Neste post queremos lembrar que a Historiografia da Arte tem que ser revista, revisitada, repensada.
O artigo de James Ackerman aqui referido, é sem dúvida interessantíssimo e portanto do maior valor, mas com deduções que não foram retiradas, ou que estão incorrectas, quando se pode perceber o modo como determinadas formas passaram à Arte:
Aquilo a que aludem, o que elas relatam, ou para o que remetem. Quando J. Ackerman coloca em epígrafe um excerto de Viollet-le-Duc que está impregnado do (excesso de) funcionalismo que Pugin esboçou e William Morris e outros desenvolveram crescentemente, e que por exemplo ainda fez parte, como regra máxima (durante a aprendizagem), para os arquitectos da nossa geração, e para quando estivessem a projectar. Por aqui se percebe, a título de exemplo, como há muito para rever, repensar e re-arrumar:
Como a Arte funcionou enquanto língua...
E que a Arte tem potencialidades extraordinárias para ajudar a compreender o Pensamento Humano e a sua expressão; ser elemento essencial, colaborante nas Neurociências; também ajudar o mundo a compreender-se: concretamente «as bases» de diferentes culturas e civilizações.

(clic sobre a imagem)
Segue-se o excerto de Viollet-le-Duc que James Ackerman quis associar ao seu estudo relativo à Catedral de Milão. Texto que defende o «funcionalismo», algo que não aconteceu nas escolhas dos Arquitectos que ao longo de séculos se reuniram para repensar a Arquitectura dessa mesma Catedral:
"Il convient de constater d’abord qu’il est impossible de séparer la forme de l’architecture du XIII siècle de sa structure ; tout membre de cette architecture est la conséquence d’un besoin de la structure, comme dans le genre végétal et animal il n’est pas un phénomène, un appendice qui ne soit le produit d’un (sic) nécessité organique. . . . Cette forme n’est pas le résultat d’un caprice, puisqu’elle n’est que l’expression décorée, si vous voulez, de la structure."
E. Viollet-le-Duc, Entretiens sur l’architecture, Paris 1863, I, pp. 284, 287
(a continuar)