Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
14.10.16

Nos nossos enormes esforços para fazer o doutoramento, mas também para incluir nele o que de mais importante estávamos a encontrar; incluir sobretudo as lógicas antigas da Arte e da Arquitectura, lamentavelmente quem nos devia ajudar, fez mais por baralhar do que por ajudar.

Hoje estão aí, a vir ao de cima, os resultados das inconsequências de alguém de quem esperávamos outra competência - séria e verdadeira - em vez daquilo com que nos «presenteou».

Enfim, estamos a escrever, entre outros, de Fernando António Baptista Pereira, que se por um lado nos colocou interessantíssimas questões, por outro lado, também foi aquilo que se chama um «super-empata». Dando-nos aliás aso para o comprovar, quando nos fez ler as suas 48 pp. sobre narratividade visual... A alguém que já ia com mais de 28 anos de ensino numa Escola de Design! (só pode ser piada?)

Mas enfim, nas suas teses (e respectivas metodologias) cada um chama a atenção para aquilo que mais lhe toca, e, sobretudo para o que quer valorizar junto dos outros; i. e., as matérias a que julga esses outros estarão alheios? Ou, os conhecimentos que não têm e, enfim, todos precisam conhecer para que se amplie o Saber e a Ciência. E que depois, «desse poço se possa beber uma água limpa e nova».

«Água» que mata a sede de saber que todos temos, do que não entendemos, ou como aconteceu, e de que todos (como profs.) precisamos conhecer para poder transmitir. Sobretudo nas áreas das Humanidades, e nas disciplinas ligadas à Arte.    

Ou - e tentando ainda explicar melhor a utilidade destes saberes - porque se tratam de informações que passaram ao inconsciente colectivo, mas que, se recuperados e depois habilidosamente incluídos e assim sintetizados nas obras (que são sínteses), essas mesmas obras irão depois adquirir um outro cunho e muito maior valor aos olhos de todos.

É disto que precisamos, não apenas individualmente, mas colectivamente, para todos. Enquanto sociedade, não propriamente para dizer que há mais licenciados, ou mestres ou doutores, mas que estes, se têm formações académicas, que as mesmas lhes tenham acrescentado as correspondentes competências, e não apenas os títulos (como se usam, e para o que servem!) de "épater le bourgeois".*

Passemos então a algumas das importantes informações a que chegámos - pois é preciso ler e compreender os livros, como várias vezes ouvimos a VítorSerrão - e que sublinham, por exemplo, a existência de métodos antigos (anteriores à data em que S. Serlio escreveu, e que hoje não são os mesmos).

Já agora, note-se que, por exemplo, o extracto seguinte vem da abertura do seu V livro sobre a Arquitectura: i. e., é um texto que está muito visível, e não escondido algures entre escritos que por vezes são difíceis, ou, sumamente abstractos, pois está logo no frontispício (desse quinto livro):

Fifth Book

On Architecture

By Sebastiano Serlio

From Bologna

In which there is a treatise on the different forms of sacred temples according to the Christian custom and the ancient method.

To her Serene Highness,

the Queen of Navarra  

Translated into French (…)

Printed in Paris

At the printing house of Michel de Vascosan

M.D.XLVII

With the King´s privilege

 

Neste V livro, por exemplo,  é explicado o emprego de estátuas nos edifícios como sinal da virtude dos seus proprietários; mas, como mais tarde, para evitar essas estátuas (de produção mais trabalhosa, é o que se depreende) se empregaram o que é descrito como “Coats of Arms of Noble Houses”.**

E para quem como nós vem a defender a existência de um conjunto vastíssimo de sinais, que entraram na arquitectura e originaram detalhes específicos, para patentear a nobreza dos proprietários; ou a das Casas, já que eram estas que falavam, pode-se dizer, por toda a linhagem familiar. Para nós, essa referência a um costume (ou maneira) cristão – de sinais que como defendemos foram gerados no seio do cristiansmo para traduzir mensagens e dogmas; e ainda também, a menção do autor relativa à existência de antigos métodos (que em nossa opinião a Arte antiga patenteia, e estão legíveis nas obras). Tudo isto que S. Serlio escreve, vem exactamente ao encontro das nossas ideias: servindo para corroborar os diferentes raciocínios que, frequentemente, cada fachada ou cada detalhe da arquitectura, nos induziu.

Raciocínios que os fizemos, thanks God, provando pelo menos por mim (embora como se sabe, seja cada vez menor o equipamento intelectual com que cada se apetrecha...) que a máxima abstracção que é apontada aos ditos sinais, pode não ser tanto assim...?

E, exactamente como consta nesta passagem, nós vamos lendo, vezes sem conta, nos detalhes da arquitectura gótica, o que a Ecclesia Mater terá querido transmitir. Muitos detalhes, ou desenhos, que não se perderam (como invariantes, ou até as suas lógicas, que geraram outras formas) ao passar para «maneiras» que hoje são mais conhecidas como latinas, romanas, até venezianas, mas sobretudo renascentistas. E portanto diferentes de um tal German Work de que também Serlio escreveu.***   

“... and through them the nobility of that house was expressed. The man who had no statues, not being of the nobility, was called ‘a son of the soil, born from himself’. After that instead of statues they began to use coats of arms, which were similarly awarded to the captains of armies and princes, as had once been done with the statues.” (…)   

E antes de terminar este post, note-se que nunca - nem na FLUL ou na FBAUL -, algum prof. nos alertou para esta questão. Que havia toda uma sinalética posta nas obras para falar pelos seus donos, ou proprietários.

Uma questãon que é óbvia - e que daqui para a frente é facilimo todos, e muitos mais, virem dizer que já se sabia. Pois então que o mostrem, onde escreveram e explicaram o funcionamento deste ancient method a que Serlio se refere.

É que nem Maria João B. Neto, nem Vítor Serrão ou Fernando António Baptista alguma vez nos falaram de tal coisa...!

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*Pois se o país quer competir com os outros, por uma economia «mais positiva», então que tenha condições para ser e ter mais, para poder distribuir (sem a escassez actual). 

**Claro que estes “Coats of Arms”, de simplificação em simplificação se transformaram naquilo que em português chamamos Pedras de Armas, ou Brasões.

***É que por fim, também podemos dizer que estando terminadas as perseguições e clarificadas as situações, agora a BAQ está para nos ser utilíssima.

Assim como vária bibliografia de Grover Zinn

Depois há a contemporaneidade, bastante diferente, na maneira de criar formas e produzir obras de arquitectura.

link do postPor primaluce, às 00:20  comentar

9.10.16

Alguém veio ler este post ---> http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/61302.html

Mas, porque na medida das nossas possibilidades não deixámos de continuar as investigações, hoje teríamos interessantíssimas novidades para FABP:

Informações dadas por Chesterton, neste livro que agora nos surge como obra preciosa. explicando «a revolução» de S. Tomás, e ainda aquilo a que chama «o baptismo de Aristóteles»*.

STA-G.K.Chesterton.jpg

Enfim, a passagem para imagens realistas, e na expressão de G. K. Chesterton, "abandonando a secura de diagramas abstractos, nascidos em lógicas platónicas." Nada mais, nada menos - mas exactamente o que temos defendido! O que vem evidenciar como são feitas, no joelho, a maioria das investigações de História da Arte.

E para já, não ironizando com aquilo a que pomposamente se vai chamando metodologia...  

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*E na relação directa que dizemos ter havido entre Teologia-Arquitectura, claro que a transição do (neo)platonismo para o aristotelismo, naturalmente deixou marcas.

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link do postPor primaluce, às 11:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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