Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
29.2.16

É verdade, a maioria dos azulejos estão repletos de Ideogramas, a que todos chamam Símbolos* (se os virem noutros contextos visuais, que não em «banais» azulejos...).

Note-se que para nós, actualmente, depois do muito que Thanks God aprendemos, hoje vemos os Símbolos como articulados - escritos, com palavras - como é o Símbolo de Niceia-Constantinopla, também designado pelos católicos mais informados como Símbolo da Fé ou Credo.

Porém, para não sairmos da realidade onde estamos, ou deixar de pisar o mesmo chão que todos pisam, e onde enfim todos se ««entendem»»; para isso, claro que (até ver...) ainda estaremos ligados à palavra Símbolo, provavelmente durante muito mais tempo?

O que é interessantíssimo verificar - e aqui corresponde à nossa noção de Símbolo - é que quando se pretenderam fazer obras (construções/arquitectura) foi possível usar imagens e formas tridimensionais, consonantes e sinónimas desses Símbolos da Fé**. Ou seja, como tem sido atribuído a quem ficou para a História com a designação de Pseudo-Dionísio - o Areopagita, um autor que no século V-VI considerava que as "mentes mais perspicazes" não teriam dificuldade em estabelecer correspondências entre ideias (ou palavras) e imagens.

 

Mas, claramente, isso foi há muitos séculos, pois nem todos têm (hoje) um nível de perspicácia elevado como tinha o Areopagita no século VI; ou ainda a perspicácia que teriam, igualmente, aqueles que o rodeavam; pois ninguém, ou a maioria, já não fala por metáforas e analogias, ou sequer consegue estabelecer «correspondências ideológicas»! Aqui a começar aliás pela própria palavra ideologia que, pobre coitadita, anda a ser reduzida à política partidária, não conseguindo servir para muito mais do que isso...

Avancemos pois, já que no caso seguinte está uma imagem que é icónica, mas não naturalista (no mundo natural não existe, como esquema só o representa); mas que tem funcionado como Símbolo. E a melhor prova deste facto é a sua inclusão na bandeira nacional.

 

azulejos-pena(2).jpg

 

Redesenhámo-lo, e como de costume esse simples acto trouxe-nos mais informações..., já que como Feynman disse "O que não consigo construir não consigo compreender".

E por aqui estamos na mesma

azulejos-pena.jpg

 

Mais uma vez sorte que é sorte dá trabalho. Aqui, será o de:

"...uma Escrita Ibérica à procura do seu Champollion?"

~~~~~~~~~~~~~~

*Ou seja, as mesmas formas que frequentemente estão na planta (ou na conformação da implantação, para tentar ser mais explicita e esclarecedora) de inúmeros edifícios.

**Para nós, já o escrevemos muitas vezes e continuaremos a fazê-lo, é deveras impressionante compreender como algumas igrejas, conventos ou catedrais góticas, conseguem exprimir nas formas tridimensionais escolhidas, palavra-a-palavra o articulado (redacção em palavras) que um símbolo da fé constitui.

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14.2.16

 

Uma data que no passado foi de enorme importância dadas as divisões existentes dentro da Igreja.

 

Assim, havendo já muito escrito - Triunfo da Ortodoxia, Iconoclasmo, Wikipédia - por aqui saibam que data é hoje, e a importância que em tempos, desde o ano 787 este dia teve...

 

Claro que é um assunto no qual nunca teríamos avançado, nem sabido nada, não fosse a necessidade, atrás, há uns anos, que fizéssemos um doutoramento!

 

Não ficámos doutores, mas cheios de sapiência, o que, Thanks God, não é o mesmo, porque é muito melhor! Sobretudo numa escola de Artes Visuais em que falar de Niceia II, ou das Actas desse Concílio e suas consequências, é mais incompreensível e inaudito, do que se aparecer um professor de chinês!

 

O «dito doutoramento» está no tinteiro, o qual, nos tempos que correm (e apetece enfatizar esta ideia), pode não ser um stylo, nem a tinta que o abastece; mas, tão simplesmente, os doodles que ainda só bailam nas nossas mentes. Os quais, frequentemente, nem sequer temos a noção, consciente, deste facto*:

 

Como inúmeras imagens interiores, também designadas imagens mentais (o que afinal, verdadeiramente, constitui a Imaginação), esse tema interessa a cursos de artes visuais. Porque as ditas imagens existiram (primeiro na mente) e passaram para as obras da Arquitectura e da Arte de todo o Médio Oriente. Também da Europa, quase em simultâneo, já que se tratam de regiões do globo que estiveram em permanente contacto.

 

Tudo se processando (parece-nos?), de um modo que seria interessantíssimo as Neurociências investigarem: i. e., procurar saber se todos os povos de todas as regiões do globo, possuem este mesmo «mecanicismo» (ou recurso mental) para lhes facilitar o pensamento e o desenvolvimento das ideias**?

 

Aliás, a expressão inglesa dataflow diagram é muito sugestiva, e o flow lembra, sem dúvida, o fluir da Consciência e do Pensamento. Sendo que, as próprias setas que se rabiscam nestes discursos mistos feitos de palavra e desenho; essas setas lembram sinais (contentores de significados) e canais por onde o pensamento como um rio vai correr, com muito maior facilidade. 

 

ConversasComDoodles

 

*A imagem acima é a expressão visual de uma conversa: o que alguém sentiu necessidade de desenhar para exprimir ideias difíceis, e assim foi rabiscando ("doodling") enquanto falava...

**Uma questão que, perguntamos hoje como perguntámos em 31.01.2005, pode também ter estado implícita no que foi o Movimento Iconoclasta:

As imagens que se condenavam eram apenas as imagens naturalistas ou também as abstractas? Ou não se fazia essa distinção?

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13.2.16

… em Monserrate uma nova História precisámos explicar mais - mas não a questão politica, apenas as questões religiosas - do que aquilo que alguma comunicação social de hoje chega a informar.

Como é exemplo a noticia do link seguinte:

 

http://24.sapo.pt/article/sapo24-blogs-sapo-pt_2016_02_11_1086046062_afinal--de-onde-vem-a-separacao-entre-cristaos-ortodoxos-e-catolicos

 

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3.2.16

Dizia alguém, há dias, como foi fantástico o sonho de António Quadros - e a sua concretização, quando actuou e com um grupo de pessoas fundou o IADE.

Dizia e com razão, levando-nos por isso a pensar em diferentes vertentes desse sonho.

Ou, melhor dizendo, nas facetas e obras de uma personalidade que foi extremamente rica, e que apesar de algumas vicissitudes, e de haver actualmente muitas faltas de atenção e incompreensões relativamente aos valores que criou, pela nossa parte, para estarmos hoje aqui a escrever isto, é porque lhe devemos imenso: e, exactamente, por algumas dessas suas «vertentes», diferentes e no plural, que não uma única!

Quando em 2002 a estudar Monserrate começámos a perceber a enorme importância histórica da questão do Filioque, e como a mesma estava relacionada com o povo Godo, foi quando nos virámos para uma obra de A. Quadros que António Ferro nos oferecera meses ou só alguns dias antes (já não me recordo?)*.

Depois, e embora isto tenha sido a maior das coincidências, mas é impossível não ver aqui um certo "simbolismo" (há quem lhe chame holismo e com esta palavra diga/prove como tudo está ligado), no facto do lançamento do nosso livro dedicado ao Palácio de Monserrate, ter ocorrido exactamente no IADE, em simultâneo e com vários factos e seus desenvolvimentos ulteriores (que nos trouxeram ao hoje, aqui e agora, i. e., ao mal ou ao bem em que estamos?).

Mas neste blog, em Iconoteologia - se é que os assuntos são separáveis - não é a escola que fundou, o foco do nosso interesse neste momento. Hoje quer-se destacar/lembrar o facto de A. Quadros não ter deixado cair várias temáticas, trazendo-as até hoje; ou até nós**.

Entre elas estão algumas referências a Joaquim de Flora, que já investigámos (não exaustivamente, mas apenas...) por outras perspectivas que não só as de António Quadros. Já tratámos também o facto de (A. Quadros) ter apresentado a questão das Figurae, mais especificamente os Círculos Trinitários de que já se escreveu.

Poderão ler aqui esse post, mas hoje acrescentam-se outras informações. É que se não sabemos (com todo o rigor***) se as referidas Figurae de Flora estiveram na base de alguma planta de igreja? O que aliás, prevê-se não ser tarefa muito fácil de detectar, já que esse design, no caso de existir - e porque o desenho original de Flora é pouco rigoroso do ponto de vista geométrico - então é difícil a descoberta ou o reconhecimento desse desenho. Quando muito, já nos apercebemos de algo bastante semelhante, que é o que está na Planta da que foi chamada Hagia Sophia em Constantinopla...

Depois, também em Florença há uma obra de Brunelleschi (não o Duomo) que deve ser lembrada: a igreja do Santo Spirito, projectada em 1436, em que pode, vagamente, notar-se no desenho dessa planta uma possível «filiação» nas referidas Figurae de J. de Flora.

Mas noutros casos, como é o do IDEOGRAMA que esteve na base do (ou se relaciona directamente com o articulado que ficou conhecido como) Credo de Atanásio, já encontrámos uma obra de Guarino Guarini que, sem dúvida provém da imagem abaixo:

SeparationEastAndWest.jpg

 

Neste caso, é a página 36 de um trabalho de investigação de Edward Norman intitulado The Roman Catholic Church (edição da Thames and Hudson, London 2007),onde corrobora, exactamente, aquilo que defendemos na FLUL em Janeiro de 2005 (como a origem do Estilo Gótico deveria estar na questão do Filioque. Leiam o excerto:

SeparationEastAndWest_.jpg

 

 Por fim esta outra imagem que de novo se publica, clicar para legenda,

e ler abaixo:

 

ManuscritoFrancês-DiagramaTrindade

 

Nesta 3ªimagem constata-se que é a mesma estrutura, integralmente, da 1ª imagem, mas acompanhada de ornamentos (de contexto visual). Apresentado em 31.01.2005 na FLUL, na defesa da tese mestrado:  porque se trata da base geométrica dos arcos que são comuns, ou os mesmos, quer em Monserrate, quer no Palácio dos Doges (Veneza) em que o palacete de Sintra - por influência directa de J. Ruskin sobre os arquitectos Knowles - se inspirou.

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*Ver em Portugal, Razão e Mistério I e II

**Como nesse caso concreto pudemos elogiar Maria João Baptista Neto, por nos ter apresentado um tema tão rico e tão interessante, como é o das Origens do Gótico: tema que, actualmente, seria bem útil que muitos mais o pudessem compreender. Pois significaria que podiam ir mais longe e assim saber das raízes de vários «distúrbios», altamente preocupantes, dos tempos que vivemos.

***Embora vejamos casos que estão lá muito perto...

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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