Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
14.10.19

Já que, pareceu-nos, mas há que ler melhor, porque este artigo sobre museologia também tem muito do que foi a transição desde um tempo de ideias antigas e mais tradicionais relativas à Religião (e sua Arte), até aos dias de hoje:

 

Como de 1917 se foi chegando a 2019. Cerca de 102 anos da história de Fátima, que neste contexto muito específico, também nos dão uma imagem do país; concretamente do ponto de vista artístico.

 

Aliás, é uma das frases que se pode ler nesse artigo: “...inesperadas ligações entre diferentes estéticas.”   Pois, também não admira! - dizemos nós - , porque foi o que mais aconteceu nestes últimos 102 anos.

E sim, alterações estéticas, que se podem pôr em sequência, sendo interessantíssimo vê-las a evoluir. Concretamente a simplificação das imagens, o passar a um híbrido em que algumas partes ainda se lêem (e outras se tornam quase ilegíveis...)

 

E isto, ou este assunto posto assim (quase como se a História tivesse sido um work in progress) toca-nos muito especialmente, lembrando o que era o plano da nossa tese de doutoramento, e o respectivo desenvolvimento que ainda não esquecemos.

 

Ou seja, como por um caminho  de 2000 anos – ou melhor, desde 325 d. C à época actual - em sucessivas transformações da História, se tornou notório o modo como foram «secando» as fontes* da Iconografia Cristã.

 

A ponto de alguém – neste caso Alain Besançon  (e concretamente em 1994, por isso a imagem abaixo, que é aqui associada) – se referir a uma proibição da imagem** (L'image interdite ).

Besançon-ImageInterdite.jpg

E aqui faríamos ainda uma outra nota de rodapé - mas há que economizar, e avançar mais depressa - dizendo simplesmente que (é a nossa opinião), em geral, e retirando casos específicos, mais conhecidos, as imagens não foram proibidas, censuradas ou afastadas.

Segundo cremos - e na aproximação temporal àquilo a que se chama Arte Contemporânea, foi «a evolução do mundo», e das ideias, que prescindiu do seu emprego.

 

Não as quis mais, pois em grande parte a Cultura Ocidental - onde essas imagens nasceram (por terem sido necessárias) - ; a nossa cultura laicizou-se. E nesse processo (de laicização) muitas das referidas imagens morreram. 

 

Mais, abreviadamente, considera o autor (Alain Besançon), que inclusivamente se tratou de uma evolução/progressão em direcção a um iconoclasmo crescente.

 

Claro que aqui continuamos no simples Parecer (deixado logo na primeira linha), porque, simultaneamente, também nos parece que o dito Iconoclasmo, tantas vezes, é só (ou sobretudo) aparente:

 

Insiste-se: É que por muitos esquecimentos e desconhecimentos, também ainda há imagens que, para a maioria de nós, os seus referentes, são, simplesmente, insignificantes e abstractos.

 

Isto é, os supostos referentes – ou o significado de cada palavra (se se tratassem de textos escritos) – nas alusões que essas imagens fazem; elas, as referidas alusões, por não serem tão directas, nem tão eficazes, quanto conseguem sê-lo as imagens a que chamamos naturalistas, realistas (ou até designamos por icónicas); por isso são supostas insignificantes. O que pode não ter acontecido... (i. e., não ter havido vontade de abstracção)

 

Concluindo, e desta exposição em Fátima que não fomos ver, relativa a um arco de tempo em que muito mudou (concretamente na Arte); sobre o que se passou nessa evolução, claro que continuamos sem respostas definitivas: cheios de dúvidas...

 

Parecendo embora, ser este mais um exemplo, da transição de um tempo em que a Arte se fazia de imagens com «referentes de tradução directa»; para um outro tempo em que a imagem só aparentemente é que é abstracta***.

 

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*Quer as motivações para fazer as obras, quer os motivos (desenhos, ornamentos) para pôr nas mesmas.

 

**E claro que escrevemos isto por pensarmos que A. Besançon não viu, em muitos exemplos,  imagens que de facto existem, mas que para ele não têm significado; e portanto, como se não existissem, não conta com elas e não as analisa. Mas, casos há, em que por vezes os autores se referem a imagens geométricas. Servindo este epíteto apenas para dizer que há superfícies preenchidas; embora isso, ou o nada, fosse quase o mesmo, para o autor que escreveu.   

 

Do que lemos, A. Besançon supõe-as completamente abstractas, por não saber de certas correspondências, que até já no século V-VI tinham sido mencionadas pelo designado Dionísio, o Pseudo-Areopagita . Mais um, ou outro sub-tema desta enorme e complexa questão, de que já escrevemos, várias vezes.

 

*** Como se fossem arbitrárias as significações que lhes atribuem; houvesse uma total abertura na exegése (por não haver correspondências únicas), ou, por fim, como se nunca tivesse havido alguma correspondência entre imagem e ideia.

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12.10.19

... isso é um problema das mesmas ou do MINISTÉRIO DA CIÊNCIA e do ENSINO SUPERIOR?

 

E também ainda do MINISTÉRIO DA CULTURA?

 

Que responda quem quiser... 

 

Se a autonomia científica serve para destruir as investigações e a aquisição de graus académicos - por quem investiga e chega a resultados; para a pretexto da referida autonomia científica se poderem perpetuar à frente dos Institutos de História da Arte (IHA) os mais medíocres? Obviamente que se é assim...? Então o assunto deixa de ser de cada uma das instituições, passando, hierarquicamente, a quem está acima das mesmas.

 

Portanto, cabe aos Governos, e em última analise aos responsáveis dos mesmos, avaliarem da honestidade dos que estão à frente de Instituições, a quem concedem a referida autonomia científica e pedagógica  

 

imagem vinda de: Filioque.jpghttps://fr.wikipedia.org/wiki/Querelle_du_Filioque#/media/Fichier:Filioque.JPG

 

Tendo esta imagem a imensa qualidade (como várias outras que se podem ver numa obra dirigida por Jacques Dalarun) de exprimir iconicamente (transparente e com toda a clareza), aquilo que em geral ninguém tem visto na Intersecção de Dois Círculos, na Mandorla, no Símbolo do Infinito. E ainda no Arco quebrado caracteristico do Estilo Gótico, como desde 2002 estamos a defender*.

 

O que aliás nos permitiu fazer um trabalho que nos deu a imensa gratificação de uma pesquisa honesta e bem feita. E onde a IDEIA do FILIOQUE (expressa na imagem acima) foi explicada, na sua tradução geométrica, e como frequentemente apareceu nas obras (exemplo do túmulo de Egas Moniz)

FilioqueGeométrico.jpg

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*Em suma, razão para ser PROSCRITA num país de invejosos, retrógrados e medíocres

link do postPor primaluce, às 12:00  comentar

8.10.19

Quando Fernando António B. Pereira nos dizia: "Glória, Não vai fazer uma História da Arte", então estava ainda (tão) longe destas novas trouvailles.

 

Mas, sabíamos que valeria a pena continuar, pois não era só na Iconografia antiga que poderiam surgir informações (e confirmações) do que estivera para trás.

 

Já nos tínhamos apercebido - como se uma parte da História da Arte, ou, com mais rigor da Iconologia - estivesse parcialmente escondida. E a mesma nem sempre fosse visível, em todas as épocas; ou em cada época, nas obras mais acessíveis desse período (e que hoje se conhecem). 

 

Por exemplo o Quadrifolio de que já várias vezes escrevemos, aparece depois da «fase mais intensa» do Gótico, parecendo ser uma imagem emblemática* do Renascimento 

IMG_20190920_152028-d.jpg

IMG_20190920_152137-c.jpg

Os quadrifolios de Matisse, apesar de simplificados (relativamente a este - típico quadrifolio renascentista), têm ainda a ver, e como também (nós**) defendemos, com a origem do arco que ficou conhecido como serliana.

 

* Embora como defendemos seja sobretudo, emblema, ou representação alusiva, da Mãe de Deus. Por isso (talvez de certo modo ligada - como se uma flor? fosse exclusiva) ao feminino. De qualquer modo, sublinhe-se o que escrevemos (e para os que adoram viver na minha peugada)- é uma dedução da arquitecta Glória Azevedo Coutinho. E portanto mais uma daquelas que irritam os típicos retrógrados portugueses, incapazes de aceitarem  uma mentalidade mais livre, com visões próprias ...

 

**Note-se que nunca em nenhum autor encontrámos esta afirmação, embora para nós faça todo o sentido, do ponto de vista «mecânico». O que se descobre (praticamente constante), na passagem das formas a que chamamos IDEOGRAMAS, quando geram ARCOS. Dito de outro modo, na passagem do modelo emblemático ao suporte estrutural.

 

Acontece porém que explicar isto pode não ser muito fácil, o que exigiria aulas (por ser um exercício característico de um arquitecto), ou um contacto «ao vivo», por exemplo em aulas.

 

Por fim, e sobre As sínteses visuais de Henri Matisse, temos mais alguns materiais, quem sabe se para outros posts?

link do postPor primaluce, às 11:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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