Estou a pensar (sim, para ver como hei-de expôr este tema complicado...) e é na última VISITA GUIADA {https://www.rtp.pt/play/p5656/e443819/visita-guiada}, dedicada às abóbadas algarvias de Fuzeta, e aos seus desenhos.
Sendo altamente curioso, que seja mesmo no fim do programa, que se diga o que todas essas abóbadas têm em comum, apesar dos materiais diferentes e até das tecnologias construtivas também diferentes... (algo de celestial!)
Por isso, na nossa posição (teórica, diferente da que foi exposta no dito programa, pela arquitecta Mafalda Pacheco), o que vemos e defendemos, é que aconteceu exactamente ao contrário:
É logo no início, que se percebe o facto de ter existido uma ICONOTEOLOGIA, que desenhou todas essas abóbadas.
Válido mesmo para as abóbadas chamadas "de Vela", ou as "de Barrete de Clérigo" (ou até para as mais simples, quer sejam apenas esféricas ou cilíndricas).
Porque sim! É o que constatamos depois de longas análises*.
É notório que todas têm/tiveram uma génese comum: e na verdade, uma vontade de reprodução do céu, ou, da abóbada celeste. Em duas palavras - INVOCAR DEUS
Assim - e voltando ao Programa da RTP - estamos perante técnicos que são muito estudiosos e muito sábios, talvez a trabalharem para as Câmaras Municipais (?) mas que, lamentavelmente para eles, a regra é, ainda, a de fazer subordinar o mecânico ao conceptual.
Aliás, também a História da Arte - que é a «grande culpada» de esta visão ainda prevalecer continua a ir atrás disso:
Não vendo que as diferentes «tectónicas» (ou as técnicas construtivas) se adaptaram - seguindo uma máxima de que S. Paulo falou... - para produzir as formas que, por si só, eram já elas significantes.
Claro que esta é uma teimosia ou persistência muito nossa, que havemos de provar..., e já faltou bastante mais tempo, para isso acontecer!
Donde, por aqui, e como em toda a parte - e para todos - SAUDINHA É O QUE DESEJAMOS!
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* Talvez menos gestalt - ou de uma visão geral -, e sobretudo muito mais analíticas. I. e., no sentido da percepção (que cada um apreende para si) que o todo pode induzir a uma leitura diferente daquela que se pode fazer: mais rica, quando lemos as várias partes que constituem esse mesmo todo.