Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
26.11.15

A este objecto lendário, que, quem sabe, pode ter existido? A ele, e durante mais de 2.000 anos, foram dedicadas inúmeras referências escritas, e estudos. Sobretudo depois de no século XII Hugo de S. Victor ter escrito os Tratados que originaram a Arquitectura Gótica.

Quem já tratou, bastante, sobre este assunto - como sabemos - foi Patrice Sicard, e também Grover Zinn. E pode até acontecer que haja ainda mais estudos, mas, desses outros não nos lembramos, ou não sabemos... (como é o exemplo em nota abaixo**).

Como também, em geral, poucos (ou nenhuns?) saberão daquilo que pensamos dos De archa Noe de HSV (isto é, designados em português - Arca Moral e Arca Mística). Nem mesmo Fernando António Baptista Pereira, que, pelo que nos disse/escreveu pouco ou nada terá lido dos nossos estudos e dos respectivos textos, que produzimos entre 2006 e 2012.

 

Mas, adiante (e bem longe), porque tristezas não pagam dívidas, e desta burrice asinina há-de a História um dia contar: sobretudo com muito mais detalhes.

 

Por nós, o facto de conhecermos a nossa profissão, isso deu-nos - face aos De archa Noe - a possibilidade de hoje poder estabelecer analogias com algumas peças projectuais, que ainda agora existem, e se produzem (por serem necessárias); sendo, como se percebe, da máxima premência quer para se poder executar um projecto arquitectónico, quer também depois a obra que esse mesmo projecto preconizou.

Até agora os ditos Tratados têm sido objecto de estudo - integrados na área da Teologia: estudados por vários autores que não são arquitectos (também por Mary Carruthers), sendo que Patrice Sicard apresenta algumas passagens traduzidas para francês e Grover Zinn desde há alguns anos (temos acompanhado, o que é possível), que tem em mãos a tarefa de traduzir os referidos textos (naturalmente para inglês).

A propósito do Palácio de Belém - de que há dias escrevemos, e dos seus tectos (interiores) que consideramos Telhados de Tesouro (exteriormente, ver Orlando Ribeiro e as designações que adopta). É evidente que tudo isto, e muito mais nos ocorreu (incluindo, tal e qual, a dita burrice asinina - responsável pela existência dos nossos blogs***).

Claro que Philibert de L'Orme, de quem tivemos infos por Maria João Baptista Neto, mas também outros autores - que nos fez ver/ler/conhecer - sobretudo (ou regra geral) autores franceses como Mansart, os dois Blondel e andando para trás Androuet du Cerceau et Le Muet. Todos estes autores, basta folhear a bibliografia e ver os projectos que esses 'Architectores'  desenharam (e arquitectaram); para se constatar como nos seus telhados estão lá sempre, pelo menos desde HSV e Philibert De L'Orme, - e, decerto muito mais como desiderato (do que como alguma reminiscência que fosse inconsciente); estão lá sempre, repete-se, imagens que começaram por ser descritas no primeiro livro da Bíblia: i. e., no Livro do Génesis

E este tema que permanece ainda hoje como um imenso enigma sobretudo da Cultura Arquitectónica Francesa, de forma que (mesmo no século XX, supomos?) terá sido inconsciente; apesar de tudo, e desse modo - algo desconhecedor e aparentemente ainda muito mal explicado - este tema continua a lançar vocábulos, ideias e sugestões que se tornam obra edificada: i. e., posta aos olhos de todos, nas construções citadinas.

E talvez até, associando àquilo a que, normalmente, chamamos falante? Neste caso, inconscientemente, sublinha-se, reduzindo-se a temática, pela sua mais simples designação -

"La Grande Arche"!

O que, e mais uma vez que nos desculpem a emoção, mas é impossível não ficar fascinado com a imensa beleza de uma obra que assim «designada» - não desenhada - perpassa (todo) o tempo.

 

La_Grande_Arche_de_la_Défense.jpg

 

 (clic para legendas)

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Talvez mesmo sem saber porquê?

**No texto que vos deixamos (difícil mas para ser lido - em especial por Fernando António Baptista Pereira, Maria João Baptista Neto e para Vítor Serrão); nele estão mencionados vários outros autores, como é por exemplo Conrad Rudolph, de quem já lemos vários artigos. Mas, quem mais trabalhou nesta área (e por que uma grande parte é em francês, não em latim, assim conseguindo-se mais informações), esse investigador foi Patrice Sicard. Depois, Mary Carruthers, que ao absorver e interpretar algumas destas informações, «encaixa-as» na sua vastíssima sabedoria, devolvendo informações que são de um enorme interesse para compreender as obras de Arte.

***Como é sabido (e nunca nos esqueceremos desta ideia essencial), é de certeza muito mais interessante para qualquer instituição de Ensino Superior - em geral dita «Instituição de Acolhimento» -; é de certeza absoluta muito mais produtivo para essa instituição expulsar os professores e «desacolhê-los», para eles depois, como resposta, poderem estar de fora a denunciar. Não apenas a expulsão, mas sobretudo a ignorância que lastra, alastra, existe  e permanece, for ever, nessas mesmas instituições...

É Portugal no seu melhor retrato: é a rentabilidade da Ciência portuguesa: é uma originalíssima gestão de recursos; é o pagar sim, mas, e porque é bom demais, depois a expulsar, dar encontrões, e de todas as maneiras «manietar»...

Ver também http://primaluce.blogs.sapo.pt/164020.html

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19.11.15

Para além disso supomos que foi o nosso orientador de doutoramento - Professor Doutor Fernando António Baptista Pereira - que colocou (e assim definiu e classificou), como área de investigação cientifica do Instituto Francisco de Holanda, a seguinte síntese: 

----------------» http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

O nosso trabalho é referido no slide 3 e no 6º (deste modo):

Origins, Meaning and Evolution of Artistic Styles

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17.11.15

O post de hoje vem de um texto que felizmente nos informou (e continua a formar), imenso, relativamente à Arquitectura e Arte Antiga.

Sobre Pugin, e do que escreveu, temos a sorte de ter reunido alguma bibliografia sua: a que influenciou Ruskin e William Morris. Também Le Corbusier e vários outros autores que em geral são considerados autores-chave para compreender o Modernismo arquitectónico (i. e., muitas obras do séc. XX).

Porém há relatos de Maria João Baptista Neto, que são bastante melhores do que aquilo que podemos recolher em A. W. N. Pugin. Porque aprofundou as questões, muito honestamente, num contexto em que não lhe seria possível avançar (?), demasiadamente, podendo tirar conclusões...

Quanto a este aspecto, nada despiciente quando se faz investigação, estamos agora menos preocupados com ele, centrando-nos mais nos conteúdos do que escreveu, transcreveu e citou (mas deixando quase tudo na mesma!).

 

Imagem da página

TheEcclesiologist.jpg

 

A ler e ampliar aqui

Deve notar-se no entanto que a autora (MJN) foi ainda mais explícita, do que aquilo que se sublinhou. Na nota ao texto (nº 15) - sobre a actividade dos arquitectos e projectistas que queriam ir mais longe no que consideravam ser mais correcto  (de acordo com uma «conveniência formal» que vinha de há milhares de anos, e que se iria reforçar em breve, originando outros conceitos como o de adequação e funcionalismo); a esse texto Maria João Neto acrescentou ainda mais, criticando, o que não terá conseguido ver de outro modo*:

Como o vocabulário arquitectónico tivera na sua base, uma origem linguística, para qual contribuíram, dadas as polissemias dessa mesma «língua», variadíssimas áreas do Saber antigo, outrora unas!

A seguir repare-se por exemplo no excerto, que refere o número 2, sobre a dualidade de Cristo, um tema que se iniciou cedíssimo na história do Cristianismo: com Ário. Ou, refere ainda a Trindade associada ao número de luzes abertas nas paredes e seus vãos**.

Sobre os grupos de estudos escreveu (e citou):

"Rapidamente ganharam implantação e mantinham uma volumosa troca de correspondência com vários sacerdotes que colocavam as mais diversas questões, a propósito da construção ou restauro da sua igreja: seria a agulha essencial na construção de um templo? seria mais correcto a janela ocidental ter duas luzes, simbolizando a natureza dual de Cristo, ou as luzes como símbolo da Santíssima Trindade..." ***     

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

 

*O que também nos aconteceu a nós, dada a força com que se instalaram ideias muito erróneas. A par do desconhecimento, crescente, da História. Um fenómeno que deve preocupar todos, em particular os professores, perguntando-se: a enorme diversidade de informação hoje existente, veio para ficar? Apagando a hipótese de se conhecer o passado, e de nos conhecermos a nós mesmos? Inclusive o que vai acontecendo todos os dias, o que parecem histórias não encerradas, e sim retrocessos civilizacionais?

**Correctíssimo: por ser isso que determinava uma maior clareza nas leituras (mnemotécnicas) do desenho arquitectónico. Mas o facto de ter permanecido o termo luz e luzes em vez de janelas, só isso é muito significante...

***Neste caso citando Paul Frankl.

 

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9.11.15

Sem tempo para podermos andar a olhar para tudo o que existe e a Arte Cristã criou, quando fazemos encontros (ou serão re-encontros?) eles são também depois emoções, e várias «descobertas» extraordinárias.

Por aqui (é um dos exemplos) sabemos como e porquê os polígonos regulares foram Ideogramas e em simultâneo Kala schemata.

Já no caso de "uma Anunciação" - que é perfeitamente medieval - repare-se na estrutura da sua imagem que está no mesmo sítio da internet: http://expositions.bnf.fr/fouquet/enimages/geometrie/feuille/ill5/4.htm

Porém - para nós nunca será de mais insistir nesta questão, estando sempre a bater na mesma tecla, e a ensinar - na base das «especulações» (geométricas) de quase toda a Arte Cristã e seus vocábulos visuais estão 2 únicas imagens.

 

A 1ª Imagem

Definição13-AntónioRodrigues.jpg

 

A 2ª Imagem

Argolas: como no Castro Guimarães-Cascais.jpg____________________________________

 

Acontece que todos os que sabemos um pouco de Geometria sabemos também que aquela a que chamamos 2ª Imagem, decorre, imediatamente (é só traçar mais um círculo) da 1ª Imagem.

Depois, também sabemos - de cor e salteado (sem precisar de pegar no compasso porque já o fizemos milhares de vezes na vida) - que basta unir os pontos notórios de qualquer uma das Imagens, para, por exemplo obter uma malha triangular (regular). Ou, outros variadíssimos padrões (apetece dizer milhares, mas nunca os contámos, não vamos contar e menos ainda mentir!) que integram a Arte Cristã.

E integram quer de uma forma directa e logo visível, ou que estão subjacentes aos arranjos pictóricos que a maioria das obras contém.  

E assim se chega a imagens que encontrámos, recentemente, em diferentes obras de Eduardo Nery (ou, já há mais tempo em inúmeros trabalhos de Nadir Afonso).

           1_182_001nery_w3imx1tfe3.jpgMalha--Triangular        

 

 (clic para legenda)

Perguntando-se: Estaremos ainda enganados? Ou havendo tempo - o tal, sabático, que o IADE tinha por obrigação, mais do que superior, moral, científica, legal, ter-nos concedido; com esse tempo não se chegaria à certeza, com conclusões devidamente retiradas*, de se ter compreendido a linguagem que está nas «formas historicistas» da Arte Europeia?

Não se entenderá assim, claramente, que os Críticos de Arte e os estudiosos da obra de Nery tenham referido uma "fase metafísica"? Ao reencontrarem, como nos acontece, a génese que vai para além de toda a física (e é de ordem espiritual) que está patente na Cultura Europeia? A tal que alguém** lembra ser optocêntrica, porque muitos dos seus conceitos nasceram em imagens (ópticas).

Naturalmente, de cada vez que se fazem mais «descobertas»  - "trouvailles" como estas, que são mínimas, ou só meras confirmações das nossas ideias - é impossível não ter raiva da ignorância que habita no IADE; e idem aspas, da ignorância que milita na FBAUL, instituições de um país de aldrabões onde a Justiça está MUITO longe de existir...

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*O mesmo tipo de conclusões que retirámos ao fazer o estudo do Palácio de Monserrate e que apesar da palavra Conclusões não estar lá (pois escreveu-se Síntese Final), acontece que apesar disso a inveja não foi pequena.

**Alguém que não tem poucas ou pequenas «culpas no cartório» (mas sim culpas enormes), para a situação vergonhosa que foi e se mantém criada?

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4.11.15

Um verdadeiro exemplo de Iconoteologia

1_182_001nery_w3imx1tfe3.jpgLeiam a legenda (clicar na imagem), comparem com os inúmeros exemplos que há anos estamos a reunir

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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