O Desenho a seguir foi obtido por sucessivas transformações de uma fotografia (que não é nossa[1]), para a partir desses elementos se poder compreender melhor o padrão do que foram (e são ainda) aparentemente, círculos entrelaçados.
Desenhados como nervuras no tecto, para fazerem o suporte da cobertura, da que foi pensada como “Grande Arca” [2] que é a igreja do Mosteiro de Belém.
As cores escolhidas relacionam-se com as que também se colocaram em plantas deste tecto (a apresentar em breve), desenhadas por Albrecht Haupt [3]).
Claro que falar de círculos entrelaçados quando se vêem, tão bem, outras formas como quadrados e octógonos, pode parecer contradição...
Mas, essa contradição não nos preocupa, por sabermos o valor da necessidade das concordâncias formais e geométricas; as quais, por sua vez, têm sempre na sua origem a necessidade de acerto, ou concordância, com a palavra escrita. E com ideias antigas, ou de sempre (?), que há muito tinham sido expressas:
Eram analogias e alegorias - ou a contrução considerada como um tropo. Ideias vindas de S. Paulo, e que se podem encontrar na Epístola aos Coríntios (III, 10-17). Razão para nos lembrarmos de textos já lidos - e nalguns casos até já comentados -, citados, etc.
Como é o caso de algumas características típicas da Geometria e da qual Mary Carruthers escreveu, citando uma ideia de Hugues de Saint-Victor:
«source des perceptions et origine des dires »[4]
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[1] Imagem que nos serviu de base, e foi trabalhada como está a seguir. Vinda de http://patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70631
[2] Grande Arca - “tumular” – como é, absolutamente preciso, sublinhar. Já que, em vários túmulos medievais se encontram os círculos entrelaçados
[3] Ver em A Arquitectura do Renascimento em Portugal, por Albrecht Haupt, Editorial Presença, 1ª Edição Lisboa 1986. Sobre as ilustrações que usámos, e oportunamente serão aqui apresentadas (trabalhadas a partir da fig.68 ) ver o que escreveu sobre elas (p. III e p. V) M. C. Mendes Atanásio, na Introdução Crítica ao estudo de A. Haupt, em 1986.
[4] Ver em Machina Memorialis, Gallimard, Paris 2002, p. 38. Ou ainda em Para ideias e pensamentos bem mais elevados, e próprios da Época Natalícia, voltemos à Geringonça, Caranguejola, Traquitana: ou, neste caso, é mais «Maquineta»... - Primaluce: Nova História da Arquitectura (sapo.pt)
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