Todos estes meses depois, e porque ontem a RR emitiu uma leitura de Gonçalo M. Tavares feita na Póvoa de Varzim sobre: Literatura: uma questão de inteligência invisível, nós que ouvimos, queremos destacar que esta questão - «do visível e do invisível» que várias vezes abordou nesse seu texto, essa questão é antiquíssima.
E um autor do séc. V-VI que ficou conhecido como Dionísio, o Pseudo-Areopagita, o referido autor registou a seguinte ideia que desde então (ou talvez muito antes de Dionísio a ter escrito...?) não parou de ser aplicada à Arte:
"...uma inteligência perspicaz não ficaria embaraçada por fazer corresponder os sinais visíveis às realidades invisíveis..."
Aqui e agora acompanhado de uma imagem que tantas vezes se usou em representação da Virgem Mãe de Deus - alguém que, como sabemos, não se tem apresentado visível (facilmente ou com frequência) a todos...
E era para assinalar/indicar (ou tornar visível) a divindade dessa entidade invisível , que uma cena como a que está no centro do vitral foi feita.
A Anunciação da Virgem foi por isso emoldurada num quadrifólio, que como cremos é um Ideograma especifico para aludir à Mãe de Deus.
Sobre Gonçalo M. Tavares e esta participação ler:
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=177482
E ainda sobre Maurice de Gandillac um dos tradutores da obra de Dionísio, o sírio que se julgou ter sido o Areopagita, companheiro de S. Paulo: https://fr.wikipedia.org/wiki/Maurice_de_Gandillac