É verdade, a maioria dos azulejos estão repletos de Ideogramas, a que todos chamam Símbolos* (se os virem noutros contextos visuais, que não em «banais» azulejos...).
Note-se que para nós, actualmente, depois do muito que Thanks God aprendemos, hoje vemos os Símbolos como articulados - escritos, com palavras - como é o Símbolo de Niceia-Constantinopla, também designado pelos católicos mais informados como Símbolo da Fé ou Credo.
Porém, para não sairmos da realidade onde estamos, ou deixar de pisar o mesmo chão que todos pisam, e onde enfim todos se ««entendem»»; para isso, claro que (até ver...) ainda estaremos ligados à palavra Símbolo, provavelmente durante muito mais tempo?
O que é interessantíssimo verificar - e aqui corresponde à nossa noção de Símbolo - é que quando se pretenderam fazer obras (construções/arquitectura) foi possível usar imagens e formas tridimensionais, consonantes e sinónimas desses Símbolos da Fé**. Ou seja, como tem sido atribuído a quem ficou para a História com a designação de Pseudo-Dionísio - o Areopagita, um autor que no século V-VI considerava que as "mentes mais perspicazes" não teriam dificuldade em estabelecer correspondências entre ideias (ou palavras) e imagens.
Mas, claramente, isso foi há muitos séculos, pois nem todos têm (hoje) um nível de perspicácia elevado como tinha o Areopagita no século VI; ou ainda a perspicácia que teriam, igualmente, aqueles que o rodeavam; pois ninguém, ou a maioria, já não fala por metáforas e analogias, ou sequer consegue estabelecer «correspondências ideológicas»! Aqui a começar aliás pela própria palavra ideologia que, pobre coitadita, anda a ser reduzida à política partidária, não conseguindo servir para muito mais do que isso...
Avancemos pois, já que no caso seguinte está uma imagem que é icónica, mas não naturalista (no mundo natural não existe, como esquema só o representa); mas que tem funcionado como Símbolo. E a melhor prova deste facto é a sua inclusão na bandeira nacional.
Redesenhámo-lo, e como de costume esse simples acto trouxe-nos mais informações..., já que como Feynman disse "O que não consigo construir não consigo compreender".
E por aqui estamos na mesma
Mais uma vez sorte que é sorte dá trabalho. Aqui, será o de:
"...uma Escrita Ibérica à procura do seu Champollion?"
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*Ou seja, as mesmas formas que frequentemente estão na planta (ou na conformação da implantação, para tentar ser mais explicita e esclarecedora) de inúmeros edifícios.
**Para nós, já o escrevemos muitas vezes e continuaremos a fazê-lo, é deveras impressionante compreender como algumas igrejas, conventos ou catedrais góticas, conseguem exprimir nas formas tridimensionais escolhidas, palavra-a-palavra o articulado (redacção em palavras) que um símbolo da fé constitui.