Claro que se fica satisfeito ao verificar que há curiosidade ligada ao que vamos escrevendo, e que são muitas as visitas aos nossos blogs...
Aconteceu ontem com o que escrevemos, primeiro no Facebook, e já depois quando fazendo um apanhado se resolveu registar - talvez de maneira mais durável - num dos nossos blogs.
Neste caso fez-se esse registo acrescentando uma nova combinação de malhas (imagem acima), que foram obtidas nos folios e nos diagramas reunidos por Villard de Honncourt*.
A imagem resultante, até a nós nos surpreendeu:
Terá sido isso que trouxe uma grande série de visitantes ao nosso blog? Aquele onde ontem coligimos todos esses elementos que nos pareceu dever organizar e registar, para assim estar mais à mão, e mais fácil de se aceder?
Ficam as perguntas...
Porque, frequentemente acontece-nos isto, realizar - de facto, e a posteriori - o maior valor de muitos materiais de que já escrevemos e publicámos.
É a questão das segundas leituras, já que vamos mudando, e quando relemos, um dia apercebemo-nos de novos elementos e de novas interpretações (de que esses escritos ou imagens são passíveis).
Enfim, interpretações que antes não tínhamos detectado, pelo menos em toda a sua dimensão.
É também o que se passa no texto seguinte, certamente «apanhado» no IADE, na BAQ, não sei em que livro? De certeza desde 2014 até Julho de 2019, período em que visitámos a biblioteca semanalmente, e com o objectivo de reunir o máximo de informação.
Nesse texto, como se pode ler - e agora sublinhámos - mencionam-se o que são imagens que funcionaram (ou funcionam ainda?) como mapas mentais.
E pensaremos talvez - pelos tempos dos verbos... - que mapas mentais são coisa exclusiva da actualidade. Será assim? Serão?
Absolutamente! Não concordamos. E talvez tenhamos hoje (todos, ou pelo menos alguns de nós?) a bagagem suficiente para perceber que os fenómenos mentais** - a reflexão, o pensamento, o «cogitar»; para podermos ver que estes fenómenos, obviamente, não são exclusivos da contemporaneidade.
Que os antigos reflectiram, e muito, sendo que o que hoje somos e pensamos, está ancorado lá atrás. Lembre-se a frase "somos como anões aos ombros de gigantes", que há bem pouco tempo também nos mereceu um outro post
No entanto, é forçoso concordar que hoje estamos com alguma vantagem relativamente aos sábios que na Antiguidade e na Idade Média, criaram e usaram formas e imagens - por exemplo, muitas que são de raiz geométrica e a cujo estudo nos temos dedicado. Imagens que agora vemos que foram algo semelhante a "mapas mentais" (e também por isto lhes temos chamado IDEOGRAMAS).
E essa nossa vantagem resulta do facto de termos muito mais informação, e de podermos perceber o que se passou há vários séculos, ou até há milhares de anos. Percebemos como então - tal como hoje se faz - usaram diferentes tipos de diagramas, que frequentemente serviam para ajudar o pensamento a pensar.
Por fim, temos a acrescentar, ou a corrigir no que está acima sobre MAPAS MENTAIS, na frase -"...forma de representar graficamente em duas dimensões..." - aqui há que acrescentar que as representações não foram apenas bidimensionais, mas muitas vezes tridimensionais:
Imprimindo-se assim na arquitectura as ideias que bidimensionalmente estavam nos pavimentos de mosaicos, nos tecidos, nas superfícies dos paramentos (de parede); nos vitrais, em pinturas, em arcas tumulares, em relicários... E depois também tridimensionalmente na ourivesaria, etc., etc., etc.***
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* Aqui note-se que Villard De Honnecourt compilou várias imagens, algumas soltas, outras já arranjadas em padrões. Na imagem que está acima, da nossa autoria, algumas repetições, e depois a formação do padrão, fomos nós que a fizemos.
** Inclusivamente muita literatura permite-nos isso. Pensemos em Saussure, em Noam Chomsky (e as suas ideias essenciais, por exemplo resumidas e divulgadas em dicionários...); ou no que se pode ler directamente em António Damásio: um autor que tem tido a preocupação de fazer divulgação científica, i. e., acessível a todos.
***Naturalmente não temos dúvidas que estas nossas ideias revolucionam a História da Arte, como é mais conhecida. Por isso pensamos em E.H. Gombrich que escreveu The Story of Art , a qual termina assim: "But is not this constant need for revision one of the thrills of the study of the past"
link do postPor primaluce, às 16:00  comentar