Há quem só valide as ideias das quais já leu alguma coisa. Em livros sobretudo, ou mais raramente em páginas de revistas e jornais; mas são os livros as suas principais fontes de informação:
Depois, sabem onde estão essas informações e citam-nas.
Poucos se atreveriam, parece-nos (?), a ter ideias das quais nunca tivessem lido nada de muito concreto... Ou que, e esta pode ser uma constatação «algo perturbante», tendo já lido, isso foi há tanto tempo que não se lembram, e as ideias parecem pertencer-lhes (pois não se lembram de onde vêm).
No nosso caso, visto que já lá vão anos e anos de leituras inúmeras (e inumeráveis), nunca poderemos recordar, com total certeza, se sobre este, aquele e outro assunto, já alguma vez lemos alguma coisa? Francamente, nos últimos anos estamos a aperceber-nos deste fenómeno que se passa connosco.
E há tempos aconteceu ter encontrado, em inglês, uma frase (essencial) de Freud, que afinal já conhecíamos vinda de Totem et Taboo: de um livro que tínhamos comprado e lido em francês, ainda antes dos anos 80. Livro que, surpreendentemente, encontrámos numa estante (nossa) e onde também encontrámos vários sublinhados que só poderiam ter sido também nossos.
Enfim imensa surpresa, pelo constatar que estávamos a reler assuntos que já nos tinham interessado, os quais - apesar de não o recordar nem um pouco - afinal já os tínhamos percorrido!
Na página que se segue do Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, se alguma vez o lemos - antes de 2001 - isso terá acontecido em francês e nalguma biblioteca.
O nosso - cuja página relativa à palavra Amêndoa está bastante sublinhada - devemos tê-lo comprado já depois de 2004, com a decisão de continuar a aprofundar os temas que «descobrimos» no mestrado.
Quem ler todo o artigo, para além da imagem/extracto que agora se seleccionou, perceberá que não coincide com o significado que defendemos ter estado na imagem da Mandorla: o qual, primordialmente, terá sido o Filioque. Partícula que integra, e diferencia - de um modo muito específico* - a fé do Povo Godo. Que era um dos vários Povos Germânicos que se instalaram na Europa, em territórios do Antigo Império Romano.
Este tema, que é vastíssimo (e que pode e deve ser muito mais investigado e trabalhado), leva-nos a pensar no Concílio de Trento, e no reforço da Fé Católica, através da Contra-Reforma Romana.
Apetece perguntar se já alguém leu sobre ele? Ou ainda, se já alguém relacionou Sobrevivências e Revivalismos do Gótico - a perspectiva artística sob o enfoque da História da Arte - com os factos ocorridos, que hoje se separam e classificam como religiosos e políticos**?
Verdade também, é que nas perguntas que vamos deixando aqui ou em Primaluce, em geral vamos adiantando respostas; mas isso, hoje não acontece...
*Ler em Jacques Le Goff sobre esta questão; assim como, na vida de Carlos Magno, o muito que contribuiu para a inserção dessa mesma partícula (a expressão Filioque), no Credo que era proclamado nas missas.
**A separação e classificação de temas todos diferentes, faz com que, em geral, não se veja a integridade, total, que existiu entre Arte, Política e Religião. A nós parece-nos que o verdadeiro Conhecimento está demasiado pulverizado, contribuindo de um modo que é muito eficaz (melhor seria impossível!), sobretudo nas Ciências Humanas, para a destruição da própria Ciência.
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/52402.html
http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html
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