Cada vez que penso que sou professora (há 40 anos!) numa escola de Design que fez questão de esconder os meus temas de mestrado, e depois de doutoramento – incrivelmente inovadores - , por versarem a relação intima e directa que existiu entre a Teologia e algumas imagens (a que chamamos Ideogramas); naturalmente que sempre que isso acontece, logo toda esta problemática me faz pensar no mundo de cegueira dos responsáveis, no Ensino Superior (nível de doutoramento!) pela situação em que estamos.
E estamos todos, sim, no plural que Umberto Eco aconselhou a quem escreve uma tese.
Não «estamos» porque se entenda como extrapolação (majestática), mas porque nos auto-limitamos, todos: i. e., colectivamente. Pois quando se perdem (ou destroem) valores individuais é também o colectivo, toda a sociedade que os perde. Seja quem for o autor (individual) das ideias destruídas...
Mas adiante:
Este ano celebram-se os 500 anos do que foi o início da Reforma (luterana), e há muito boa gente - também negociantes, muitos publicitários e marketeers (imagine-se, até designers que conceberam para a Playmobil uma suposta miniatura da figura de Martinho Lutero!); portanto, pessoas que não ficaram indiferentes à questão
Enfim, há muito boa gente que não se melindra com a existência de uma relação Teologia <-> Imagem, e portanto também não faz questão de esconder o assunto. Antes pelo contrário, sabendo da sua importância, exploram-no (em vários sentidos) que não sendo só e apenas culturais, são também rentáveis.
Não se posicionaram para estar de um ou de outro lado, e preferiram optar por atitudes inclusivas: ou seja, celebrando!
Não o que alguns podem ver como uma fractura na unidade do Catolicismo, mas como um enriquecimento de toda a Cristandade*.
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*Se atentarmos a muitas das informações dadas por Joaquim Carreira das Neves no seu trabalho dedicado a Lutero. Ver em http://primaluce.blogs.sapo.pt/padre-joaquim-carreira-das-neves-374433, e sobretudo aconselha-se a ler o livro.