Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
26.8.23

À pergunta do titulo - IMAGENS EM EXTINÇÃO - a nossa resposta é:

Sim e Não... 

Porque se hoje a maioria das imagens da Arte e da Arquitectura antiga são ANICÓNICAS, no passado não o foram pelo menos indirectamente (por serem comparáveis a uma escrita ideogramática *).

Mais: estiveram ao serviço de Deus e do Sagrado, e foram relevantes (ver as 3 últimas imagens, de posts  nossos publicados há anos)

Hoje referimo-nos concretamente a imagens de abóbadas, de desenho considerado geométrico (embora qualquer desenho tenha sempre uma regra geométrica !) do grande mosteiro de Tibães, que foi sede dos Beneditinos.

E, entre outras características, são imagens que foram também Mnemotécnicas ou Místicas (porque indutoras de uma Contemplatio ** ), que, fisicamente obrigava a elevar o olhar, para contemplar e meditar no Deus cristão, e no seu conhecimento - que o clero mais do que todos detinha. 

Imagens que para nós integram/integraram aquilo a que hoje chamamos uma ICONOTEOLOGIA: isto é, uma Teologia cuja difusão (e catequese) era feita com o auxilio de imagens. 

Em suma, estamos perante imagens que em tempos (ainda) traduziram ideias, mas que hoje - por isso falamos e perguntamos se serão imagens em extinção, (apesar de agora algumas serem proliferantes na Internet e nas Redes Sociais ...): imagens que na actualidade ninguém parece saber (ou sequer querer saber) do seu valor... !

Ou seja, imagens que são agora reproduzidas e utilizadas em enormes quantidades, incluindo para criar efeitos visuais; mas, não mais decorativas. Por se ter perdido a noção (e a relação significante) - o décor era isso -  da sua maior e mais adequada conveniência (decoro), para inúmeras situações, como as que, e para as quais, foram criadas. 

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Na verdade, no local - dentro do Mosteiro -, e dada a ambiência em que se está, é relativamente fácil aceitá-las. É até normal, simplesmente, admitir que contribuem para algum misticismo. Mas, diferentemente, ou vistas avulsas e encontradas por aí - porque existem, como podemos mostrar em inúmeros posts -  serão cada vez mais raros os que cheguem a reconhecer o seu valor (religioso) inicial.

Ou até, e aqui incluímos os historiadores de arte, se o quisessem, esforçando-se por travar a extinção das referidas imagens***. 

Melhor dizendo, não exactamente o seu desaparecimento, pois até são proliferantes - e nalguns casos tendem a ser cada vez mais usadas (dada a sua força visual, de propriedades «energizantes»).

Mas, que os historiadores se esforçassem, pelo re-estabelecimento dos elos e correspondências que existiram no passado, entre significantes e significados...

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(*) Porque sendo de origem geométrica, terão sido criadas a obedecer ao que correspondeu a uma gramática (para as imagens) 

(**) Como explicado por Mary Carruthers em The Craft of Thought: Meditation, Rhetoric and the Making of Images, 400-1200, de 1998.

(***) Já não falando, apenas mencionando Vítor Serrão... Para quem temos - sempre que damos uma voltinha, ou vamos só ali num instantinho visitar um qualquer edifico antigo - muitos posts para escrever :  

Avivando a consciência de quem se intitula "Operário das Memórias"

link do postPor primaluce, às 23:30  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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