Símbolos que, acrescenta-se ao título antes de desenvolver, tiveram traduções visuais. A maioria usando círculos, que já os Visigodos e Ostrogodos tinham empregue: complexas e muito bonitas traceries que se podem ver no Museu de Beja; ou de novo e com o mesmo intuito, embora levado à tridimensionalidade, vários séculos mais tarde no chamado Estilo Gótico.
Agora, e continuando posts anteriores, não tanto o último mas mais o penúltimo, o de 18 de Fevereiro, regressamos a Hugo de S. Victor e ao que escreveu em Didascalicon.
De novo trata de Sínodos, Concílios e Símbolos que se produziram durante essas reuniões magnas.
Leiam, pois havemos de escrever um pouco sobre o que se segue:
Não esqueçam que todas as Histórias alertam para o facto de Carlos Magno ter sido, na Alta Idade Média, o primeiro Imperador descendente dos Povos Germânicos que se moveram para a Europa, durante a chamada Antiguidade tardia (ou preferem referir Alta Idade Média?).
Cruzem com informações de outros historiadores, como estamos aqui a fazer com as de Peter Brown*, que valorizaram a criatividade do fim da Antiguidade, tentando combater o «conceito de decadência».
Uma ideia que ainda hoje prevalece, pois as pessoas não valorizam, ainda, o facto de as chamadas invasões dos bárbaros, terem na sua base a vontade de alguns povos, de estarem em áreas cujo desenvolvimento (maior) esses mesmos povos (ditos «invasores») ainda não tinham.
Depois, durante a Idade Média, os Símbolos da Fé e as sua traduções visuais, concretamente o (e os - também no plural) que passou a integrar a partícula que ficou conhecida como Filioque, tornaram-se mais tarde imprescindíveis para assinalarem os Templos, Palácios, Casas Nobres, e as Sedes do Poder Municipal, etc. Com o intuito de afirmarem a sua fé, tal como por exemplo os Francos tinham feito, depois de Clóvis.
No nosso trabalho dedicado a Monserrate, em que nos apercebemos da existência desta questão, abordamos o assunto por várias vezes, sobretudo no primeiro capítulo. Aqui e em Primaluce, também tem sido tratado**.
http://primaluce.blogs.sapo.pt/a-sul-da-sorte-216541;http://primaluce.blogs.sapo.pt/153490.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/147123.html
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*Em Os Historiadores, Michel Vovelle e outros, ver p. 416 dedicada a Peter Brown, Edição Teorema, Agosto de 2005.
**Claro que nunca esquecerei o facto de Maria João Neto, logo depois das minhas primeiras descobertas (feitas com base na Geometria), me ter questionado, mais do que uma vez, se alguns movimentos artísticos posteriores à Reforma (religiosa, luterana, etc.) poderiam estar relacionados com os materiais que estávamos a encontrar? A pergunta foi muito inteligente, própria de quem tinha muito mais informação do que nós, mas a resposta que podíamos dar foi a de quem não sabia. Acontece que hoje não temos dúvidas sobre este assunto, sendo esta mais uma das muitas razões para não se entender a reacção da Fac. de Letras ao que descobrimos.
Continuamos a ter certeza que muita água ainda há-de correr, até que haja pessoas preparadas para entenderem e valorizarem esta imensa e nova temática...