Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
21.8.15

Porque quando refere a IGREJA, representada pelo navio, percebe-se que desconhece a publicação em grego dos primeiros livros da Bíblia, para os "Amigos do Saber".

Ou seja, para os filósofos contemporâneos de Aristóteles (como já explicado/escrito por uma autora francesa).

Informação que nos transporta para aquilo que os Professores das Universidades - como Vítor Serrão, Maria João Baptista Neto..., etc. - eles tanto gostam, e exclusivamente são capazes de entender!

De Letras, letras e mais letras, pois só essas são significantes. E das imagens? Népias..., porque eles não acreditam no que elas dizem*?

Portanto estamos nos antípodas, já que preferimos a praia e o sol, em vez de estar numa cadeira a engordar; ou a ficar com vertigens para provar a uns hiper-lentinhos que toda a imagem da arte sempre foi falante!

São eles que ficam na Universidade a espalhar fantasias infindas, quando nós já nos cansámos de tanta historinha bacoca, para justificações sem sentido ...

São eles que não entendem - e o ministro Pires de Lima que não sabe (?) - que a Economia da Cultura implica valores ($$$$) nada despicientes.

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*Como é o caso seguinte, altamente descritivo pelos gestos dos humanos, e portanto, por esse lado, como «o algodão não engana»...

 

Image0036-A.jpg

 

Mas em que já o enquadramento dado à imagem, com vãos e capitéis (que por acaso se aproximam dos «esquemas gerais» que estão em Monserrate), isso é outro assunto! Pois pouco ou nada lhes diz, embora, para alguns outros investigadores, uma alternância, continuada, entre os números três e quatro, possa estar repleta de sentido. 

 

trifolios e quadrifolios.png

 

Embora, os vãos possam (e outros elementos arquitectónicos também com eles), tal e qual como escrevemos em Monserrate uma nova história (ver p. 130) dar informações que permitem localizar geograficamente, ou temporalmente, as obras feitas:

Porque "...as formas em pedra, que são guarnecimento dos vãos – Góticos ou Manuelinos – funcionam também como 'dados de uma tábua cronológica'...” , enfatizando o alcance das sínteses artísticas feitas com elementos naturais e geométricos.

Para concluir aguarda-se pelo tempo em que os Historiadores de Arte saibam explicar com um mínimo de lógica os processos de conceptualização das obras: como o mundo natural e o da imaginação cristã - ao criar imagens ao serviço de Deus, ou ICONOTEOLOGIA - desenhou os cenários reais, e por vezes também os mentais, em que habitamos; ou, os que também vivem nas nossas mentes:

Imagética mental que dificilmente nos larga (a todos), e que, de variadas maneiras começa a ser abordada - em tempos de «ciências mais laicas» e menos auto-constrangidas.

 

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20.8.15

Sabemos que funcionavam como Ideogramas. Isto é, não exactamente como Símbolos, nem como insígnias (deixemos estas mais para as áreas militares*), mas como hoje dizemos numa só palavra ------» para contextualizar.

Isto é especificar aquele contexto que alguém num determinado enquadramento, «moldura» (ou até portal) recebe, ou «vive inserido» nele; imagem que o marca, ou se traduz - mentalmente para o leitor da imagem - numa integração no ambiente, e no cenário visual típico de uma época (em que foi ou está incluído).

Poderão constatar que são quase tudo sinónimos as palavras que estamos a empregar, só que era assim que o pensamento se articulava**. E assim se foi desenvolvendo e complexificando, a partir dos artigos-base, em inúmeras direcções. Chegando à actualidade com muitos a ficarem «altamente baralhados», sem saberem das evoluções que as palavras fizeram...

Mas para o post de hoje - que pretende elucidar melhor o anterior (e materiais que registámos em 2004) - interessa-nos a ideia de Símbolo, porque se encontra em Alain Besançon, quando nos parece, muito francamente, que lá não devia estar...?

Des symboles.jpg

(clic para legenda)

 

Está na imagem acima, que é a de um texto, e assinalado por nos parecer chocante - considerando o autor que é (!) - o facto de Besançon usar uma palavra que talvez nos séculos II-III ainda não tivesse o uso que veio a ter (muito) mais tarde.

E este muito mais tarde, remete principalmente para o século XIX e principio do século XX, quando houve uma procura quiçá excessiva, mas propositada..., de «simbolismos».

Claro que a palavra grega e a forma característica da «construção das palavras» nessa língua - a partir de "bolo" construiu-se o símbolo e diábolo,simbólico e o diabólico.... Ora essas regras, aparentemente inatas de feitura das palavras, e muito parecidas com as regras de feitura das imagens, talvez hoje não permitam descobrir a data em que se tornou mais comum o uso do termo Símbolo?

Porém, o Símbolo dos Apóstolos - e mais tarde, em 325 (com acertos posteriores como se sabe) houve relativamente a este primeiro símbolo cristão, um imenso desejo de o actualizar. Assim como depois do séc. IV - dadas as inúmeras contribuições da Patrologia (em especial as de Santo Agostinho) - de continuar a manter constantemente actualizada, a redacção e todas as premissas que inclui, desse mesmo Símbolo: o de uma Fé que, por essa data, ainda estava «em construção»: 

Não vamos entrar aqui com tudo o que sabemos existir relativamente à Hispânia, e as querelas ocorridas, sobretudo em Toledo depois do ano 400 (na Basílica de Santa Leocádia), em torno da redacção de Símbolos da Fé***. 

E claro que vamos progredir nas nossas leituras, continuando a pesquisar em Alain Besançon, na medida em que a seriedade e a qualidade dos seus estudos, num tempo em que estão acessíveis vários outros conhecimentos - Antropologia, Psicologia, Neurociências - nos permite colocar outras questões bastante pertinentes, sobre o modo como as formas (de Platão - as geométricas) terão sido empregues; em vez dos sinais icónicos, mais facilmente reconhecíveis e identificáveis, a que Besançon se refere: como foram a Vinha, o Pavão, o Jardim, a Concha, o Peixe, o Barco...    Apesar de o Pavão, a Concha, e por exemplo o Peixe, terem sido substituídos, alternativamente, por imagens «muito reduzidas» que qualquer um encaixa, exclusivamente, na área da caligrafia, não as classificando como icónicas. Pois não consegue estabelecer a analogia directa (de uma semelhança indiscutível) com configurações típicas das formas da natureza.

Assim, essas «imagens reduzidas» estão como que num limbo, entre o abstracto e o icónico: e fazem lembrar o grego antigo que (como ponte) ajudou Jean-François Champollion a decifrar a Pedra de Roseta.

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*O que também não é muito fácil distinguir, pois eram sinais com que os reis e os príncipes se marcavam, não apenas em tempo de guerra, mas também em épocas de paz.

**Não enunciando, forçosamente, no discurso oral ou no escrito, todas as alternativas que ocorreram na mente... 

***Redacção que era também transponível para linguagens visuais, através da associação de várias figuras geométricas (que hoje são consideradas abstractas, como o Quadrifólio de que se partiu). E que, se forem ver, no nosso trabalho feito "a propósito do Palácio de Monserrate" em Sintra, lá encontrarão a ideia (que se deixou registada, ver na p. 157, e depois as figuras nº 111, da p. 271) de que o Amor à Virgem - que Bernardo de Claraval, como Maria João Baptista Neto nos explicou, incluindo os detalhes de uma imagem (que nunca vi), esse Amor era imenso.

Segundo nós cremos, o referido Amor - relembre-se que o Catolicismo o elevou ainda mais com a definição no século XIX do Dogma da Imaculada Conceição -; a adoração e a veneração que muitos outros passaram a dedicar à figura da Mãe de Deus, desde muito cedo, mas marcante durante a Idade Média. Em nossa opinião, essa adoração levou a que as Catedrais da Idade Média transitassem de um modelo Ternário inicial, para um Quaternário (posterior)

 

FigsGeométricas-básicas-para-historiadores.png

QUADRIFÓLIOS-que lembram a PERICORESE.jpg

É um tema de que já escrevemos (noutras ocasiões) e continuaremos a escrever:

Porque a Catedral de Milão e os estudos de James Ackerman dedicados às Actas (antigas) - que reflectem as indecisões que estiveram por detrás das sucessivas campanhas de obras, realizadas ao longo de séculos; esses estudos permitem deduzir como a percepção de uma "estrutura divina", de que já escreveu Mark Gelernter «trabalhou» na mente dos projectistas (ou na dos que terão sido chamados Architectores?). 

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11.8.15

Todos estes meses depois, e porque ontem a RR emitiu uma leitura de Gonçalo M. Tavares feita na Póvoa de Varzim sobre: Literatura: uma questão de inteligência invisível, nós que ouvimos, queremos destacar que esta questão - «do visível e do invisível» que várias vezes abordou nesse seu texto, essa questão é antiquíssima.
E um autor do séc. V-VI que ficou conhecido como Dionísio, o Pseudo-Areopagita, o referido autor registou a seguinte ideia que desde então (ou talvez muito antes de Dionísio a ter escrito...?) não parou de ser aplicada à Arte:

"...uma inteligência perspicaz não ficaria embaraçada por fazer corresponder os sinais visíveis às realidades invisíveis..."

Aqui e agora acompanhado de uma imagem que tantas vezes se usou em representação da Virgem Mãe de Deus - alguém que, como sabemos, não se tem apresentado visível (facilmente ou com frequência) a todos...

E era para assinalar/indicar (ou tornar visível) a divindade dessa entidade invisível , que uma cena como a que está no centro do vitral foi feita.

A Anunciação da Virgem foi por isso emoldurada num quadrifólio, que como cremos é um Ideograma especifico para aludir à Mãe de Deus.

 

 

arton58-3dc6d.jpg

 

Sobre Gonçalo M. Tavares e esta participação ler:

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=177482

E ainda sobre Maurice de Gandillac um dos tradutores da obra de Dionísio, o sírio que se julgou ter sido o Areopagita, companheiro de S. Paulo: https://fr.wikipedia.org/wiki/Maurice_de_Gandillac

 

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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