Primeiro há que esclarecer que não «apreciamos» especialmente a palavra Símbolo, na medida em que na origem um Símbolo é muitíssimo mais do que uma simples imagem.
Na medida em que é um articulado de palavras, ou de imagens, que se reúnem para traduzir um Símbolo (da Fé): neste caso do Cristianismo e conhecido como Símbolo de Niceia Constantinopla.
Não é a primeira vez que aqui se faz esta explicação e certamente não será a última...
Como também não é a primeira vez ou a última que se escreve sobre as Argolas Entrelaçadas - como estão na imagem abaixo - que representaram o Pai e o Filho (Deus), dos quais em simultâneo provém o Espírito Santo, de acordo com a Fé Católica.
(clic na imagem para legenda, excerto de: http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/pres-pio/?uid=47YgBZZYck8mHLrpZW0D)
Uma definição que Santo Agostinho reforçou e Carlos Magno adoptou, séculos mais tarde. Uma definição que - não exclusivamente por isso, mas talvez associada também a «patrimónios étnicos»? - se tornou essencial na separação entre o Cristianismo do Ocidente e o do Oriente, no Cisma de 1054. Dando posteriormente origem aos estilos arquitectónicos que conhecemos como Românico e Gótico: i.e., pela passagem expressa de uma imagem constituída por três círculos desenhados de uma determinada forma, a uma outra imagem, onde apenas dois círculos expressam a mesma noção, mas com bastante mais acuidade.
Vários séculos mais tarde, o Cisterciense Joaquim de Flora voltou a desenhar três círculos para expressar uma outra ideia sobre Deus.
Enfim, quem acompanhe o que deixamos nos nossos blogs, talvez vá conhecendo as muitas imagens que representaram a Trindade, mas hoje socorremo-nos, mais uma vez e propositadamente, de informações de Nuno Crato (o matemático), para salientar a raiz muito interdisciplinar dos vocábulos linguísticos e dos conhecimentos que as formas arquitectónicas plasmam nas obras em que estão.
Por exemplo, muitas obras de pintura e escultura integram filactérias torcidas para se assemelharem ao «8» deitado que foi adoptado para representar o Infinito. Um facto que qualquer um pode confirmar. Assim, é impossível não nos questionarmos sobre a invenção que é a tira de Moebius - tendo presente que muitos modelos foram/são materializados, antes de serem desenhados ou pintados.
(clic para legenda)
Para terminar duas perguntas:
1. Terá sido a Tira de Moebius, à semelhança do que Mary Carruthers designou Machina Memorialis, uma representação/materialização da noção do (Deus) Infinito?
2. Uma segunda pergunta em jeito de comentário (que é também habitual aqui, lamentavelmente): como explicar o comportamento da direcção de uma Escola de Design - o IADE - que apesar de sucessivos apelos tudo fez e tudo tem feito para impedir uma das suas docentes mais antigas para que conseguisse concretizar um doutoramento altamente promissor? A pretexto de que a mesma docente era muito necessária para dar aulas: como aliás os últimos anos/semestres e o serviço docente que lhe foi atribuído o demonstra na perfeição!
Sobre Círculos, a Circunferência, Argolas e Argolinhas ou ainda Alianças, o que não falta nos nossos blogs são Ideogramas de Deus, a traduzir essa ideia.