Acabei de ler um interessantíssimo post de Isabel Roque, intitulado - Rosários Mistérios de Luz
Incapaz de não comentar deixei isto +:
"A ler melhor ou a ir ver... já que a descrição e explicações a tornam muito apetecível. Note-se que a oração apoiada em elementos físicos também se fez nas grandes igrejas e catedrais. Infelizmente os Tratados da Arca de Hugues de Saint-Victor não têm sido vistos como o projecto/design conceptual da igreja românico-gótica. Mas foram-no e não simples Tratados de Teologia. Quando se consultam apercebemo-nos que as pedras da edificação que começam no pavimento e sobem às ogivas, pretendiam, ou induziam, elevar o olhar. Para a contemplatio dos mistérios de Deus, da Criação (da Luz, da Humanidade...). Cada pedra no desenho de uma ogiva (palavra que vem do verbo latino "Augere") era como um degrau que os olhos percorriam para chegar a Deus."
Agora, recuperamos de posts nossos, mais antigos um dos desenhos que já publicámos desse(s) Tratado(s), e onde se vê perfeitamente desenhada, ou esquematizada, a ideia de cada pedra funcionar como um degrau, numa ascése em direcção a Deus
Num outro mais recente (post de 10 de Dez de 2015) que podem ler aqui, encontra-se parte de uma recensão/análise critica ao trabalho de Patrice Sicard, intitulado DIAGRAMMES MÉDIEVAUX ET EXÉGÈSE VISUELLE, livro que foi publicado em 1993.
O trabalho original de Huges de Saint-Victor foi visto (ainda agora é assim ...), alternadamente como uma peça única, ora considerado tratarem-se de duas peças.
Não sabendo latim - mas de arquitectura - defendemos que o que parece ser uma duplicação corresponde, respectivamente, a uma parte, argumentação em prol de um modo de fazer futuro : justificativa para a obra a edificar : De archa Noe morali et De arca Noe mystica.
E a outra parte constitui a descrição do como fazer essa edificação; i. e., a parte descritiva da obra a edificar. Documentos conhecidos como De Archa e Libellus.
Devendo ainda acrescentar-se, que, pelo que se estudou em Patrice Sicard, nos pudemos aperceber que integram (ou integraram) o scriptorium de conventos e mosteiros, como será no caso do de Alcobaça.
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* Claro que, insiste-se, o nosso comentário (de hoje) nasceu na leitura desse artigo
link do postPor primaluce, às 13:30  comentar