Saint-Esprit qui tiendrait compte de tout ce qui, selon les théologiens, définit sa nature, et en particulier ses relations avec le Père et le Fils. Cette partie du Credo du premier Concile Œcuménique n’a pas trouvé d’écho dans l’art contemporain, et cela devait être souligné, car cette lacune est significative de la distance qui séparait la grande théologie de l’époque de l’iconographie contemporaine. Mais ce qui advint de l’unique schéma iconographique alors utilisé (la colombe) est aussi curieux : Cette allégorie provient bien sûr du texte évangélique qui décrit le baptême du Christ ; il faut cependant reconnaître qu’elle est archaïque, surtout si on la compare aux autres images théologiques, et qu’elle est plus proche des tout premiers symboles chrétiens, comme l’ancre et l’agneau. Ces allégories anciennes se trouvèrent en général remplacées par des figures humaines à partir du quatrième siècle ; mais la colombe du Saint-Esprit resta, et sert encore aujourd’hui à désigner la troisième personne de la Trinité. Les imagiers ont du tacitement troisième personne de la Trinité. Les imagiers ont du tacitement reconnaître que le sujet allait au-delà des moyens dont ils disposaient. Néanmoins, même en conservant la colombe symbolique, les artistes auraient pu montrer la procéssion du Saint-Esprit, a fin de traduire le Credo. Ce fut fait d’innombrables fois au Moyen Age. Dans combien de cas voit-on la colombe quittant la main de Dieu Père ou placée de façon à exprimer le filioque c’est-à-dire que le Saint-Esprit procède tout à la fois du Père et du Fils! L’Antiquité semble-t-il, n’a jamais effleuré le sujet…" [1].
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"... Aqui, o mundo, os sentidos e a mente são apresentados em padrões análogos aos de A Oferta ao Imperador (...) "
(ver p. 79, de História da Arte Portuguesa, época medieval, por Maria Adelaide Miranda e José Custódio Vieira da Silva, Universidade Aberta 1995)
Ce qu'apporte Denys, plus nettement encore qu'Augustin ou Boèce, c'est la vision d'un univers «scalaire» qui jette ses degrés depuis le super-Être, le super-Un jusqu' à la matière informe. Cette échelle est une cascade de lumière, qui n'est pas un simple éclairement des êtres mais leur être même. Tout ce qui existe, des âmes aux pierres, est une cristallisation de l'effusion illuminatrice deu Bien. Les images ont un rôle sanctificateur, elles qui «nous élèvent spirituellement du sensible à l'intelligible et des images sacrées et symboliques aux cimes simples des hiérarchies célestes«.
“...Le cas de la troisième personne de La Trinité est intéressant. A la période qui nous concerne, il y avait je pense, un seul symbole du Saint-Esprit, la colombe. Elle apparaît comme nous l’avons vu, au Ve siècle, au moins dans une scène du baptême du Christ (sur une mosaïque du baptistère des Ortodoxes à Ravenne), et dès le début du Ve siècle, sur le trône de Dieu (mosaïque de Santa Prisca, à Capua Vetere). A part quelques rares répresentations de la Trinité, les imagiers de la fin de l’Antiquité ne paraissent pas s’être posé le problème d’une image du Saint-Esprit qui tiendrait compte de tout ce qui, selon les théologiens, définit sa nature, et en particulier ses relations avec le Père et le Fils. Cette partie du Credo du premier Concile Œcuménique n’a pas trouvé d’écho dans l’art contemporain, et cela devait être souligné, car cette lacune est significative de la distance qui séparait la grande théologie de l’époque de l’iconographie contemporaine. Mais ce qui advint de l’unique schéma iconographique alors utilisé (la colombe) est aussi curieux : Cette allégorie provient bien sûr du texte évangélique qui décrit le baptême du Christ ; il faut cependant reconnaître qu’elle est archaïque, surtout si on la compare aux autres images théologiques, et qu’elle est plus proche des tout premiers symboles chrétiens, comme l’ancre et l’agneau. Ces allégories anciennes se trouvèrent en général remplacées par des figures humaines à partir du quatrième siècle ; mais la colombe du Saint-Esprit resta, et sert encore aujourd’hui à désigner la troisième personne de la Trinité. Les imagiers ont du tacitement reconnaître que le sujet allait au-delà des moyens dont ils disposaient. Néanmoins, même en conservant la colombe symbolique, les artistes auraient pu montrer la procéssion du Saint-Esprit, a fin de traduire le Credo. Ce fut fait d’innombrables fois au Moyen Age. Dans combien de cas voit-on la colombe quittant la main de Dieu Père ou placée de façon à exprimer le filioque c’est-à-dire que le Saint-Esprit procède tout à la fois du Père et du Fils! L’Antiquité semble-t-il, n’a jamais effleuré le sujet…"[1].
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"Desses 9 pontos, 1 está no centro da roda central e os outros 8 distribuem-se regularmente ao longo dessa roda. Numa perspectiva cristã, o ponto central corresponde a 1 e representa Deus, o Único, o Princípio de tudo. Os outros 8 pontos correspondem ao oitavo dia, que sucede aos 6 da criação e ao sabat (dia sagrado e de descanso no judaísmo) e é o símbolo da ressurreição, da transfiguração, anúncio da vida eterna. Sintetizando: os “9 pontos rodeados” simbolizam a criação do mundo por Deus, tal como é referida no Genesis e como tal a crença no poder de Deus sobre todas as coisas. A existência de 4 conjuntos de “9 pontos rodeados”, dispostos na decoração apotropaica em quadrangulação em simetria, resulta de o número quatro se comportar na Bíblia Sagrada como aquele que apresenta a criação de Deus e a totalidade das coisas."
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Ontem este post de Luís Lobato de Faria fez-nos reagir, lembrando a existência da obra de Jean-Marie Mayeur.
Escrevemos:
"Se vir no meu livro dedicado ao Palácio de Monserrate, é feita alusão ao desenho de diferentes arcos. Com o tempo apurei ideias e acho que se deve ler bem o que escreveu Vergílio Correia sobre o arco ultrapassado na cultura visigótica/moçárabe. Isso não é assim "tiro e queda", formulário visual do islamismo. Melhor, é essencial ler ainda Jean-Marie Mayeur na Histoire Du Christianisme, na Antiguidade Tardia. Tenho essa citação num post, vinda do que iria ser o meu doutoramento..."
Sabemos (lembramo-nos) que já referimos Jean-Marie Mayeur, assim como um outro autor imprescindível, por ser complementar para estes temas, que é André Grabar.
Para já - e dada a permanente falta de tempo (graças às desvalorizações que a UL entendeu impôr aos nossos estudos...) - ficam dois posts em que referimos o autor francês, e a sua importância para o conhecimento da História Religiosa da Peninsula Ibérica
1. Em Primaluce ver o post de 11.1.2020: Até à exaustão - como diziam os nossos alunos - aqui vamos tratar "the interlocking arch motif": - Primaluce: Nova História da Arquitectura (sapo.pt)
2. Em Iconoteologia ver um post de 31.10.2018: Mértola - e o muito (é imenso!) que vem a propósito... - ICONOTEOLOGIA; ICONOTHEOLOGY (sapo.pt)
Por fim chama-se a atenção para o que está escrito (acima): "Flights of inexhaustible imagination transform the interlockong arch motif into ever more novel forms." (**)
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(*) Mais do que implicar vários conhecimentos, deve-se dizer que implica, ou necessita de imensos conhecimentos, uma sabedoria aparentemente infindável. Porque se é preciso perceber o «mix religioso» (em camadas cronológicas diferentes, mas, talvez também simultâneas) que aconteceu nas áreas que o Luís está agora a querer estudar (com um esforço de qualidade que é notório, merecedor de elogio e respeito), o melhor, essencial, é aprofundar os conhecimentos de História. Concretamente a História religiosa desses territórios. Da mesma maneira que nós percebemos e aceitámos, já há anos, a designação ICONOTEOLOGIA, quando a encontrámos pela primeira vez.
E está aqui, tendo sido escrito em 23.11.2011:
"Glória Azevedo Coutinho (...) tem avançado no conhecimento e «des-construção» da arquitectura antiga, vista como Gótica. No novo estudo (doutoramento)pretende abordar, à semelhança do que sucede hoje, a síntese multidisciplinar da arquitectura. Como a Teologia e as Artes Liberais estiveram na base da Iconografia Cristã..."
Um pouco mais tarde encontrámos na Biblioteca da UCP em Lisboa (BUJPII) um pequeno livro intitulado: Cultura Religiosa en la Granada Renacentista y Barroca. Estudio Iconologico(Excerpta de la Tesis Doctoral); Facultad de Teologia, Granada, 1988, um trabalho de Francisco Javier Martinez Medina.
A partir desse momento não só captámos a ideia do título -Estudos Iconoteológicos- como imediatamente adoptámos e passámos a usar a palavra Iconoteologia. Palavra que, e como tantas vezes acontece, é tão explícita que facilita a comunicação da ideia que se quer transmitir. Por outro lado, não parece que tenha direitos de autor? Embora seja interessante saber quem parece tê-la utilizado primeiro:
Isto é, acontece que ainda antes do título escolhido por Francisco Javier Martinez Medina, já um outro autor (em cujo blog fizemos leituras e deixámos informações) tinha escolhido a tão expressiva e óbvia palavra - ICONOTEOLOGIA:
Foi o Pe. Eugenio Marino († 3.XII.2011)**, umdominicano da Igreja de Santa Maria Novella de Florença, que morreu há cerca de um ano.
No Boletim Dominicano de Janeiro-Fevereiro de 2012 é-lhe feita uma referência, em que é destacado pelo uso que fez da expressão«Icono-teologia»: “Possiamo dire che nella sua esperienza culturale ebbe quasi una folgorazione quando si avvicinò al mondo dell’arte analizzandolo sotto l’aspetto filosofico-teologico per il quale aveva compilato il vocabolo Icono-teologia."
(**) As imagens vêm de Moorish Architecture in Andalusia, por Marianne Barrucand e Achim Bednorz, Taschen, Colónia 1992, ver p. 116.
Note-se ainda que Marianne Barrucand colaborou em Moyen Âge Chrétienté et Islam, dirigido por Christian Heck, Flammarion, Paris 1996.
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Não se devendo esquecer nesta temática - em que a religião é preponderante (pois motivou a maior parte da produção visual hoje chamada Arte) - uma frase de Abby Warburg.
Desejando ele que, no futuro, "...a História da Arte e o Estudo da Religião partilhem uma bancada no laboratório da ciência iconológica da civilização".