Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
20.5.19

Este livro, da autoria de Mark Gelernter - Arquitecto, Professor da Universidade do Colorado (Denver USA) - é talvez o melhor que conheço dedicado à História da Arquitectura *.

 

Mas, pergunto-me:

 

Quem o lê não ficará convencido que se trata de uma História da Filosofia, muito resumida?

 

Não, não é piada! Compreenderá como em cada época, as principais ideias - traduzidas em Ideogramas de base geométrica - influenciaram as obras?

 

A razão para termos percebido e adoptado a palavra, já que, frequentemente, a Arte (e também a Arquitectura), foi uma verdadeira ICONOTEOLOGIA**? 

 

E apesar de não ter lido o livro todo, ou de nem sempre estar de acordo com o seu autor, é no entanto forçoso reconhecermos a sua imensa qualidade. Razão porque o citámos, e nos apoiámos, nas suas explicações***:

 

Para abrir, desenvolver - e depois passar a defender -, as novas ideias que formámos sobre Monserrate. Assim como relativamente a outras obras, muitíssimo mais recentes...

 M.Gelertner.jpg

 

*Ver  https://www.architectmagazine.com/aia-architect/aiavoices/denvers-dean_o:

Onde Mark Gelernter exemplifica alguns dos desafios que serão colocados aos futuros profissionais:  "(...) area, which I’m really excited about, is “enduring places.” It’s the logical extension of sustainability, in encouraging the adaptive reuse of existing buildings. This brings together our historic preservation programs with our sustainability initiatives, and it encourages a renewed look at traditional languages of design. We now partner with the Institute of Classical Architecture and Art to provide a certificate in classical architecture."

 

**Palavra que foi inventada por Eugenio Marino, OP. Ler também sobre a existência de uma Histiconologia , seguindo uma concepção de Laurent Gervereau.

 

***Concretamente a sua ideia de uma "estrutura divina" (ou Deus) que em geral deveria ficar plasmada nas edificações.

link do postPor primaluce, às 15:00  comentar

9.5.19

...e  se não estou a ensinar é porque não querem!

 

Ou será que alguém na nossa situação – com mais de 40 anos como docente de uma escola de Design - ainda um dia vai ter que explicar tudo isto, «tintim-por-tintim»? (qual tribunal da inquisição?, e nele provar, diferentemente do que «se aceita» em História da Arte, na FLUL, que as imagens têm a capacidade de falar...)

 

Como as imagens - e os esquemas desenhados, como aprendido na ESBAL - que as pomos ao serviço da Arquitectura (bem como do seu desenho e concepção), podem reflectir e traduzir o Pensamento?

 

Como num projecto as imagens justificam, bem antes de se fazerem os cadernos de encargos, ou de existirem as medições e os orçamentos; como elas justificam e dão todo o fundamento aos milhares ou milhões de euros que se hão-de gastar, numa qualquer edificação? Ou numa obra de urbanismo?

 

Se as imagens têm esta capacidade decisória para construir o futuro (*) -  em projectos, em planos territoriais e de ordenamento -, porque não podem essas mesmas imagens ter a capacidade para explicar/relatar, historicamente, as diferentes mentalidades (no plural, porque houve várias) que existiram no passado?

 

Será que ainda vou ter que traduzir este texto fantástico de Rudolph Arnheim (ver imagem abaixo**)?  

 

Texto onde explica, no fim, na frase que sublinhámos, que quando há desenhos que são IMAGENS MENTAIS (ou relatos de processos de pensamento apoiados nas imagens), que esses materiais são bem-vindos. E mais, que se deseja (altamente) que não sejam nem perdidos nem desprezados, dada a sua «fragilidade»...

Será que teremos ainda um dia, de provar tudo isto?    

 

Será que ainda vamos ter de explicar que em geral – numa língua com base na geometria (língua que existiu, mesmo que informalmente) – que o triângulo foi usado para designar a Trindade Cristã, e que o quadrado (numa «lógica muito inesperada», por ser três mais um), significou a Virgem, a Mãe de Deus, que frequentemente era designada por Théotokos? (***)

 

Será que ainda vou ter que explicar/fundamentar toda a produção, «produzida» a propósito do Palácio de Monserrate? Fabricada/produzida» então (entre 2001 e 2004) com imenso estudo é verdade. Mas sobretudo com a liberdade e a espontaneidade, de quem já tinha mais de 25 anos de vida profissional? E, em que cada projecto (note-se, porque isto acontece na vida de todos os arquitectos projectistas...) acaba no fim com a assinatura do autor,  aposta num Termo de Responsabilidade?

 

Terei que provar toda a (minha) honestidade posta nos estudos feitos a propósito de Monserrate?  

 

Enfim,  perante tanta justificação (quiçá necessária?), aqui tenho mesmo que me lembrar de Rogério Mendes de Moura, o meu Editor (Livros Horizonte), que, pediu-me para retirar do livro a maioria das chamadas notas de rodapé. Porém, na sua opinião, essa teria que ser uma tarefa bastante cuidadosa, pois para si - como me fez ver - algumas dessas notas eram, não a essência, mas, considerava-o, um dos aspectos positivos e originais do trabalho que foi realizado.

RUDOLPH-ARNHEIM-def..jpg

(*) Pessoalmente reconheço-a - e acho que essa capacidade de desenhar/designar o futuro, julgo, é uma característica da maioria dos Arquitectos e dos Designers? Mas, pode ser que muitos outros, sobretudo nos Institutos de História da Arte, não a reconheçam? O que naturalmente nos leva a outra pergunta, e esta boa para Reitores:

"Para que existem cursos e até mesmo departamentos de Arte, em Escolas Superiores e em Universidades se o Estatuto que conferem à imagem é de absoluta menoridade? Como se as imagens nunca fossem falantes... Até mesmo as Imagens (ditas) abstractas, como é para a maioria de nós todos o alfabeto e os caracteres do chinês, do japonês, do coreano...?"

 

(**) Extracto obtido em google books 

 

(***) Como deixámos no nosso trabalho. No que foi uma via em direcção ao que muito mais tarde (século XIX) veio a ser a sua definição/consagração (dogmática) como Virgem Imaculada.

Ver ainda aqui uma selecção Google

link do postPor primaluce, às 13:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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