Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
31.8.17

Talvez a designação não seja muito importante...

Ou será que é e foi?

O que sei/sabemos é que muitas destas imagens foram como Símbolos, e deram forma/moldaram extensíssimas superfícies e elementos arquitectónicos.

Certo e que este e um dos nossos posts mais lidos.

Além de que certo e tambem o facto do computador que estou a usar na BM de Portalegre - Espaço Iternet - nao colocar acentos! E alguem se incomoda...?

 

NoVãoDaEscada.JPG

Acima um hall de entrada - que muito nos faz lembrar William Morris.  E onde, para além da luz colorida pelos vidros de uma porta neogótica (claro que sim!), há ainda um hexafólio em "bois découpé" e ao fundo uma janela elíptica.

Tudo "effable shapes" como convêm - segundo Vitrúvio (referindo-se a conveniência e décor) - a um espaço que de raiz  tem mais de 250-300 anos. E, claro, muitas campanhas de obras pelo meio...

link do postPor primaluce, às 12:00  comentar

30.8.17

... é sempre difícil separar temas e assuntos, hoje está tudo ligado

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24.8.17

Neste caso fez...

 

Nos estudos sobre Monserrate* e depois sobre aquilo a que passei a chamar uma Iconoteologia, encontrei este episódio, nada bonito, pelo contrário, verdadeiramente muito feio. Horrendo:

Aconteceu na noite de 23 para 24 de Agosto de 1572, portanto há 445 anos, tendo ficado para a História com a designação de Noite de S. Bartolomeu.

Como podem perceber pelos vários links que aqui se deixam (1.,    2., e    3.), o referido episódio foi altamente preparado; uma enorme armadilha** (engendrada na corte...). Está relacionado com o posicionamento (mais definitivo) de França, enquanto nação, face à cisão criada entre Católicos e Protestantes.

Claro que em História (não há só uma via única de especializações, como nos «doutoramentos portugas»...) há que articular diferentes tempos – ou factos e datas. Para nos colocarmos (talvez se conseguir?) no passado que queremos compreender e julgar. Em suma, tentando contextualizar e conhecer o que se terá passado.

Assim, lembre-se que tinha decorrido então - ainda não havia uma década -, o Concílio de Trento, que se distribuiu por 3 longas sessões (desde 1545-63). E a última dessas sessões teve a ver (muitíssimo) com a imagética habitualmente colocada nos lugares de culto. Mas, acrescentamos, não apenas para esses lugares de culto, pois «definir e regular a imagética» isso incluía toda a Arte (Cristã***). Abaixo uma página proveniente da Introduction à obra de Jean Molanus, Traité des Saintes Images, Les Éditions Du Cerf, Paris 1996.

Molanus-Introduction,p.11

 (ver maior)

Imagética que, como é sabido, se começou então a diferenciar, propositadamente, entre Arte e Cultura Católica e Arte e Cultura da Igreja Reformada. Uma diferenciação que se fez também por países, tendo surgido os seus respectivos mentores. Como por exemplo foi o citado Johanus Molanus - que tentou responder, em prol do catolicismo, de uma forma muito empenhada e detalhada, às necessidades da sua época. Ou, mais tarde, e nesse caso em prol da Arte, ou Ciência do Design, próprios para a Inglaterra protestante, do Conde de Shaftesbury (third Earl of Shaftesbury - Anthony Ashley Cooper, autor de The Letter Concerning the Art, or Science of Design, como há 6 anos já se abordou). Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/28577.html

Já agora lembra-se que há alguns dias fizemos um post a lembrar Martinho Lutero e a comemoração na Alemanha dos 500 anos (em 31 de Outubro de 1517), do que se considera ter sido a afixação das suas 95 teses.

Voltando a Catarina de Médici (protagonista da maior importância em todo este assunto) e ao Concílio de Trento, foi ela que exigiu que nas últimas sessões (de 1563), que se «legislasse», o que é mencionado no texto acima, relativamente às imagens e ao seu culto. Como se sabe, essas decisões tridentinas, tal como já tinha sucedido depois de Niceia-II, influenciaram, profundamente, a Arte e a Cultura.

E na Europa, também nas suas colónias, a que é hoje chamada Arte do Ocidente, ficou profundamente marcada pelas várias divisões ocorridas e respectivas sequelas. Por exemplo, Martin Kemp - coordenador da História da Arte no Ocidente (em português edição Verbo 2006) não parece atribuir à religião, expressamente, um papel essencial na evolução artística que aconteceu. No entanto - pelo menos implicitamente – pressentiu uma «autonomização» (mais tarde foram correntes/tendências nacionalistas) das diferentes regiões europeias. É  nesse seu trabalho que à Parte 3 foi dada a seguinte designação:

“A Arte das Nações: Regimes Visuais Europeus 1527-1770”.  

Naturalmente conhecer episódios como este pode dar azo a repulsa, e até uma imensa vontade de negação (muito politicamente correcta). Porém, parece positivo conhecê-los, pois é muito claro que hoje vivemos tempos tendencialmente Ecuménicos.

E é o que se deseja, e faz sentido!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Gérard De Visme - o criador do Monserrate Neogótico (a que chamámos no nosso trabalho, e por influência de Regina Anacleto, “Monserrate-I”) – era de ascendência huguenote.

**Para quem possa estar a seguir a História dos Medicis no Canal 1, aos Sábados https://www.rtp.pt/programa/tv/p34508 , pode ver a violência que aí é retratada: pouco ou nada a ver, com a história mais romanceada (ou até intelectualizada) que muitas vezes temos em mente. Como é o nosso caso (há que o confessar), sobretudo quando se pensa em Pierre Magnard e o que conta de Cosimo Médici: como, com Marsílio Ficino, fez reviver - em Florença -, a Academia de Platão.

***Não esqueçamos que o Poder, a Justiça, exercidas pela realeza e alguns nobres, esse seu direito emanava de Deus, o que em geral (quase sem excepções) se plasmava nas obras da arquitectura. Concretamente nas suas casas como fez Gérard De Visme...

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9.8.17

Já aqui escrevemos, muitas vezes, sobre uma iconologia específica - ou, entenda-se, de vários sinais da iconografia cristã (aplicados na arquitectura), - que eram sinais de nobreza, marcantes da(s) Domus (ou arquitectura doméstica nobre).

Mas para a frase em latim que está no titulo de hoje a explicação pode (re)ler-se indo por aqui.

É que nas sociedades europeias, antigas e tradicionais, apesar da estarem em diferentes regiões geográficas, e de ter havido várias fracturas religiosas marcantes, no entanto tudo esteve ligado, sob uma lógica divina: é que a não-existência de Deus, que para muitos (ou quase todos?) hoje é banal, era então inconcebível.

E os nobres pertenciam a um grupo, ou categoria/classe, que era como que sagrada:

A nobreza existia (ou vinha de) em Deus;

O Direito (de julgar) que os Reis exerciam provinha de Deus;

Era portanto através de sinais específicos que a nobreza de uma Casa (ou família/linhagem) ficava assinalada na Arquitectura (*).

E se houvesse dúvidas, havia/houve quem o lembrasse. Concretamente Sebastiano Serlio escreveu-o com toda a clareza (como aliás já citámos em Iconoteologia):

“... and through them the nobility of that house was expressed. The man who had no statues, not being of the nobility, was called ‘a son of the soil, born from himself’. After that instead of statues they began to use coats of arms, which were similarly awarded to the captains of armies and princes, as had once been done with the statues.” ()   

Por fim, e porque Serlio (se lerem com atenção percebem-no) também se referiu a um German work; esse trabalho de cariz mais marcado, germânico - de que S. Serlio escreveu (e note-se estamos a fazer uma citação de um trabalho que foi publicado em Paris em 1547, 30 anos depois de Lutero ter postado as suas 95 teses em 1517 - ver post anterior).

Enfim, essa característica mais germânica (que alguns «sentem» desde Carlos Magno, fundador do Sacro Império) foi depois instilada, propositadamente, na Arquitectura que até agora tem sido chamada Revivalista. Em geral também a do Norte da Europa: dos países que aderiram ao Protestantismo, e à Reforma que Lutero desencadeou.     

~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) O que é incrivelmente visível, e muito notório, na parte mais antiga da cidade de Portalegre:

A cidade dos 6 ou 7 conventos (?), mas também a que é das Pedras d'Armas e dos Portais Armoriados.

link do postPor primaluce, às 11:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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