Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
29.4.22

Vamos escrever sobre A Grande Arca de Belém que é mais conhecida como Mosteiro dos Jerónimos, e dentro deste, a Igreja - que é a peça mais valiosa do conjunto - conhecida como Santa Maria de Belém.

Mas, acontece que em geral a palavra Arche é pouco utilizada (o seu sentido inicial perdeu-se), embora assim não fosse quando pela Europa fora se construiram igrejas e catedrais seguindo os Tratados da Arca de Hugo de São Victor.

Assim, antecipadamente já prevemos a existência de mais do que um post, sobretudo porque, parece-nos vale a pena começar por elencar os vários posts que já dedicámos ao assunto. Ver abaixo a lista* de todos os que escrevemos contendo a palavra Arche.

De entre esses posts, este terá sido o último, e usa-se agora, novamente, a imagem que então foi composta (Março de 2020), já que reúne uma série de informações úteis, tal como se fosse uma ficha de estudo

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*Os nossos posts onde consta  a palavra «Arche»:

  1. https://primaluce.blogs.sapo.pt/120471.html
  2. https://primaluce.blogs.sapo.pt/fernando-saxe-coburgo-fecit-371612
  3. https://primaluce.blogs.sapo.pt/tecnicas-laboratoriais-ao-servico-de-396759
  4. https://primaluce.blogs.sapo.pt/mais-uma-vez-os-telhados-altos-mas-404623
  5. https://primaluce.blogs.sapo.pt/para-monserrate-409028
  6. https://primaluce.blogs.sapo.pt/porem-428485
  7. https://primaluce.blogs.sapo.pt/porem-428485
  8. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/vindo-de-primaluce-43991
  9. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/42447.html
  10. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/alvener-ou-pedreiro-massa-ou-bloco-de-71465
  11. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/relendo-o-post-anterior-parece-nos-que-72516
  12. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/a-arca-de-noe-ou-o-tema-de-la-grande-86505
  13. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/os-tratados-da-arca-de-noe-de-hugo-de-87506
  14. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/e-depois-de-um-quem-e-quem-e-101483
  15. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/o-que-a-palavra-arquitectura-significa-115976
  16. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/igrejas-e-catedrais-edificios-das-117892
  17. https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/os-tratados-da-arca-de-hugues-de-126391
link do postPor primaluce, às 13:00  comentar

22.4.22

Visitas em Iconoteologia em 21.04.2022

  1. Hoje a Planta da Igreja dos Clérigos - 1
  2. Monserrate - Uma Nova História... porque sim. Pois é mesmo uma nova história, que se apreende se os sentidos estão normalmente despertos - 1
  3. ICONOTEOLOGIA; ICONOTHEOLOGY - 1
  4. Ainda "Os Diagramas de Villard de Honnecourt" - 1
  5. Saúl António Gomes e um texto muito oportuno (e óptimo) intitulado A Littera Pythagorae... 

E em Primaluce (idem 21.04.2022)

  1. Onde as janelas do Palácio de Monserrate foram buscar o seu "design" - 13
  2. Uma elipse não é uma oval, mesmo que muitas destas formas pareçam iguais - 2
  3. SOBRE «JANELAS À SIZA» - e como é incomodativo contrariar as expressões que em geral estão aceites e os conhecimentos que têm (apesar de errados)... - 1
  4. Primaluce: Nova História da Arquitectura - 1
  5. Carta a Vítor Serrão... - 1
  6. Cascais: Casas de Veraneio e um envidraçado (lindo) cujo padrão nasceu no que designamos Ideogramas Medievais - 1

O que nos permite, sem qualquer dúvida, concluir que, apesar de não termos publicado, para além do trabalho intitulado Monserrate uma Nova História (Livros Horizonte, Lisboa 2008*), se queremos ser lidos as redes sociais são uma óptima maneira de concretizar esse objectivo.

E não apenas no FB (usando os nossos blogs), porque há sempre alguns tímidos, e outros, que gostam de o fazer de modo discreto, sem deixar rasto.

Só que, entretanto, vai havendo uma grande dose de censura aos nossos escritos, e que consegue ser eficaz. E este post, deixado no FB - em Arte, museus e património - no dia 10 ou 11 de Abril (?), ao ter sido retido e apenas publicado ontem, é um dos responsáveis do numero de leitores de ontem...

Portanto, pode-se deduzir que os nossos posts até têm leitores, podendo difundir bastante mais aquilo que estamos convictos aconteceu no mundo das imagens, desde há mais de mil anos. Mas que, apesar disso, há quem queira escondê-los. Sendo que, por acaso, até acho que o Vítor Serrão e a FLUL, não estarão atrás dos administradores desse Grupo do Facebook. Acho, mas sabe-se lá?

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*E aqui,  hoje, deixando esse rasto propositadamente, fica um vão interior de Monserrate.  

O qual como podem ver, essa edícula (o vão em primeiro plano, e depois os vãos de madeira dos caixilhos da janela) segue o padrão que está no Palazzo Vechio de Florença, em palácios de Veneza, mas também no Mosteiro da Batalha. E que anos antes (podem procurar nos nossos posts) já tinha sido empregue no túmulo da Rainha Santa.

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15.4.22

Quando vemos e lemos textos dos autores que são adeptos (ou, alguns verdadeiramente fascinados...) pela Iconografia naturalista, normalmente patente na Arte Cristã, é quase impossível não nos arrepiarmos de dôr.

Acontece com frequência, e depende até da qualidade das obras. Porque é a dor e o sofrimento que mais sobressaem nessas peças, a que hoje chamamos Arte.

[E com esta designação a englobar versões muito diferentes daquilo que é/foi, ou que na actualidade se entende por Arte]

Talvez uma das mais incríveis, e sobretudo uma das obras melhor conseguidas, seja esta Pietá de Miguel Ângelo? Onde o sofrimento a que nos referimos, na expressão da Virgem, parece já estar apaziguado e aquietado...

É uma imagem que não nos traz (tanto) sofrimento quanto sucede com outras, e que, pelo contrário, até nos atrai pela sua beleza.

Talvez até o contraponto entre idealismo - patente na Virgem, e o realismo - expressão de sofrimento e dor fixado no corpo morto de Cristo (?), seja, quase inconsciente (para quem vê).

Mas, agora que reparámos neste contraste, talvez este seja um dos aspectos mais marcantes, e mais eficazes - mostrando o sentido de Arte (e da habilidade que caracteriza os artistas) -, que o autor conseguiu deixar plasmado nesta obra fantástica?

Pietá-2.jpg

Enfim, cada um vive a religião como quer (e pode1); mas, se se quiser, no nosso caso – e estamos ainda a pensar no que escreveu Frederico Lourenço – na nossa situação, em grande parte, o que mais valorizamos em toda esta história (que é a do cristianismo, acontecida desde há mais de dois mil anos), é a dádiva de Cristo ao mundo:

O dar a sua vida, e depois o sofrimento na cruz, é o que melhor exprime o seu amor à Humanidade.

Assim, entre as «posturas» (artísticas) de platónicos e de aristotélicos – que se podem ler no texto seguinte -, também entre Idealismo e Naturalismo, seria impossível que a beleza contida nessas abstracções platónicas (que são os Diagramas), assim como o seu Idealismo não nos tocasse 2.

O excerto que agora se publica está mais desenvolvido aqui, onde também poderão lê-lo. Vem de São Tomás de Aquino, de G. K. Chesterton

"O que tornou a revolução aristotélica profundamente revolucionária foi o facto de ser religiosa. É ponto tão fundamental, que julguei conveniente apresentá-lo nas primeiras páginas deste livro: que a revolta foi em grande parte uma revolta dos elementos mais cristãos da cristandade. São Tomás, exactamente como São Francisco, sentiu no subconsciente que a massa da sua gente ia deixando a sólida doutrina e disciplina católica, gasta lentamente por mais de mil anos de rotina, e que a fé precisava de ser apresentada a uma nova luz e encarada por um ângulo diferente. Não tinha outro motivo senão o de desejar torná-la popular para a salvação do povo. Dum modo geral, é verdade que durante algum tempo ela fora demasiado platónica para ser popular. Precisava de algo como o toque sagaz e familiar de Aristóteles, para a transformar de novo em religião de senso comum. Quer o motivo, quer o método se manifestam na controvérsia de Tomás de Aquino com os agostinianos.

Primeiro devemos recordar que a influência grega continuou a fazer-se sentir, desde o império grego, ou, pelo menos, desde o centro do império romano que estava na cidade grega de Bizâncio e já não em Roma. Essa influência era bizantina em todos os sentidos, no bom e no mau. Como a arte bizantina, era severa, matemática e um pouco terrível; como a etiqueta bizantina, era oriental e levemente decadente. Devemos ao saber do Sr. Christopher Dawson muita luz sobre o modo como Bizâncio lentamente se cristalizou numa espécie de teocracia asiática, mais semelhante à do sagrado imperador na China. Mas até as pessoas incultas podem ver a diferença no modo como o cristianismo oriental simplificava tudo, do mesmo modo que reduzia as imagens a ícones que melhor se poderiam chamar figurinos do que verdadeiros quadros com variedade e arte; e isso fez uma guerra decidida e destrutiva às estátuas.

Assim vemos esta coisa estranha, que o Oriente era a terra da cruz e o Ocidente a terra do crucifixo. Os gregos estavam a ser desumanizados por um símbolo radiante, ao passo que os godos iam sendo humanizados por um instrumento de tortura. Só o Ocidente fez quadros realistas da maior de todas as histórias originárias do Oriente.

Eis porque o elemento grego na teologia cristã tendeu cada vez mais para se converter numa espécie de platonismo seco, uma coisa de diagramas e de abstracções, todas elas muitíssimo nobres, sem dúvida, mas que não eram suficientemente tocadas por essa coisa imensa que, por definição, é quase o contrário das abstracções: a Incarnação. O seu Logos era o Verbo, mas não o Verbo feito carne."

É esta frase final do texto, que hoje - Sexta-Feira Santa - pode passar nas nossas mentes: os Diagramas, e «as abstracções» que com o apoio da geometria tentaram traduzir, são generalistas. Porque a maior realidade (essência) do cristianismo é a Incarnação [da qual depois decorre o resto da história, em que um dia Cristo foi julgado, torturado e morto... nesse dia que hoje se evoca]

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1 Lembramo-nos dos que dizem, que gostavam de acreditar.

2 Como resumo/síntese das ideias do Cristianismo; ideias gerais, que não vão ao particular, nem ao detalhe; e portanto muito menos ainda a imagens como são cicatrizes e feridas provocadas por tortura.   

link do postPor primaluce, às 18:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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