... nem ao Menino Jesus, como mostram os historiadores de arte
Ou seja, do Harmonices Mundi de Képler a um sphere packing que para muitos pode ter tudo a ver com Design*, há muito mais.
Para já há a Elipse que J. Kepler percebeu ser a forma da órbita dos planetas (e que é diferente das ovais como já se escreveu).
Claro que tudo isto precisaria de explicações ao vivo, feitas no quadro, com texto e desenho, e com os interessados a acompanharem, mentalmente e passo-a-passo, as referidas explicações.
O que podemos fazer é isto, como na sala de aula, desenhado no quadro. Depois, compreendam (e memorizem), para que mais tarde vos possamos deixar outros dados (muito mais completos e complexos) vindos de quem sabe bem mais do que nós:
Ou seja, informações de autores que com vários exemplos ligam o novo desenho - que passou a ser conhecido depois de Képler (com as órbitas celestes que antes eram supostas serem circulares), com novas opções arquitectónicas.Isto é, com novos designs da arquitectura, para o tempo em que se passa a saber que as órbitas dos corpos celestes (então as dos planetas à volta do sol) são elipses.
E assim, ao usá-las, sempre e continuadamente as referidas órbitas estiveram presentes - não deixando desta maneira de ser mencionado o Céu (através do novo desenho dessas órbitas**). O que sucedeu de acordo com uma tradição que era antiquíssima, e talvez constante, no desenho ou projecto das obras arquitectónicas.
Quer se tratasse do seu desenho geral, quer fosse, por exemplo, na configuração em pormenor de muitos dos elementos que integrantes dos espaços arquitectónicos.
Claro que a descoberta da Elipse, num tempo em que a presença de Deus no Universo - e sua criação (visto como o Criador de toda a realidade) - era praticamente indiscutível. Então, concluindo, naturalmente e como coisa óbvia essa forma nova (a Elipse) passou à Arte.
À Arte que ainda por cima era quase sempre (ou exclusivamente) uma referência apologética ao divino, a Deus...
Por isso esta fotografia feita no Claustro da Sé de Portalegre, onde as duas setas apontam duas elipses, e não ovais (como já se explicitou, e para que as duas figuras geométricas - que podem ser confundidas não o sejam).
Mais: como se vê são elípticos os vãos abertos, nos panos de parede da parte superior deste Claustro. Vãos por alguns chamados Espelhos, e que alternam com Fogaréus.
Num e outro caso (Espelhos e Fogaréus) como se tem escrito, eram referências a Deus
*Mas ainda perguntamos, pois, aliás, só a ignorância (parece) é que reduz a nada isto: o tudo que tem a ver com Design, e antes com a História da Arquitectura. Uma história que, podemos aceitá-lo, tendo nascido antes do Design, também o preceda em importância
**Lembre-se o Demiurgo de Platão, como Artesão ou Construtor do Universo. De um Universo que se relaciona com a Cosmologia, com o Urbi et Orbi (i. e., a Cidade e o Mundo); ou também o Alfa e Ómega. Que sendo a primeira e a última letra do alfabeto, como de A a Z, se referiam à totalidade que é (era designado como...) Deus. E lembre-se também, complementarmente (ou em simultâneo), André GRABAR, e o que escreveu sobre as representações visuais dos visigodos em Toledo.