Para começar, lembra-se que estamos de volta destes temas, A Escrita na Arquitectura, desde praticamente 2002! Sendo que, se a primeira nota (*) deste post de hoje faz referência a um texto que só recentemente se encontrou, há no entanto muitos outros materiais - sejam eles textos ou informações soltas -, que são conhecimentos nossos, que os temos há imenso tempo, e portanto bem mais antigos.
Podem não estar no nosso livro** - onde naturalmente não cabia tudo -, mas já estavam na nossa mente (e desde 1968, de certeza...).
Embora apenas raramente explicitados, como é o caso de imagens que estão neste livro - Archigraphia, Architectural and Environmental Graphics, Edited by Walter Herdeg, The Graphis Press 1978, Zurich - que o adquirimos em 1978, data a partir da qual passámos a conhecer (melhor) - o que para um arquitecto é (quase forçosamente), óbvio.
Imagens onde é muito fácil perceber como a sinalização visual - que nos exemplos seguintes completa a arquitectura - são caligrafias «extrudidas».
(vindo de Archigraphia, Architectural and Environmental Graphics, Edited by Walter Herdeg, The Graphis Press 1978, Zurich, pp. 85 e 84)
Aliás, as imagens do livro não são muito diferentes (a diferença está só na materialização) do que já se fez e publicou neste outro post de Set. 2021. A relembrar:
Enfim, o IDIOTA ÚTIL - porque a nós nos foi útil - está prestes a atingir o limite de idade. E pode ser, tenhamos muita esperança, que no IHA da Fac. de Letras da Universidade de Lisboa (who knows ?) seja sucedido por alguém menos limitado e menos atávico; mas sobretudo alguém mais honesto?
Alguém que tenha uma mente aberta, seja inter-multi-disciplinar, e esteja mentalmente mais preparado para entender uma Nova História da Arquitectura.
À luz da qual, quem sabe?, até os Painéis de S. Vicente, possam vir a ganhar interpretações mais sensatas e verosímeis?
Razão para terminar este post com uma nova citação de Béatrice Fraenkel da EHESS, onde chama a atenção para caminhos novos que a História de Arquitectura (e da Arte) terá que percorrer:
"Au terme de ce parcours qui, rappelons-le, ne prétend ni à l’exhaustivité d’un compte rendu de publications ni à l’objectivité d’une synthèse bibliographique, les divers travaux ici mentionnés invitent à porter un regard plus attentif sur les écritures, qu’elles soient exposées ou architecturales. Ainsi mis en relation et au-delà de leurs spécificités, ces travaux dessinent les contours d’un domaine de recherche sinon nouveau au moins renouvelé.
(…) Symétriquement, l’anthropologie de l’écriture déplace la question traditionnelle de l’ornement en architecture en soulignant la dimension écologique des « embellissements » comme les nommait Alberti. Fabriquer une ville lettrée, qu’elle soit de néons ou de pierres gravées, c’est donner une consistance à un espace public, rendre visible un champ de forces contraires, instables, ouvertes à de multiples usages citadins."
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*Note-se que o nosso título vem inteirinho daqui, mas inclui também materiais de um outro post escrito há dias sobre algumas frases de Léon Battista Alberti
** Monserrate uma Nova História, por Glória Azevedo Coutinho, Livros Horizonte, Lisboa 2008.
link do postPor primaluce, às 11:30  comentar