Em dia de Pentecostes fará sentido - ainda hoje? - lembrar representações da Terceira Pessoa da Trindade que não são a (ou em forma de...) Pomba?
Mas que são representações geométricas, simplesmente abstractas e anicónicas**, e que por isso agora ninguém lhes reconhece algum valor significante; menos ainda o valor que tiveram outrora.
Embora sejam representações que se vêem com enorme frequência, repetidas e enfáticas, estando por exemplo na imagem seguinte, numa porta na cidade do Porto: no que nós vamos chamando "georgian portuense".
E mais ainda:
Em dia de Pentecostes poderá fazer algum sentido lembrar que, neste mesmo dia, em 1122, em Zamora, Afonso Henriques se armou a si mesmo cavaleiro? Ou fará sentido lembrar que Portugal nasceu quando estavam activíssimas as primeiras sequelas da separação Oeste-Este? Fruto das discordâncias teológicas a que Carlos Magno deu ainda «mais fogo», e que acelerou ao levar para Roma - que o tinha feito imperador do Sacro Império no ano 800 - a vontade de que o Filioque fosse proclamado no Credo (mesmo), durante a Missa.
Poderá assim ajudar-se a perceber alguma da Iconografia mais corrente, e as «imagens simbólicas» que hoje aludem ao nosso país, mas que outrora foram sinais, específicos, dos reis de Portugal?
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* Tema e título inscrito para Doutoramento em Ciências da Arte, na FBAUL em Maio de 2006
** Sobre imagens tradutoras do Filioque, ver no nosso estudo - Monserrate uma nova História, Livros Horizonte 2008 - página 40. Quanto a imagens anicónicas temos às dezenas (chegando talvez às centenas?) tendo sido recolhidas para o que seria o doutoramento em Ciências da Arte, na Fac. de Belas-Artes de Lisboa. O tal que «teria sido, mas não foi» à conta dos boicotes de dois grandes catedráticos da Universidade de Lisboa. Grandes sim, ou seja maiores e enormes, sobretudo nos nobres atributos que são mais próprios de invejosos e medíocres.
E se um desses - Vítor Serrão - diz que ainda não escrevemos (o que ele não leu... portanto não deve saber ler?), e que por isso «manda vir», num tom que fica mesmo bem ao responsável do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras:
"Venha a terreiro, venha, venha! Apresentar as suas ideias, ... que são tão interessantes..."
Já o outro, Fernando António Baptista Pereira, igualmente escalabitano (e ambos impregnados, ainda, dos resquícios de um marialvismo antiquado, jurássico e mal-disfarçado), repetiu-nos inúmeras vezes; tantas quantas as que conseguiu não ser pontual, ou nem sequer cumpriu os compromissos e as reuniões por ele próprio agendadas:
"... Não vai fazer uma História da Arte! Não vai fazer uma Historia da Arte!... Escreva sobre templos: escreva sobre o templo da pintura, o templo da fotografia, o templo do livro..."
E assim, nestes estilos tão sui generis, ambos nos demonstraram como podem ser acolhedoras - essas instituições que se designam por Centros de Estudo e de Acolhimento: as instituições prontíssimas (como se vê) ao serviço do Saber.
Um Saber ou o Conhecimento que, é sabido, também se apresenta em geral como algo que é frágil, por vezes instantâneo e fugaz. Saber, quiçá, dificílimo de captar e de explicitar, arranjando para ele novas áreas e novas nomenclaturas (articuladas com tudo que já é conhecido). Como é por exemplo a Iconoteologia, de que um dominicano de Florença, escreveu. E na qual, é impossível não ver também, a enorme ligação que existe com a Heráldica.
Saberes que eles, os tais PROFs super-dotados - muito acima de todos os alunos - por um lado ainda não captaram. Mas dos quais, se os cheiram no ar, então eles já têm logo as ideias mais perfeitas, as mais acabadas e as mais completas, daquilo que devem ser...
link do postPor primaluce, às 16:00  comentar