Quem conhece a nossa vontade de distinção, entre as primeiras ideias e as mais genéricas para o nosso blog Primaluce, e as mais especificas para o blog que se intitulou ICONOTEOLOGIA; quem estiver nessa situação, pode perguntar porque é que o último artigo postado em Primaluce não veio para aqui?
Se perguntar tem razão, pois nem sempre a pressa de escrever nos torna mais lúcidos...
A luz (que é percepção dos nossos erros) pode vir só depois, como aconteceu neste caso, e assim aqui estamos, a trazer o último escrito para o lugar onde deve estar, e onde devia ter nascido.
Mas, algumas reacções - que é mais fácil acontecerem no facebook - também enriquecem as nossas ideias. Por isso decidimos, transpô-las, igualmente:
1º caso, introdução no facebook
2º caso, a uma pergunta de uma leitora - Catarina Rosenbusch Erhard - "E a seta nunca indicaria circulação ? Nem possibilidade de se dirigir do Espírito para o Filho ?"
Respondemos assim:
"Posso responder que a questão é muitíssimo complexa. Do Espírito para o Filho, e do Filho para o Espírito, tudo foi/é possível. É Teologia Cristã (que está na base da Arte europeia). Quando um sinal posto numa obra de Arte tem várias leituras - diz-se que é polissémico - resulta portanto que a obra de Arte, tal como a Bíblia, é passível de uma exegese (quase bíblica). No nosso caso, bem possível, sou arquitecta não sou teóloga, mas admito ainda vir a estudar teologia, com orientação, para poder ir mais longe. De qualquer forma, na badana do meu livro sobre Monserrate, agradeci a Ana M. Castelo Jorge da UCP o apoio que nessa altura me estava a dar, como co-orientadora, do que iria ser a tese de doutoramento. Essa Professora está agora na direcção da Fac. de Teologia da Univ. Católica, de Lisboa. A sua pergunta é lá que pode ser melhor respondida... Obrigada pelo interesse"
No entanto, ao ter a noção que se podia ir mais longe na responta, acrescentou-se:
"E ainda acrescento, que a melhor forma (na minha opinião) de traduzir visualmente a relação íntima entre o Pai e Filho, e como dos dois procede o Espírito [ver no Evangelho de S. João 15, 26, e ainda S. João 16, 13-15], é a do esquema que durou séculos: a intersecção de 2 círculos. Esquema que por sua vez originou a MANDORLA (que está no «estilo» protogótico), e depois o ARCO QUEBRADO que é característico do estilo gótico".
Por outro lado, o mesmo post tinha passado da página pessoal para a de um Grupo - Arte, Museus e Património - o que nos levou a comentar «probleminhas» que temos tido nalguns dos nossos posts:
"Agradeço à Dália que aprovou este nosso post, para publicação. Caso continuasse suspenso, como há dias sucedeu com um outro (sem que tenha sabido se acabou publicado ou não?), seria caso para pensar que o bullying e os «métodos-para-excluir» da Universidade de Lisboa se tinham mudado para aqui. Métodos de Profs que julgam que esconder e não divulgar (depois de terem aprovado ou dado a nota máxima...) são solução válida para conservar o conhecimento, em caixas herméticas, e impedirem assim que haja evoluções. Este post que escrevi ontem, quase 17 anos depois de ter percebido como anda errada a História da Arte; "trouvaille" obtida a investigar a Arquitectura do Palácio de MONSERRATE (Sintra): este post, digo, é mais uma das provas daquilo que o conhecimento artístico tem que se desenvolver e evoluir, em investigação e conhecimento. Mais, há dias fui contactada por alguém, que se apercebeu, pelos meus blogs e posts (a sorte de haver internet), ter defendido uma tese cujos temas - na relação entre Arte e Filosofia - se aproximam muito das ideias que venho a defender. Só que, se me tenho mantido - mas felizmente, não com a ferocidade arrogante dos doutores profs, da UL! - se tenho sido resistente, é porque 'thanks GOD' as minhas convicções têm lógica e bases científicas. Serão muito interdisciplinares? Sim, são. Como a Arquitectura sempre o foi. Leiam Vitrúvio..."
Terminamos com o que se considera extremamente simpático - porque vale a pena estar nas redes sociais com uma temática cultural que sabemos ser razoavelmente inovadora - vindo da mesma leitora:
"Do interesse da circulação e da intersecção dos saberes :)
Grata pelas seus esclarecimentos."
Claro que também nós estamos extremamente agradecidos