Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
23.1.15

Primeiro há que esclarecer que não «apreciamos» especialmente a palavra Símbolo, na medida em que na origem um Símbolo é muitíssimo mais do que uma simples imagem.

Na medida em que é um articulado de palavras, ou de imagens, que se reúnem para traduzir um Símbolo (da Fé): neste caso do Cristianismo e conhecido como Símbolo de Niceia Constantinopla.

Não é a primeira vez que aqui se faz esta explicação e certamente não será a última...

Como também não é a primeira vez ou a última que se escreve sobre as Argolas Entrelaçadas - como estão na imagem abaixo - que representaram o Pai e o Filho (Deus), dos quais em simultâneo provém o Espírito Santo, de acordo com a Fé Católica.

Presépio-25.12.2014-ARGOLAS

 (clic na imagem para legenda, excerto de: http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/pres-pio/?uid=47YgBZZYck8mHLrpZW0D)

Uma definição que Santo Agostinho reforçou e Carlos Magno adoptou, séculos mais tarde. Uma definição que - não exclusivamente por isso, mas talvez associada também a «patrimónios étnicos»? - se tornou essencial na separação entre o Cristianismo do Ocidente e o do Oriente, no Cisma de 1054. Dando posteriormente origem aos estilos arquitectónicos que conhecemos como Românico e Gótico: i.e., pela passagem expressa de uma imagem constituída por três círculos desenhados de uma determinada forma, a uma outra imagem, onde apenas dois círculos expressam a mesma noção, mas com bastante mais acuidade.

Vários séculos mais tarde, o Cisterciense Joaquim de Flora voltou a desenhar três círculos para expressar uma outra ideia sobre Deus.

Enfim, quem acompanhe o que deixamos nos nossos blogs, talvez vá conhecendo as muitas imagens que representaram a Trindade, mas hoje socorremo-nos, mais uma vez e propositadamente, de informações de Nuno Crato (o matemático), para salientar a raiz muito interdisciplinar dos vocábulos linguísticos e dos conhecimentos que as formas arquitectónicas plasmam nas obras em que estão.

Por exemplo, muitas obras de pintura e escultura integram filactérias torcidas para se assemelharem ao «8» deitado que foi adoptado para representar o Infinito. Um facto que qualquer um pode confirmar. Assim, é impossível não nos questionarmos sobre a invenção que é a tira de Moebius - tendo presente que muitos modelos foram/são materializados, antes de serem desenhados ou pintados.

tira_Moebius.jpg

 

(clic para legenda)

Para terminar duas perguntas:

1. Terá sido a Tira de Moebius, à semelhança do que Mary Carruthers designou Machina Memorialis, uma representação/materialização da noção do (Deus) Infinito?

2. Uma segunda pergunta em jeito de comentário (que é também habitual aqui, lamentavelmente): como explicar o comportamento da direcção de uma Escola de Design - o IADE - que apesar de sucessivos apelos tudo fez e tudo tem feito para impedir uma das suas docentes mais antigas para que conseguisse concretizar um doutoramento altamente promissor? A pretexto de que a mesma docente era muito necessária para dar aulas: como aliás os últimos anos/semestres e o serviço docente que lhe foi atribuído o demonstra na perfeição!

Sobre Círculos, a Circunferência, Argolas e Argolinhas ou ainda Alianças, o que não falta nos nossos blogs são Ideogramas de Deus, a traduzir essa ideia.

link do postPor primaluce, às 12:00  comentar

12.1.15

Sobre o tema em título pode-se perguntar:

Para quê tentar acabar um Doutoramento, se a Google e o Sapo nos têm ajudado...tanto?

E desta maneira fantástica

 

link do postPor primaluce, às 14:00  comentar

11.1.15

Quem vir a designação em inglês encontra Lozenge. Palavra que deve ter dado origem à designação «lisonja». E deve, dizemos, por ser uma fortíssima suposição...
Acontece que esta forma - é explicado assim por alguns autores de Dicionários de Símbolos - corresponde à mandorla rectificada. É o caso de Cirlot, como deixámos em Monserrate uma nova história.
Mas, por outro lado, geometricamente é enorme a proximidade entre o losango e o quadrado; porque ambos têm os 4 lados iguais, embora no quadrado sejam ângulos rectos e no losango, não há, previamente ângulos definidos. Claro que se for uma figura regular (também designada rombo) esses ângulos são iguais 2 a 2.

Depois ainda, se for o losango que corresponde à junção de 2 triângulos equiláteros, então esses ângulos são de 60 e 120 graus.
E tal como acontece em todos os quadriláteros, a soma dos ângulos internos totaliza 360º.
É fácil admitir que muitos se perguntem porquê e para quê tantas explicações em torno desta figura geométrica. Temos as nossas razões que se podem resumir no facto de a Geometria ser o equivalente à Gramática de uma língua escrita e falada. Isto é, para o caso de uma língua ou linguagem visual que a arquitectura constitui*, o modo de definição, adopção, ou constituição das formas integrantes dessa língua, as regras para as escolher (e desenhar ou constituir como se escreveu) são regras e lógicas provenientes da Geometria.

Claro que alguns podem dizer que se observam inúmeros losangos na arte egípcia. Para quem for observador, outros poderão verificar que está na Arte Paleocristã, também na Arte da Idade Média: concretamente no Românico e no Gótico, tendo sido uma opção fortíssima de Citeaux o emprego do losango em vitrais, como forma** de Deus, de um Deus que é Luz como se diz no Credo (o credo cristão, ou Símbolo de Niceia-Constantinopla).

E continuando, tempo fora, o Losango continuou a ser empregue no Renascimento e no Maneirismo. Em nossa opinião, a substituir a Mandorla e o Arco Quebrado, por serem sinónimos. Mas também, porque sempre foi visto como obra criada pelos povos germânicos (os designados bárbaros - invasores do Império Romano). Foi G. Vasari quem deixou esse registo - que o Arco Quebrado ou Apontado era visto como tedesco, ou germânico - e, lembre-se a Itália da Contra-Reforma, sem dúvida, queria distanciar-se da Europa Reformada, de M. Lutero e dos Protestantes***).

Uma região da Europa que ainda há dias (1200 anos depois...) ouvimos alguém designar Europa Carolíngia.

Mas, iniciado um novo tempo - ou dito de outro modo, chegados a um tempo em que já ninguém sabe de Geometria, nem quer admitir que tenham existido "Formas de Deus", em pleno século XX, e já no XXI, as formas, por reminiscências que ninguém sabe explicar, aparecem proliferantes nalgumas obras arquitectónicas como por exemplo em Estações de Caminhos de Ferro.

No nosso presépio iconoteológico quisemos fazer um híbrido pagão-cristão, e numa coluna aparentemente o capitel enrola-se, como se fosse Jónico, e na sua base, na almofada colocámos um losango, como se vê com enorme frequência, não apenas na arquitectura religiosa.

Presépio-25.12.2014-A LISONJA-LOZENGE

 

Presépio-25.12.2014-CAPITEL JÓNICO

 

*E note-se que é essencial fazer a distinção entre formas arquitectónicas e formas construtivas, no sentido em que as formas arquitectónicas estão em geral imbuídas de algum extra (podemos chamar-lhe artificio, ou moldagem para serem significantes) que, estritamente, não seria necessário, pois poderiam ser formas construtivas, meramente, - para responderem apenas às funções de suporte...

**Note-se que Forma de Deus, pode andar perto de Fórmula de Deus, mas esse é o título de um romance (os tais best-sellers que alguns compram quiçá por impulso, na tentativa de irem mais longe nos seus conhecimentos e tentativas de satisfazer à curiosidade natural?) de José Rodrigues dos Santos. Ler notas em

***O que terá levado ao Maneirismo de Miguel Ângelo (principalmente deste, supomos, questionamo-nos?) - e é portanto uma explicação nossa... Porque Miguel Ângelo, como contam os historiadores, seria extremamente criativo, e quis manter lógicas anteriores, usando quase as mesmas formas, ou suas sinónimas, sem usar o Arco Quebrado (que no seu tempo esteve muito mal visto).

Por nós, como podem confirmar, ainda não nos cansámos de escrever e reunir o que Kubler chamou Invariantes, ou seja formas/vocábulos que têm atravessado todos os estilos:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/12826.html;http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/27905.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/20983.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/19279.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/15991.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/15375.html; http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/15160.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/

link do postPor primaluce, às 19:00  comentar

6.1.15

O Padrão que entendemos aplicar nas vestes de José.

Porque é assim normalmente representado? Nada disso, mas pela simples razão da Bíblia o apresentar como um Homem Bom.

Ora aquilo que se vê na Iconografia Cristã - não com uma enorme frequência mas para quem está atento algumas vezes - é que também se usava a Aura Quadrada, exactamente para aludir aos mais correctos e aos homens bons, que se diferenciavam dos que eram considerados Santos e integrantes de uma Corte Celestial. E estes, as pessoas desta «Corte» tinham/representavam-se com Auras Circulares: como são aliás as figuras que vemos no Céu, pois as estrelas e astros, são pontos ou círculos - é isso que vemos geralmente.

Por tudo isto, sendo José um Santo, desenhámos a aura circular - como aliás é normalmente representado - mas aplicámos os quadrados, como ornamento no seu traje.

Poderão dizer que é uma arbitrariedade? Ainda bem, claro que sim, porque a criação, mais ou menos hábil (?) - e com o objectivo de ser rápida a representar (ou a fazer aparecer ideias correspondentes) na mente de quem vê as imagens; essa criação/composição que consideramos artística, sempre foi feita de primeiros passos.

Mas, de acordo com alguma lógica que de início e aparentemente terá sido arbitrária..., porém, com o passar do tempo esse modo de representação foi-se consolidando.

AuraQuadrada-livroSímbolos.jpgA imagem acima já a apresentámos há tempos, Na seguinte está um excerto do nosso Presépio Iconoteológico, onde, como se escreveu, o quadrado «veste» S. José.

Presépio-25.12.2014-O QUADRADO

E o quadrado significava a terra, como consta na legenda de cima, e estamos de acordo.

 http://primaluce.blogs.sapo.pt/

 

 

link do postPor primaluce, às 10:00  comentar

2.1.15

É o caso das informações que se seguem, e que são a legenda de uma imagem composta propositadamente, e a integrar um presépio iconoteológico que podem ver completo em:  

http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/pres-pio/?uid=47YgBZZYck8mHLrpZW0D

ou em http://primaluce.blogs.sapo.pt/santo-natal-225773.

Presépio-25.12.2014-QUADRIFÓLIOS

Pode clicar na imagem ou ler aqui sobre os Quadrifólios do Manto da Virgem:

"Em nossa opinião há dois tempos marcantes da Arquitectura Medieval, i. e., Românica e Gótica: Numa 1ª fase predomina a ideia de uma «estrutura» triangular, e numa 2ª fase predomina a ideia da «estrutura» quadrangular. Essa «estrutura» 'Ad Quadratum' - que foi muitíssimo discutida a propósito da Catedral de Milão - coincidiu com a maior importância dada à Virgem Mãe de Deus. É uma opinião nossa."

Mas que, antes de outros se apropriarem dela deveríamos/poderíamos fundamentar muito mais, com base em inúmeras leituras feitas, que vão desde Platão e Aristóteles a James Ackerman: ao muito que este autor trabalhou sobre as «Actas» das sucessivas intervenções feitas na Catedral de Milão ao longo de vários séculos. Poderíamos/deveríamos ter explicado, se o nosso Orientador tivesse assumido ser ele próprio o Plano B, que nos exigiu que tivessemos, quando o IADE entendeu bloquear o que ele próprio também chamou de Plano A.

Ora, é sabido, as mais importantes investigações não se fazem a descoberto. Não se expulsam os investigadores dos Centros de Estudos (caso da UNIDCOM) a pretexto de «nada».

Ou porque, quiçá, aos decisores não convinham estudos e descobertas relevantes, a mudarem o panorama das ideias basilares da Historiografia da Arte?   

Mas estamos em 2015: Ano Internacional da Luz.

A LUZ de Einstein, mas também a do Pseudo-Dionísio - o Areopagita

link do postPor primaluce, às 19:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Janeiro 2015
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
24

25
26
27
28
29
30
31


tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO