Porque são um dos nossos posts, aqui, mais visitados.

Acontece que ao lerem/verem imagens do autor medieval, dos folios depositados na BNF, elas são de imediato associadas à Arquitectura, porque o autor é visto como arquitecto.

Mas, muitos mais Diagramas (medievais) gerados em lógicas neoplatónicas - como incessantemente não temos deixado de defender - já existiam e eram transpostos para as obras de Arte e sobretudo para as obras de Arquitectura. Como se esta arte/disciplina fosse - pelo seu carácter tendencialmente abstracto o suporte mais próprio e adequado para integrar esses desenhos.

Lembre-se que Hugo de S. Victor defendeu que a Igreja (a instituição, e por isso também os espaços edificados que recebiam este nome, que fossem igrejas grandes ou pequenas) deveria ser como uma Arca (barca):

A Arca de Noé, protectora contra os desaires e dilúvios, por que as vidas de todos nós, metaforicamente, vão passando, e com isso sofrendo. Lembre-se a ideia de Blaise Pascal que se dizia (sentia) protegido por essa mesma Arca.

Mas, como é sabido, Hugo de S. Victor não levou a sua alegoria aos mais pequenos dos detalhes, como por exemplo era objectivo de Troufa Real, no projecto que fez para a igreja do Alto do Restelo-Ajuda... Ou seja, a metáfora era um simples um apontamento, um esboço de ideia, que a mente de cada um compreenderia (?) e aí acabava. 

Acabava, visualmente, restando, qual «obra aberta», que a imaginação de quem via as obras, depois as terminasse dentro de si (ou seja mentalmente, porque nem sempre tudo tem que ser explicitado...).

A Arte (e a arquitectura) como linguagem, vive sempre de analogias, de correspondências, de significados (que se traduzem), etc.

Isto é, de algo que é incluído - acomodado/sintetizado - na obra, em substituição de uma outra realidade, pela qual está presente (ou a resumir a sua ideia).

Tudo isto pode não ser fácil de compreender, mas mais do que vos estamos a dar, ... neste momento, não pode ser.

Assim divirtam-se com links para imagens de alguns dos muitos Ideogramas que foram parar à Arquitectura; chamamos-lhes assim, porque se foram imagens (diagramas e resumos visuais) de Ciências e de Conhecimentos, em geral ficaram depois associadas a ideias mais restritas: daí a tendência (errónea) de alguns para lhes chamar símbolos...  

https://commons.wikimedia.org/wiki/Medieval_diagram

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Byrthferth_enchiridion.jpg

https://commons.wikimedia.org/wiki/Diagrams_by_period#Drawings_by_Rene_Descartes_.281596-1650.29

Nos tempos que correm é cada vez mais raro alguém assumir que a Religião seja fonte ou origem de conhecimentos.

Isto é, de conhecimentos como alguns dos que pusemos no post anterior, e que continuaremos a abordar, sine die...

Ou seja, sem dia marcado ou alguma hora mais específica, dependendo apenas da actualidade que mais nos toca e remete para o muito que temos estudado a propósito de descobertas iconoteológicas iniciadas com o Palácio de Monserrate (de Sintra)

Neste caso o viajante-escritor Gonçalo Cadilhe recupera «passos» ou as andanças de um português que no século XIII se distinguiu de tal forma que muito pouco tempo depois da sua morte foi logo canonizado.

Assim fica um dos links para o que se pode procurar melhor na Rádio Renascença