Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
28.8.23

Acabei de ler um interessantíssimo post de Isabel Roque, intitulado - Rosários Mistérios de Luz

Incapaz de não comentar deixei isto +: 

"A ler melhor ou a ir ver... já que a descrição e explicações a tornam muito apetecível. Note-se que a oração apoiada em elementos físicos também se fez nas grandes igrejas e catedrais. Infelizmente os Tratados da Arca de Hugues de Saint-Victor não têm sido vistos como o projecto/design conceptual da igreja românico-gótica. Mas foram-no e não simples Tratados de Teologia. Quando se consultam apercebemo-nos que as pedras da edificação que começam no pavimento e sobem às ogivas, pretendiam, ou induziam, elevar o olhar. Para a contemplatio dos mistérios de Deus, da Criação (da Luz, da Humanidade...). Cada pedra no desenho de uma ogiva (palavra que vem do verbo latino "Augere") era como um degrau que os olhos percorriam para chegar a Deus."

Agora, recuperamos de posts nossos, mais antigos um dos desenhos que já publicámos desse(s) Tratado(s), e onde se vê perfeitamente desenhada, ou esquematizada, a ideia de cada pedra funcionar como um degrau, numa ascése em direcção a Deus 

Num outro mais recente (post de 10 de Dez de 2015) que podem ler aqui, encontra-se parte de uma recensão/análise critica ao trabalho de Patrice Sicard, intitulado DIAGRAMMES MÉDIEVAUX ET EXÉGÈSE VISUELLE, livro que foi publicado em 1993. 

O trabalho original de Huges de Saint-Victor foi visto (ainda agora é assim ...), alternadamente como uma peça única, ora considerado tratarem-se de duas peças.

Não sabendo latim - mas de arquitectura - defendemos que o que parece ser uma duplicação corresponde, respectivamente, a uma parte, argumentação em prol de um modo de fazer futuro : justificativa para a obra a edificar : De archa Noe morali et De arca Noe mystica.

E a outra parte constitui a descrição do como fazer essa edificação; i. e., a parte descritiva da obra a edificar. Documentos conhecidos como De Archa e Libellus. 

Devendo ainda acrescentar-se, que, pelo que se estudou em Patrice Sicard, nos pudemos aperceber que integram (ou integraram) o scriptorium de conventos e mosteiros, como será no caso do de Alcobaça.

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* Claro que, insiste-se, o nosso comentário (de hoje) nasceu na leitura desse artigo

link do postPor primaluce, às 13:30  comentar

26.8.23

À pergunta do titulo - IMAGENS EM EXTINÇÃO - a nossa resposta é:

Sim e Não... 

Porque se hoje a maioria das imagens da Arte e da Arquitectura antiga são ANICÓNICAS, no passado não o foram pelo menos indirectamente (por serem comparáveis a uma escrita ideogramática *).

Mais: estiveram ao serviço de Deus e do Sagrado, e foram relevantes (ver as 3 últimas imagens, de posts  nossos publicados há anos)

Hoje referimo-nos concretamente a imagens de abóbadas, de desenho considerado geométrico (embora qualquer desenho tenha sempre uma regra geométrica !) do grande mosteiro de Tibães, que foi sede dos Beneditinos.

E, entre outras características, são imagens que foram também Mnemotécnicas ou Místicas (porque indutoras de uma Contemplatio ** ), que, fisicamente obrigava a elevar o olhar, para contemplar e meditar no Deus cristão, e no seu conhecimento - que o clero mais do que todos detinha. 

Imagens que para nós integram/integraram aquilo a que hoje chamamos uma ICONOTEOLOGIA: isto é, uma Teologia cuja difusão (e catequese) era feita com o auxilio de imagens. 

Em suma, estamos perante imagens que em tempos (ainda) traduziram ideias, mas que hoje - por isso falamos e perguntamos se serão imagens em extinção, (apesar de agora algumas serem proliferantes na Internet e nas Redes Sociais ...): imagens que na actualidade ninguém parece saber (ou sequer querer saber) do seu valor... !

Ou seja, imagens que são agora reproduzidas e utilizadas em enormes quantidades, incluindo para criar efeitos visuais; mas, não mais decorativas. Por se ter perdido a noção (e a relação significante) - o décor era isso -  da sua maior e mais adequada conveniência (decoro), para inúmeras situações, como as que, e para as quais, foram criadas. 

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Na verdade, no local - dentro do Mosteiro -, e dada a ambiência em que se está, é relativamente fácil aceitá-las. É até normal, simplesmente, admitir que contribuem para algum misticismo. Mas, diferentemente, ou vistas avulsas e encontradas por aí - porque existem, como podemos mostrar em inúmeros posts -  serão cada vez mais raros os que cheguem a reconhecer o seu valor (religioso) inicial.

Ou até, e aqui incluímos os historiadores de arte, se o quisessem, esforçando-se por travar a extinção das referidas imagens***. 

Melhor dizendo, não exactamente o seu desaparecimento, pois até são proliferantes - e nalguns casos tendem a ser cada vez mais usadas (dada a sua força visual, de propriedades «energizantes»).

Mas, que os historiadores se esforçassem, pelo re-estabelecimento dos elos e correspondências que existiram no passado, entre significantes e significados...

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MNAA-Custodies-b.jpg

P1011374.JPG

(*) Porque sendo de origem geométrica, terão sido criadas a obedecer ao que correspondeu a uma gramática (para as imagens) 

(**) Como explicado por Mary Carruthers em The Craft of Thought: Meditation, Rhetoric and the Making of Images, 400-1200, de 1998.

(***) Já não falando, apenas mencionando Vítor Serrão... Para quem temos - sempre que damos uma voltinha, ou vamos só ali num instantinho visitar um qualquer edifico antigo - muitos posts para escrever :  

Avivando a consciência de quem se intitula "Operário das Memórias"

link do postPor primaluce, às 23:30  comentar

5.8.23

"A Igreja não é um museu de Arqueologia" - disse Francisco...

IMG_20230805_112458.jpg

O Papa - e aqui é o que nós dizemos - "O Papa não é uma relíquia medieval, que todos têm que tocar"

Mas, que lhes toquem, e toque fundo no coração e na mente, as suas mensagens:

Urgente, o fim da guerra

Premente a Inclusão - de TODOS, numa sociedade para TODOS 

As metas e o programa da Laudato Si*, cuja implementação não pode mais ser adiada pelos políticos. 

Que estes se deixem inspirar por Francisco, e se coloquem ao serviço dos outros, e  como estas JMJs têm trazido exemplos, pouco ou nada conhecidos. Mas Bons! 

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Our commitments and contributions to sustainability are outlined here by each of the 7 Laudato Si' goals.
  • Response to the Cry of the Earth. ...
  • Response to the Cry of the Poor. ...
  • Ecological Economics. ...
  • Adoption of Sustainable Lifestyles. ...
  • Ecological Education. ...
  • Ecological Spirituality. ...
  • Community Resilience and Empowerment.

Ou ainda aqui

LaudatoSi-goals-b.jpg

link do postPor primaluce, às 11:30  comentar

 
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