Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
4.4.24

RE: Para nós foi!

Porém, não percebeu que, esquematicamente, a Geometria permitiu/ajudou a que não fosse utilizada (com enorme frequência) a imagem da Pomba. Isto é, a imagem icónica (sublinhe-se) que é, de entre todas, a mais divulgada.

E que para André Grabar, era também, no cômputo geral, a mais arcaica (como se lê adiante).

Neste excerto de que é autor - e admitindo que está completamente correcto -, dir-se-ía que não foram tentadas outras traduções visuais do Credo (sem a inclusão da Pomba), e que fossem capazes, só por si, de traduzir o Filioque. Mas não é verdade! dizemos nós, por conhecermos inúmeras imagens e sinais que foram criados (propositadamente) para aludir ao Espírito Santo;

(a começar pela chamada Amêndoa Mística. que está na origem do escudo português).

“...Le cas de la troisième personne de La Trinité est intéressant. A la période qui nous concerne, il y avait je pense, un seul symbole du Saint-Esprit, la colombe. Elle apparaît comme nous l’avons vu, au Ve siècle, au moins dans une scène du baptême du Christ (sur une mosaïque du baptistère des Ortodoxes à Ravenne), et dès le début du Ve siècle,  sur le trône de Dieu (mosaïque de Santa Prisca, à Capua Vetere). A part quelques rares répresentations de la Trinité, les imagiers de la fin de l’Antiquité ne paraissent pas s’être posé le problème d’une image du Saint-Esprit qui tiendrait compte de tout ce qui, selon les théologiens, définit sa nature, et en particulier ses relations avec le Père et le Fils. Cette partie du Credo du premier Concile Œcuménique n’a pas trouvé d’écho dans l’art contemporain, et cela devait être souligné, car cette lacune est significative de la distance qui séparait la grande théologie de l’époque de l’iconographie contemporaine. Mais ce qui advint de l’unique schéma iconographique alors utilisé (la colombe) est aussi curieux : Cette allégorie provient bien sûr du texte évangélique qui décrit le baptême du Christ ; il faut cependant reconnaître qu’elle est archaïque, surtout si on la compare aux autres images théologiques, et qu’elle est plus proche des tout premiers symboles chrétiens, comme l’ancre et l’agneau. Ces allégories anciennes se trouvèrent en général remplacées par des figures humaines à partir du quatrième siècle ; mais la colombe du Saint-Esprit resta, et sert encore aujourd’hui à désigner la troisième personne de la Trinité. Les imagiers ont du tacitement reconnaître que le sujet allait au-delà des moyens dont ils disposaient. Néanmoins, même en conservant la colombe symbolique, les artistes auraient pu montrer la procéssion du Saint-Esprit, a fin de traduire le Credo. Ce fut fait d’innombrables fois au Moyen Age. Dans combien de cas voit-on la colombe quittant la main de Dieu Père ou placée de façon à exprimer le filioque c’est-à-dire que le Saint-Esprit procède tout à la fois du Père et du Fils! L’Antiquité semble-t-il, n’a jamais effleuré le sujet…"[1].

Quem lê o que temos vindo a escrever, pode confirmar a nossa defesa da ideia do emprego de esquemas e formas geométricas, que foram usadas para explicar o Deus cristão e a Trindade.

Actualmente, e tendo nós em mãos um estudo/projecto de carácter religioso, seria lógico pormos em prática, o que tanto temos defendido por escrito. Só que, o facto de conhecermos as limitações que iriam existir na leitura e interpretação dessas imagens (que somos, e seríamos, normalmente levados a fazer), levam-nos a insistir no emprego da imagem da Pomba. 

Por (quase) absolutamente necessária, para o apoio à leitura e descoberta das (nossas) intenções programáticas; em resumo, aquilo a que Vítor Serrão designa Programa Estético  

EnsaiosPombaES.jpg

[1] Ver em André GRABAR, Les Voies de La Création en Iconographie Chrétienne, Flammarion, Paris 1979, pp.111-2. Excerto já citado neste outro post.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Ontem (29.06.2024) tive oportunidader de ler aqui algumas interpretações dadas a sinais (ditos apotropaicos). Como alguns podem já ter lido nos nossos textos, não concordamos, na maioria dos casos, com essa designação.

Mas adiante, visto haver no referido post e no «Texto publicado no jornal E nº 299, de 10 de Novembro de 2022», por exemplo a alusão a uma imagem cristã designada como os “9 pontos rodeados”. E explicada logo a seguir desta maneira:

"Desses 9 pontos, 1 está no centro da roda central e os outros 8 distribuem-se regularmente ao longo dessa roda. Numa perspectiva cristã, o ponto central corresponde a 1 e representa Deus, o Único, o Princípio de tudo. Os outros 8 pontos correspondem ao oitavo dia, que sucede aos 6 da criação e ao sabat (dia sagrado e de descanso no judaísmo) e é o símbolo da ressurreição, da transfiguração, anúncio da vida eterna. Sintetizando: os “9 pontos rodeados” simbolizam a criação do mundo por Deus, tal como é referida no Genesis e como tal a crença no poder de Deus sobre todas as coisas. A existência de 4 conjuntos de “9 pontos rodeados”, dispostos na decoração apotropaica em quadrangulação em simetria, resulta de o número quatro se comportar na Bíblia Sagrada como aquele que apresenta a criação de Deus e a totalidade das coisas."

Claro que trazemos este texto, bem interessante, para este blog  (Iconoteologia) e anexado a um post recente, sobre uma das representações do Espírito Santo. A mais comum.

Porque, há muito - e com Barbara Obrist - estamos de acordo que o octógono não foi apenas uma alusão ao oitavo dia da Criação, e àquele em que Deus descansou, mas também a representação sumária da Rosa dos Ventos. E esta por sua vez, tendo subjacente a ideia do Espírito de Deus - i. e., o Espírito Santo - tal como já temos escrito {ver em https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/os-ventos-e-as-representacoes-do-106414}

E ainda no conjunto das imagens/ideogramas apresentados (a ver aqui) pode acrescentar-se que no centro existe uma cruz latina. Nessa é interessante ver como a cruz se ergue acima de 3 semi-círculos (ou lunulae, como lhes chamou Leonardo Da Vinci - em textos até agora muito insuficientemente estudados). Semi-círculos que, e mais uma vez altamente polissémicos (sincréticos, e naturalmente também enfáticos), estavam, nessa composição,  a fazer alusão à Trindade (santíssima).

link do postPor primaluce, às 16:30  comentar

3.4.24

Para quem puder ler francês antigo, hoje, extracto de uma página de um livro de Philibert De L' Orme

(ampliar)

Um post que está ligado a este outro  (a continuar)

link do postPor primaluce, às 11:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Abril 2024
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30


tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO