De há uns tempos...*, habituámo-nos a constatar que não há coincidências. Menos ainda meras (ou únicas) coincidências.
É que na verdade, quando se vai à procura - e em geral logo se encontra (é o que se tem passado connosco, quando questionamos e tentamos averiguar); em geral verificamos que há, sim, origens comuns, para imagens que se nos apresentam com semelhanças visuais, totalmente inesperadas.
Ou seja, não é acaso, como podem parecer as duas imagens seguintes (a que se acrescenta, depois, ainda um detalhe da primeira). Reparem:
(legenda)
(legenda)
(detalhe)
E tendo observado, inclusivamente, esta última imagem, verifica-se que para além dos skyscrapers de que Louis Henry Sullivan foi importantíssimo adepto, tendo contribuído para uma imensa mudança, não só da História da Arquitectura, mas da história, do clima e da ecologia das cidades. Verifica-se também que a inserção de elementos antigos, para si, não teria que consistir apenas em inserções (ou integrações) de ordem superficial...
Sabe-se que integrou esses elementos, antigos e ornamentais, pois para si, as grandes superfícies - que ao longe aparentam ser lisas, afinal receberam (imprimiu-lhes) decorações variadíssimas (que se vêem de perto); e, aconteceu, que agora - pelo menos para nós - algumas outras informações, «fizeram faísca»:
I. e., «a questão dos esoterismos», ou alguns segredos que para muitos estão/ficaram plasmados nas obras arquitectónicas, pela primeira vez aconteceu-nos tê-la encontrado.Deixaram de ser palavras e expressões que eram atiradas, sem mais; mas que agora já passamos a poder ir investigar, agarrando-nos a alguma coisa...
Assim, as temáticas de um doutoramento (o nosso!) que têm estado entre «encalhadas e repudiadas» - já que quem nos orientou, quando percebeu ao que estávamos a chegar "meteu o rabinho entre as pernas..." Ou, dito mais bonito, "deu às de Vila-Diogo". Portanto, e agora ainda com mais infos de Henry David Thoreau, talvez consigamos fechar o ciclo que «um certo orientador» tanto temeu: A História da Arte (ou da Arquitectura), que ele tanto receou que pudesse um dia surgir!
Para nós o ciclo fica completo: o que vinha desde uma Kalokagatia, que, parece, poderia ser homérica na sua origem (?)**; e que depois, em sucessivas transformações ocorridas durante mais de dois milénios, se foi esbater (findar ou perder a maior força), no contexto de um cristianismo protestante, colonial, nos EUA.
Por fim - e está a pergunta no título - claro que toda esta evolução, continua a mostrar-se como uma Iconoteologia...
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*Talvez de há 15 anos até hoje?
**Ver em História da Estética, Raymond Bayer, Estampa, Lisboa 1995, p. 27.