Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
21.9.15

O que escrevemos recentemente sobre a incapacidade das pessoas do IADE, para ver, ler, compreender imagens (até parece o titulo de um livro de Laurent Gervereau?) isto aplica-se ipsis verbis, também ao pessoal do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras, e, de maneira que não compreendemos, ao nosso orientador de doutoramento - Fernando António Baptista Pereira (já que sempre deu "uma no cravo, outra na ferradura"...).

 

Na FLUL há que começar por Vítor Serrão e continuar em Maria João Baptista Neto, que em 2005 depois de me ter comunicado algumas apreciações bem interessantes e tão positivas da Professora Doutora Maria do Rosário Themudo Barata, sobre o meu trabalho, depois resolveu seguir o seu boss, quem sabe se (disseram-nos?), ameaçada por «perder o emprego»...

 

De facto, parecem comportamentos de tempos medievais, ou ainda do tempo de Moisés? Comportamentos de gente - como ele os «descreveu» (depois da adoração do bezerro de ouro), de "dura cerviz" : de gente, repete-se, que teimosamente insiste em viver agarrado aos seus atavismos, àquilo que, basicamente tem por garantido, e que teme afirmar-se: ou seja sair dos carris, e do normalzinho!

 

E, rememorando ainda mais o que se passou depois de 31 de Janeiro de 2005, foi logo a seguir - quando ainda estava a dizer a alguém (e lembro-me bem que foi a Alexandra Prista do CNC!) que seria talvez melhor não avançar para o doutoramento, pois iria ser o cabo dos trabalhos: i. e., que seria um doutoramento para o qual não sabia se conseguia ter energias, tanta a estupidez de que me estava a aperceber, e sabia estar rodeada*?

 

Mas, foi logo em Fevereiro de 2005, que me apercebi de mais e muito importantes provas do que tinha deixado escrito em 2004 (e foi publicado mais tarde em 2008); provas que, isso era o normal, iriam tornar mais fácil de provar e demonstrar tudo que se estava a detectar.

Foi na própria biblioteca da Faculdade de Letras da UL, num livro recente de Xavier Barral i Altet (2003), que encontrei referências escritas aos círculos (figurae) de Joachim de Flore: aqueles de que já tinha lido - quase o mesmo - em livros do Dr. A. Quadros.

 

E logo depois, saído em Maio de 2005, um livro dedicado a escritos de Natália Correia (a própria que era amiga de António Quadros - e de quem no IADE se ouvia falar, repetidamente...): livro onde estão, e então vi-os pela primeira vez, os "círculos trinitários" de que Quadros tinha escrito.

 

Figurae-Joachim_de_Flore.jpg

 

Esses círculos estão agora integrados neste texto, à frente dos vossos olhos, e a razão da sua arrumação tal como a vêem (feita no século XII), foi uma vontade de os carregar, com a máxima enfatização visual que fosse possível. Por isso os Entrelacs que muitos autores franceses dizem ser insignificantes!

Razão para nós hoje lamentarmos a maioria dos que nos rodeiam, todos aqueles que, Thanks God, eles não os compreendem**!

Ou, admitindo aquilo que é o muito mais provável - já que a imagem foi sempre um poderosíssimo auxiliar da comunicação (escrita ou oral): aquilo que todos se têm feito de completamente estúpidos (e quem se faz é-o!!!), para desvalorizarem o que reunimos e encontrámos.

Toda uma temática que na sua imensa amplidão (muito maior do que vários resumos que possamos fazer), como descreveu Fernando António Baptista Pereira***, essa temática é capaz de explicar a organização e as formas que integram os Estilos Arquitectónicos.

Leiam as notas abaixo e respondam depois a esta pergunta muito prosaica:

Conhecem história melhor? Que melhor retrate o nojo que é o Ensino Superior em Portugal? Pelo menos nesta área cientifica - das Humanidades?

~~~~~~~~~~~~~~

*Em especial pelo síndrome vertiginoso que tantas vezes (e ainda hoje dá) me deu os maiores problemas.

**Não compreendem os Círculos e a nós compreendem-nos bem? Sim, isto não é uma história de um Calimero, mas é o retrato da vergonha suprema de um país que é sujo! And Thanks God, pois como se diz em português: "guardado está o bocado para quem o há-de comer"

***Note-se que nunca se lhe apontou «uma pistola à cabeça»: disse e escreveu o que quis, quando quis. E, foi este o mesmo Professor que - vendo muito mais do que nós! - nos passou a dizer em 2012 (e já estávamos no doutoramento que era suposto ele orientar de uma maneira que fosse profissional há 6 anos!): que ia enfim ler o que lhe tínhamos entregue desde 2006! Ou ainda, numa outra frase sua que não poderemos esquecer (e muito disto está em emails) - que não queria "que fizéssemos uma História da Arte". A qual, pelos vistos, e segundo ele, estava a nascer de todos os nossos Ideogramas, se devidamente arrumados e organizados; tarefa que é imensa e exige uma equipa como várias vezes fazemos em projectos.

Por isto, dizemos nós agora em jeito de síntese final: a mediocridade das «autoridades pedagógicas e científicas» do IADE (no que que é uma ciência da mula russa...), «esse maneirismo» da escola onde também tivemos grandes alegrias, desde 1976, e que foi dando tanto jeito ao Fernando António Baptista Pereira!

Acrescentando-se, desde 2008 que nós prometemos ao agora reitor Carlos Duarte, que este assunto, que conhece tão bem, mesmo que a mal, não ia nunca ficar calado: tem preferido deste modo?

Temos pena!

Ai tanta pena, mas sinceramente, é dos alunos, dos seus pais e de um país que se deixa destruir nas mãos da mentira e de incompetentes - em quem os responsáveis políticos confiam...

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15.9.15

Conhecido como Portal do Transepto ou Portal Sul, aqui está uma imagem que já foi vista e descrita várias vezes, quem sabe se algumas dezenas (ou centenas?), mas, que conste, que o saibamos, nunca ninguém terá visto nela uma composição cujo desenho resulte da intersecção de três círculos:

Como é a imagem dos chamados Círculos de Venn.

 

Círculos de Venn-Mosteiro Batalha.jpg

 

(clic para legenda)

Primeiro, há que o dizer, Venn estava ainda muito longe de ter nascido, quando o portal foi desenhado, e a incluir, não os três círculos que desenharam visualmente o chamado Credo de Atanásio: um diagrama que Edward Norman já referiu, e exactamente a reconhecer-lhe uma certa importância para a configuração dos elementos estilísticos que integram a arquitectura antiga.

Mas, continua-se, no referido Mosteiro erguido em memória da Batalha de Aljubarrota, e de que Maria João Baptista Neto escreveu (na sua tese de Mestrado sobre James Murpy - que é interessantíssima), nesse mosteiro, no Portal do lado Sul está um outro diagrama, ou Ideograma, bem mais simples: conforme à ideia de Trindade que S. Tomás de Aquino defendeu.

Tal como Miguel Ângelo nós não temos "réguas nem compassos nos olhos..." (escreve Eduardo Corte-Real), mas vemos, levemente fechados - e talvez a exagerar o desenho, ou por razões construtivas? - vê-se uma intersecção de 3 círculos na composição do Portal.

Enfim, pergunta-se será ainda necessário continuarmos a escrever as primeiras luzes sobre este assunto, ou, haverá alguém "clean" (cuja mente seja mínima aberta e perceba a vantagem do aprofundamento de toda esta ideia) disposto a ajudar-nos a conseguir prosseguir já não num doutoramento que não interessa a ninguém e a Universidade portuguesa não quer nem merece protagonizar qualquer inovação; em suma, quem nos ajuda a ter condições para terminar um livro que está adiantadíssimo?

Um estudo que vem (re)colocar os estudos de História da Arte na relação entre Imagem e Teologia: a ICONOTEOLOGIA de que o Pe. Eugenio Marino escreveu**

~~~~~~~~~~~~~~

*Continua e continuará porque temos «material», e Venn é também relacionado com os rabiscos (doodles) que inconscientemete todos desenhamos pelas mais variadas razões; e que, por ser inconsciente, também em geral não os questionamos?

**E já várias vezes abordámos: procurem por esta via.

http://primaluce.blogs.sapo.pt/

 

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10.9.15

Já escrevemos sobre este assunto: i. e., sobre ICONOGRAFIA que entre milhares de outras obras está também no Portal Sul do Mosteiro da Batalha.

E, inclusive, já se publicou a imagem Trinitária seguinte (que também nos serviu para outros propósitos), imagem que é composta a partir de 3 círculos e que esteve na origem do desenho desse portal.

Comparem portanto as duas imagens seguintes:

Sendo que esta primeira foi desenhada em Fev. 2015

 

trifoil-fev.2015.jpg

 

E a seguinte que se refere aos Círculos de Venn terá sido feita no século passado: é da autoria de uma designer que assim homenageou John Venn, e terá respondido a uma encomenda para um vitral (ler em https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Venn e na fotografia reparar no texto), aludindo ao autor - matemático - que (erroneamente) se considera o criador dos referidos círculos.

Porém, esses 3 círculos que são muito característicos da Arte Cristã são normalmente arrumados de outra forma, porque a sua posição relativa deveria traduzir o melhor possível duas (ou 3?) ideias:

1ª - A ideia da Dupla procedência do Espírito Santo, e a existência de uma Homousios*

2ª - A maior ênfase dada por S. Tomás de Aquino relativa às três pessoas - ou Hipostases - que deviam ser unas e distintas (e assim não apenas dois círculos como acontece no Ideograma que deu origem ao Arco Quebrado)

(e ainda)

Na 3ª ideia - a Circum-Insessão**, que é a semelhança com Três Sóis que se interpenetram, e que por vezes aparece designada como Pericorese (ou, para alguns, aquilo a que chamam a «dança de Deus»). Esta noção de circuminsession (ver Concise Dictionary of the Christian Church, por E. A. Livingstone, ed. Oxford, 2006) é atribuída a S. Tomás de Aquino.

 

Venn-stainedglass-gonville-caius.jpg

 

 Acontece que se se olhar -  «com olhos de ver à distância»- a História da Arquitectura e da Iconografia Cristã, percebe-se que já vêm de longe (mesmo de muito longe***), os referidos círculos:

Euler usou-os antes de Venn, mas o mesmo tinha feito, por exemplo - e há provas disso (como é o caso do Liber Figurarum) - Joachim de Fiora (m. 1202): nesse caso usou-os para explicar a sua «teoria» sobre um tempo do Pai, um tempo do Filho e um tempo do Espírito Santo.

Em nossa opinião, e na defesa que fazemos da História da Arte dever ser considerada como uma Iconoteologia, nesta perspectiva por várias vezes já aqui referimos as mudanças ocorridas na Teologia com os contributos de S. Tomas de Aquino. E sobretudo como a passagem da Idade Média para o Renascimento não é um corte absolutamente notório (como a historiografia da arte tem pretendido desde Jacob Burckhardt), mas várias pequenas transições de raiz teológico-filosófica:

E na transição final ocorrida, verifica-se a passagem de uma mentalidade mais platónica, para uma outra mentalidade - que apesar de se manter ainda imbuída de muito platonismo - passou a ser consideravelmente mais aristotélica.

A Arquitectura Gótica cuja sistematização (por escrito) foi feita por Hugo de S. Victor e que, supomos, deve a Suger um dos maiores impulsos, foi influenciada - como sempre tinha sido, pelo evoluir das ideias: Vincent de Beauvais, Sto. Alberto Magno e S. Tomás de Aquino. Mas sobretudo, por fim, com a força das ideias (de S. Tomás) que ficaram estabelecidas na última sessão do Concílio de Trento: i.e., já depois de várias alterações de fundo que as ideias de Lutero desencadearam.

Tudo isto estará por detrás daquilo que se vê ir mudando nas formas dos Ideogramas que a arquitectura usou como ornamentos, como peças de suporte estrutural, ou nas edículas (janelas e portais) que se construíram. Tudo isto está por detrás do perdurar do estilo Gótico, e sobretudo da utilização deste estilo nos países do norte da Europa, que, por coincidência, em geral correspondem aos países protestantes, e aos países onde até mais tarde existiu ou se fez sentir o Império (sacro) que Carlos Magno fundou.

Entre nós, bem antes do Portal Sul do Mosteiro da Batalha - e, com mais rigor, pode haver outros casos, não sabemos? - mas, as referidas edículas aparecem já (ainda antes de serem «arquitectura») no túmulo da Rainha Santa, e logo depois nos dos seus filhos Pedro e Inês, onde aí, muita criatividade - geométrica-teológica?-  também gerou várias outras edículas (diferentes).

 

Assim, continuamos cientes da dificuldade da nossa posição, mas absolutamente convictos nas nossas ideias. Razão para entendermos que várias instituições de Ensino Superior deveriam ter colaborado entre si para que o nosso doutoramento se concretizasse.

Obviamente, também houve quem achasse que isso «não dava jeito nenhum», visto que, capturado o poder - por alguns grupos que entretanto se introduziram numa dessas instituições - havia que o manter...

Mas, no entanto, e como se vê, o verdadeiro conhecimento consegue assustar o dito Poder

 

Referências (outras serão apresentadas mais tarde):


http://primaluce.blogs.sapo.pt/atendendo-a-que-este-e-o-ano-232457


http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/46487.html


http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/dedicado-a-nuno-crato-ministro-da-62774

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*Mas, para explicar esta ideia também se usaram triangulos, ou, imenso, o "Y": que está em ogivas, paramentos, representações pictóricas... Forma que é das mais ricas em termos de mapas mentais, colocados depois em qualquer tipo de sinalização visual ou gráfica, como acontece também no trânsito. Forma que é ainda letra, uma inicial possível do nome de Jesus, e portanto hiper-polissémica.

**Noção definida/explicada também por S. Tomás de Aquino.

***Santo Agostinho referiu e comparou Deus a uma Esfera; o Pseudo-Dionísio Areopagita também usou a Geometria e a imagem do Círculo para se referir a Deus. É bem possível que Boécio a tenha usado igualmente (?); e, muito concretamente Joachim de Flora usou 3 círculos - muito imaginativamente - para traduzir da forma que lhe pareceu mais eficaz (e real) sobre três diferentes fases da história da relação de Deus com a Humanidade.

 

Deveria acrescentar-se que figuras como os Círculos de Venn nos apareceram centenas de vezes nos projectos dos alunos, para traduzirem/resumirem ideias que associavam às diferentes zonas dos espaços a criar?

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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