Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
27.2.15

Toda a Construção Europeia, em que a Filosofia e as ideias são essenciais, que contou com aquilo a que se tem chamado Iluminismo, isso existiu ou não?

Será que o Iluminismo só é conhecido nas Universidades, e aí apenas como algo que influenciou a postura dos Reis e Governantes, antes e depois da Revolução Francesa?

E é conhecido nas Universidades, pelo menos (admitimos, e em vários casos sabemos que é assim**) de alguns universitários portugueses: porque, pelo menos isso, quando frequentaram o Ensino Secundário ainda tinham que estudar Filosofia!

Também se sabe disto...

Mas o que andam a fazer Ministros e os Governantes de toda a Europa? Não poderão fazer um esforço e informarem-se?

Ou apenas o Papa Francisco tem que falar pela Europa, e tenta expor o papel das religiões? E mesmo até para os que não têm religião apelar a que pensem? Que tenham espiritualidade, que se informem, que dediquem algum tempo a pensar?

Que como «filósofos laicos», sejam Amigos do Saber? Para que as pessoas não fiquem vazias e toscas – i. e., incompletas, e depois também disponíveis para serem aliciadas por uns quaisquer trapaceiros.

Ou por grupos que aproveitam para espalhar e divulgar ideologias radicais, onde está o vazio: onde valores mais altos nunca tinham sido incutidos

O Bem, como explicado de uma maneira praticamente laica por Platão, é o objectivo das diferentes religiões. ..

E, é por estas e outras que não vamos deixar de escrever (também) sobre o Ensino!

Depois, alguém já reparou como no Palácio de Monserrate convivem - tão bem - vários «ornamentos estilísticos» provenientes da arquitectura religiosa de diferentes povos?

DePlatãoAosContemporâneos.png

 (clic para legenda)

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*http://visao.sapo.pt/judeus-deixam-a-europa=f811445

**Mas não de todos, lamentavelmente

 

link do postPor primaluce, às 18:00  comentar

18.2.15

Será que se consegue obrigar a ver e a ouvir? A Justiça que quer ser cega? O MEC que quer ser MOUCO?

 

Sobre a indiferença que tende a ser global como o Papa Francisco escreveu conhecemos centenas, senão milhares (?) de exemplos. Claro que aqueles que conhecemos melhor são os que, nós mesmos, somos (ou fomos e continuamos a ser) objecto dessa indiferença. Em 2002 ao estudar o Palácio de Monserrate na FAC de Letras fizemos várias descobertas que se resumem no facto de a História da Arte (do Ocidente Europeu) dever ser vista como uma ICONOTEOLOGIA. Vezes, incontáveis pedimos ajuda - e aqui mais uma vez estamos a fazê-lo. Com a esperança de que, pelo menos desta vez não sejamos novamente objecto de um encolher de ombros, mais ou menos violento de quem se sente incomodado. O que descobrimos muda substancialmente a historiografia da Arte Europeia, cuja formas nasceram de modo quase directo naquilo que é o Pensamento Visual como Rudolph Arnheim o explicou. É toda uma temática que pode ajudar os Europeus a compreenderem muito melhor a génese cristã da cultura europeia: incluindo a actual, claro. É toda uma temática que permite evidenciar a simbiose entre cultura religiosa antiga e as tradições que chegaram até hoje. Enfim como a Arte e o Património devem ser vistos como a materialização de valores intangíveis, alguns agora até são considerados «patrimónios imateriais».

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=178739

Será que se consegue obrigar a ver, quem quer ser cego?

 

link do postPor primaluce, às 19:05  comentar

12.2.15

A página abaixo foi escrita no século XII por Mestre Hugo da Abadia de S. Victor em Paris.

O mesmo autor que escreveu os Tratados da Arca de Noé que originaram a igreja românica, a qual evoluiu e se tornou depois na arquitectura Gótica: a das Catedrais que proliferam por essa Europa fora.

Como também foram disseminados - é a palavra da moda - os Tratados que mencionámos. Quem os estudou refere algumas centenas (embora não se tenha presente, neste instante, o número exacto).

Mestre Hugo é conhecido por inúmeras obras, mas, normalmente não se lhe atribui - com toda a precisão, e sim ao Abade Suger - o início da Arquitectura Gótica.

O que também não admira, pois a maioria dos autores não conhece, i. e., alguns até propositadamente desconhecem a  evolução que houve do chamado estilo Românico para o Gótico*.

O Símbolo de que decidimos escrever, é normalmente conhecido como Credo, ou ainda como Símbolo de Niceia, que mais tarde em Constantinopla foi completado.

No sublinhado do texto (a amarelo) diz-se que os Santos Padres convocados para o Concilio de Niceia, em 325 - o Iº Conc. Ecuménico da História da Igreja; chamados por Constantino, o imperador romano que concedeu liberdade de culto, como se lê esses "Santos Padres ensinaram um Símbolo"... 

Do Didascalicon.jpg

(clic na imagem)

Mas, queremos acrescentar - um Símbolo constituído por palavras, para definirem uma ideia específica sobre o Deus-Cristão. Vários séculos mais tarde, a própria Igreja defendeu que, para os que não sabiam ler, eram necessárias imagens que dissessem o mesmo que as palavras.

Como escreveu E.H. Gombrich na sua História da Arte: "Pope Gregory the Great, who lived at the end of the sixth century  AD, took this line (...) these images were as useful as the pictures in a picture-book are for children. 'Painting can do for the illiterate what writing does for those who can read', he said."**

Claro que depois deste conselho, numa carta ao bispo Serenus de Marselha, houve centenas de anos de evoluções; e quando no séc. XII Hugo de S. Victor optou por um conjunto de formas para estarem nas igrejas/templos e serem contempladas, esse conjunto de formas, tal como as palavras do Símbolo da Fé (católica) deveriam ser lidas de tal modo que mentalmente «reconstruíssem» (como fazem as palavras) esse mesmo Símbolo da Fé.

(este post será seguido de outro, também sobre um Símbolo redigido noutros concílios e sínodos. Ainda está em execução, não desistam para passarem a compreender a origem da vulgarização actual desta palavra - símbolo...)

 

*Note-se que Françoise Choay mostra num dos seus livros que tudo (a arquitectura cristã) era visto como Gótico, desde muito antes de ter surgido o Estilo a que hoje se chama Gótico. Mas mostra-o de uma forma «quase confrangedora», porque não admite que aqueles que a precederam (há séculos) se tenham enganado a nomear e a classificar os Estilos da Arquitectura Cristã. Chega a fazer parecer-nos (a nós todos que estamos no século XXI, e que começámos a saber disto nos finais do século XX), que acha que os autores do século XIX (ou de vários séculos antes...), que esses ainda não saberiam que no século XX, se iria «trabalhar» com as classificações e nomenclaturas como agora são e estão em vigor!

Em suma, muitas vezes é até perturbante estar a ler este tipo de textos, com as afirmações que contêm, em autores que todos nós consideramos «consagrados» (!?)

**Ver E.H. Gombrich,The Story of Art, Phaidon, Pocket Edition 2006, pp. 104-5

 

 

 

link do postPor primaluce, às 16:00  comentar

11.2.15

... A QUALIDADE DE QUEM CONSEGUE LIGAR AS IMAGENS QUE SE FORMAM NA SUA RETINA, COM OUTROS CONTEÚDOS, NÃO IMAGÉTICOS, QUE O CÉREBRO TEM (ou pode ter, já, anteriormente) ACUMULADOS:

I. e., tratam-se de associações de ideias: o que parece ser um verdadeiro CRIME no actual PANORAMA da Ciência portuguesa

link do postPor primaluce, às 12:00  comentar

7.2.15

Quando nos apercebemos que algumas imagens que estão na arquitectura são - praticamente - as mesmas que aparecem em insígnias reais, na heráldica, ou até por vezes em sinais distintivos que foram marcas de povos, ou dos seus exércitos; quando isto acontece temos que reconhecer que a Historiografia da Arte se tem dispersado, e gasto demasiadas energias (senão até aquilo que deveria ser como a sua autoridade científica) em temáticas colaterais.

A historiografia esqueceu-se que nasceu - ou se reforçou, enquanto disciplina científica - ainda agarrada a um núcleo interdisciplinar (ou muito transversal) de saberes e conhecimentos.

E hoje, bastante esquecida dessa pluralidade, fascinada com a imagem (ou sobretudo com o estatuto que a Arte adquiriu nas sociedades contemporâneas*), hoje a história da Arte e o seus agentes, parecem contentar-se com apreciações relativas à beleza, à ideia de harmonia, deixando para trás a essência dos objectos artísticos: o porque surgiram?

Presépio-25.12.2014-fAIXAS E CRUZ-PÁTEA

Não é triste, mas apenas curto, na medida em que isso a que agora chamam Arte é extraordinariamente reduzido. Por se tratarem de conjuntos de dados que deixaram de compreender; mas também ...  Dados que não se podem desprezar sob pena da Europa e os seus Governos estarem a deitar dinheiro fora: ao sabor das birras e invejas que se albergam nas instituições de Ensino Superior...

Na imagem acima um outro excerto do Presépio Iconoteológico que fizemos. Pois pareceu-nos que faria sentido - usando as mesmas lógicas da Arte Medieval, dispor entre os panos usados para aquecer o menino recém-nascido alguns dos sinais que os primeiros Reis de Portugal também usaram. Não para se enfeitarem, mas para serem identificados.

Já as faixas de pano foram entrecruzadas, formando Xs e Ys como se vêem nas abóbadas medievais, por serem igualmente sinais que identificaram Cristo, que também foi designado Rei. As mesmas faixas ou filacteras que desenharam símbolos do infinito, e as que pedra-a-pedra, depois de «subidas», permitiam chegar ao auge ou ogiva, palavras derivadas do verbo latino "augere" *.

Depois, porque pelo Baptismo (ver rito católico) cada um se torna - como Cristo - Sacerdote, Profeta e Rei, assim também se percebe que deste sacramento tenham saído vários sinais que hoje estão na Arte Cristã

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*Segundo a concepção de Hugo de S. Victor e os seus Tratados - teológico e arquitectónico - dedicados à Arca de Noé

 Ver ainda: http://primaluce.blogs.sapo.pt/

link do postPor primaluce, às 13:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Fevereiro 2015
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