Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
19.4.25

A pintura - Sacra Conversazione, por Piero della Francesca - também conhecida por Pala di Brera, ou Pala Montefeltro.

Image0053-b.jpg

Imagem e legenda (a seguir) vindas de - Masters of Italian Art, Piero della Francesca (1416/7 - 1492), de Birgit Laskowski. 

Edição h.f.ullman, 2007 (pp. 82-83)

Image0092-c.jpgA curta descrição desta legenda, pouco informa sobre um trabalho que é muito rico; e está repleto de sinais, com informaçoes, falantes e entrecruzadas:

Desde o ovo pendente da concha, ao Jesus (menino) cuja posição no colo da Virgem, nos transporta para a Paixão, e imagem da Pietá.  

Pelo que se conselha que leiam aqui

Piero.DElla-Francesca-b.jpg

E aqui

BOA PÁSCOA

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Sobre uma outra obra de Piero della Francesca

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16.4.25

Os Ideogramas que desenhámos em Fevereiro (e se podem rever aqui) servem-nos para chamar a atenção, para aquilo que uma nova História a Arte pode e deve, vir a ser.

E se nós lhes chamamos Ideogramas, há no entanto outros autores que os vêem como Diagramas. É o caso de Patrice Sicard (*). Mas também o de Gilbert Keith Chesterton (ou simplesmente G. K. Chesterton) que se refere a Diagramas.  No entanto, considera-os platónicos, opondo-os à realidade da Incarnação (**).

Voltando ao início, sim haverá uma nova História da Arte quando em geral os investigadores e os estudiosos compreenderem/concluírem, que houve IDEOGRAMAS ABSTRACTOS com um papel básico (e essencial) na imagem geral das obras. Isto é, moldando-as, desde o seu primeiro esboço:

Porque lhes deram forma, quer nas linhas de base - nos grandes traçados (por vezes chamados traçados directores), quer nos menores detalhes.

Quer ainda, quando reúnem formas - supostas exclusivamente abstractas -, de origem geométrica. Como são os referidos Ideogramas. 

E depois também quando combinam essas formas abstractas, com as formas icónicas (em geral ditas naturalistas), como fizemos na junção seguinte.    

DSCN0569-d-350.jpg

(inclui a imagem designada Senhor da Paciência, do Museu Municipal de Portalegre) 

 

E se isso acontecer (o que de facto aconteceu milhares de vezes!) - "quando em geral os investigadores e estudiosos da Historia da Arte compreenderem e concluírem que os IDEOGRAMAS ABSTRACTOS tiveram um papel essencial na imagem geral das obras" - então também se poderá constatar, por exemplo, que os azulejos com os padrões que apresentam, vindos dos Ideogramas, foram claramente mnemotécnicos.

Acrescentando outras vantagens que as superfícies de pedra, de madeira ou as pintadas, não conseguiam ter. Visto que, pelo vidrado, os azulejos conferem brilho(s) às superfícies, e aos ambientes onde foram aplicados; assim como, conferem alguma resistência extra, e impermeabilização, a essas superfícies.

Segundo G. K.. Chesterton - "Só o Ocidente fez quadros realistas da maior de todas as histórias originárias do Oriente." 

 

"...vemos esta coisa estranha, que o Oriente era a terra da cruz e o Ocidente a terra do crucifixo. Os gregos estavam a ser desumanizados por um símbolo radiante, ao passo que os godos iam sendo humanizados por um instrumento de tortura. Só o Ocidente fez quadros realistas da maior de todas as histórias originárias do Oriente.

Eis porque o elemento grego na teologia cristã tendeu cada vez mais para se converter numa espécie de platonismo seco, uma coisa de diagramas e de abstracções, todas elas muitíssimo nobres, sem dúvida, mas que não eram suficientemente tocadas por essa coisa imensa que, por definição, é quase o contrário das abstracções: a Incarnação. O seu Logos era o Verbo, mas não o Verbo feito carne. Por vias muito subtis, muitas vezes escapando à definição doutrinal, este espírito espalhou-se pelo mundo da cristandade, a partir do lugar onde o sagrado imperador se sentava debaixo de mosaicos dourados; e a civilização do império romano nivelou-se numa degradação moral, que preparou uma espécie de caminho suave para Maomé. Porque o islão foi a realização final dos iconoclastas. Todavia, muito antes disso, já havia esta tendência para tornar a cruz meramente decorativa como o crescente, transformá-la num símbolo como a chave grega ou a roda de Buda. Mas há algo de passivo num tal mundo de símbolos; a chave grega não abre porta nenhuma, enquanto a roda de Buda gira sempre e nunca avança.

Em parte devido a estas influências negativas, em parte devido a um ascetismo necessário e nobre, que buscava rivalizar com o padrão tremendo dos mártires, as primitivas idades cristãs haviam sido excessivamente anticorpóreas e demasiado próximas da linha perigosa do misticismo maniqueu. Havia, porém, muito menos perigo em os santos macerarem o corpo do que em os sábios o desprezarem. Admitida toda a grandeza da contribuição de Agostinho para o cristianismo, havia, de certo modo, perigo mais subtil no Agostinho platónico do que no Agostinho maniqueu. Dela proveio uma mentalidade que, inconscientemente, levou à heresia de dividir a substância da Trindade. Pensava que Deus era, de modo demasiado exclusivo, um Espírito que purifica ou um Salvador que redime, e muito pouco um Criador que cria. Eis porque homens como Tomás de Aquino entendiam dever corrigir Platão pelo recurso a Aristóteles, ele que considerou as coisas como as encontrou, exactamente como Tomás de Aquino as aceitou conforme Deus as fez. Em toda a obra de São Tomás, o mundo de criação positiva está perpetuamente presente. Humanamente falando, foi ele quem salvou o elemento humano na teologia cristã, embora utilizasse, por conveniência, certos elementos da filosofia pagã. Mas, como já se disse, o elemento humano é também cristão.

O pânico pelo perigo aristotélico, que passara pelos elevados postos da Igreja, foi provavelmente um vento seco do deserto. Na realidade, vinha mais carregado do medo de Maomé do que de Aristóteles, o que não deixa de ter a sua ironia, porque na verdade há muito mais dificuldade em reconciliar Aristóteles com Maomé do que em reconciliá-lo com Cristo. (***)

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(*) Autor de Diagrammes médiévaux et exégèse visuelle, Le Libellus de formatione arche de Hugues de Saint Victor, Paris-Turnhout, Brepols, 1993. Obras querReferimos por exemplo aqui.

(**) Ver em G. K. Chesterton - S. Tomás de Aquino,  p. 126, Aletheia Editores, Lisboa 2012.

(***) Parte de um excerto de G. Chesterton que já se citou em Maio de 2021  Idem, op. cit.  pp. 88- 90.

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6.4.25

 

O titulo é longo, para tentar mostrar os caminhos que as imagens mais sagradas fizeram: desde a sua invenção/adopção até à perca de sentido (*).

Algumas comparações de imagens, que por vezes fazemos, seriam um bom treino de memória visual para Historiadores de Arte:

Uma «receita» que é nossa, mas, admitimos que possa ser difícil aos historiadores conseguirem adquirir este tipo de memória. Mesmo que, com muito treino ? Embora - continuamos a admitir - que só eles sabem, e só eles o podem dizer (?) .

Mas, temos as nossa razões, que em parte nos favorecem.

Porque, tendo em conta a nossa situação, e prática profissional, sabemos que temos esta memória, porque quando vemos certas imagens, logo, quase em simultâneo, também nos acorre, mentalmente, a regra geométrica que permite chegar ao seu desenho. 

Assim, se há muitos anos conhecemos - porque a pisamos - esta calçada no Estoril;

IMG_20240914_152954.jpg

Também recentemente percebemos que um documento do Colégio do Bom Sucesso, tem, praticamente, o mesmo padrão

Como podem confirmar neste post  de Setembro de 2024, em que, inclusivamente, registámos alguma desatenção à imagem... Embora por fim, um dia, tenhamos decidido ver com alguma atenção do que é que se tratava?   

E enquanto o documento do Bom Sucesso está datado (1939), já o Pavimento das Arcadas do Parque, para saber de que data será, com alguma exactidão, isso só seria possível, ou perguntando na CM de Cascais; ou na Sociedade Estoril. Também, em alternativa, se encontrássemos fotografias ...

Não tencionamos procurar, mas é muito possível que os dois padrões tenham sido escolhidos, e até empregues em datas muito próximas.

Devendo reconhecer-se que na imagem do pavimento do passeio do Estoril, não ressalta qualquer carácter religioso.  Mas, no documento do VIº centenário do Colégio Irlandês de Lisboa é muito possível que fosse essa a intenção...?

No entanto, e já para o caso da imagem seguinte - os elos de uma cadeia - que constituem o colar, próprio e o mais conveniente para uma rainha. Sendo que para esta situação não temos qualquer dúvida!

Mesmo que em geral, a maioria dos leitores, ou os PROFs universitários, fiquem todos (e se mantenham) a torcer o nariz: i. e., convencidos da irrazoabilidade desta nossa interpretação...

Mas enfim, esse (nariz torto) é um problema deles 

Colar-CarlotaJoaquina-b.jpg

ColarDeCarlotaJoaquina.jpg

Cuja prova está neste retrato completo, apanhado algures na internet 

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(*) Usa-se o termo «adopção» pela importância que damos à explicação de A. W. N. Pugin sobre a diferença entre iconografia adoptada - numa primeira fase depois de ter sido originada (por ser necessária uma «linguagem visual», ideográfica). E iconografia adaptadaquando nos revivalismos dos séculos XVIII, XIX e XX volta a ser empregue; mas com adaptações. Tudo isto a propósito dos estilos artísticos/arquitectónicos de que Pugin escreveu. Citámo-lo várias vezes, e neste post  está um desses exemplos. A perca de sentido que vai ocorrer, de certo modo corresponde à evolução; que, na prática, foi a laicização das sociedades.

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Devendo acrescentar-se que o retrato é da rainha Carlota Joaquina, estando já neste post de Facebook 

 

 

link do postPor primaluce, às 22:30  comentar

2.4.25

Conheci o Pe. JORGE TEIXEIRA DA CUNHA, através da Prof. Ana Jorge do CEHR da UCP


«Conheci» mas não ao vivo, porque seria alguém que na UCP - Porto, me iria dar algum apoio para concretizar o doutoramento intitulado - "Sinais do Espirito Santo na Arquitectura, Posterior ao Cisma de 1054"


Por razões várias esse apoio não se pode concretizar. Mas, muito embora não tendo conhecido «de vista» o Pe. TEIXEIRA DA CUNHA, não o perdi «de ouvido». 


E sendo prior da Paróquia de S. João Baptista da Foz do Douro, de quando em vez, oiço-o ou leio-o.


Como sucedeu há dias.


Deixo o link de uma entrevista que pode ser lida: Igreja: «O modo de gerir a Igreja de Francisco tem a ver com o ponto de partida original que é a vida das pessoas» – padre Jorge Teixeira da Cunha – Agência ECCLESIA

link do postPor primaluce, às 16:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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