Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
26.12.14

Como por exemplo o mostra a imagem (para nós extremamente bonita, pela lógica subjacente) que hoje escolhemos:

Guarda-Vento-S.Lourenço-Portalegre.jpg

Claro que aqui seria forçado apelar, não a um «sentimento estético» dos visitantes deste blog, e à maior ou menor vontade que pudessem ter para percorrerem visual e atentamente a imagem acima...

Mas, pelo menos, podemos simplesmente lembrar-lhes, como agora estamos a fazer, que estas representações icónicas, em geral são mais eruditas, muito menos ingénuas, e muito mais condicionadas por cânones tão definidos. Que também tornam as imagens, de tão idealizadas, quase «abstractizantes».

Melhor dizendo, o aludir (ou indicar) à Trindade e ao Espírito Santo, no exemplo acima, fez-se de um modo original. Porque em muitos outros casos, e para o mesmo objectivo, usaram-se imagens geométricas que em geral hoje se supõem abstractas, ou apenas decorativas; embora nesse caso as pessoas usem a palavra decorativo sem saber do seu verdadeiro significado.

Ou ainda, finalmente, poderão ter sido usados sinais, que nem sequer seriam reconhecidos de nenhuma maneira: nem como elementos decorativos, menos ainda falantes, naturalistas ou anicónicos...

E actualmente muitos dirão/dizem com uma total candura e imensa simplicidade:

"Oh..., tratam-se de riscos e arabescos, sem qualquer sentido!"

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16.12.14

Hoje lembra-se que diversas vezes temos abordado temas relacionados com o Ensino. Também o do Design - sendo este entendido como Projecto. O mesmo que, obviamente, a Arquitectura exige, antes de ser materializada numa qualquer obra.

No entanto, note-se que este é um «problema» que surge na língua portuguesa, servindo para provar, por exemplo, como quando se usam (e abusa) dos vocábulos em inglês, se pode estar a fazer uma enorme misturada que nada contribui para os esclarecimentos que são necessários. Entre nós, por vezes, vemos as pessoas muito «emproadas» por estarem a usar o termo Design, mas essa sua interpretação (que a sua linguagem corporal está então a transmitir), significa que não sabem que estão apenas a falar de Projecto. Pois Design é isso. E a palavra latina que lhe deu origem - o designium - apenas confirma que o projecto é desenho. 

Mas, recuando, podemos portanto dizer que nestes posts temos abordado várias questões características da transmissão do Saber, que são típicas de professores que se preocupam com «esse fazer»: porque o dominam e é essa a sua especialização. 

Assim, agora que estamos a voltar a ler Mark Gelernter - com o objectivo de recentrar o Barroco e o Rococó, para melhor os compreender: i. e., aos estilos (ou «correntes estilísticas») que plasmaram um conjunto de ideias e de preocupações que sempre existiram, mas que desde os finais de 1500, com origem em várias querelas religiosas (e divisões na própria Europa) que se arrastaram até meados de oitocentos*. Agora, com este recentramento, temos enfim a oportunidade de analisar e ligar (bastante melhor) alguns factos e obras de que já escrevemos.

Claro que tudo isto mereceria o registo escrito, material - em livro (ou livros) - pelas novas perspectivas (iconoteológicas) a que temos chegado. Mas, é sabido, em Portugal o ensino e a educação estão como estão...

Pelo que, parece-nos, da nossa parte continua a ser mais útil lançar mais materiais para o domínio público: materiais que um dia serão «bem tratados» por quem o entender, do que mantermo-nos calados como se nada se passasse.

Como se não houvesse uma nova História da Arte (e da Arquitectura, e do Design...) que permite compreender o que nas antigas Histórias de Arte são enigmas, dúvidas, e sobretudo muito espaço para especulações: as quais aliás podiam ter sido muito mais exploratórias, mas não foram.

E já agora avancemos um pouco sobre isto: a explicar que os seus autores construíram inúmeras fantasias, ou, por exemplo, referem-se a formas complicadas como fez Louis Hautecoeur; ou ainda, e como cúmulo, inventaram secretismos (por acaso bastante bacocos...).

Porém, quase todos os estudiosos, bastante acriticamente - e como se pode ler sobre o Barroco - lá andam eles ainda hoje a repetir que as formas desse estilo são complicadas... 

Passando adiante, e porque Mark Gelernter é um autor como há poucos, foi nele que encontrámos um dos primeiros esboços**, daquilo que, posteriormente, se veio a enriquecer (das nossas pesquisas) com bastantes mais exemplos.

Se do autor Arquitecto e Professor em Denver se retirou isto: “…The importance of geometry has remained a constant throughout our entire history so far (…) This medieval preocupation with divine structure held equally true for architectural design. Medieval architects started with simple geometrical figures, like circles, equilateral triangles and squares…”. 

Mais tarde, esta mesma lógica a que nos introduziu (e ainda agora - hoje - nada impede que se possam encontrar mais exemplos ...), não tem parado de se ampliar.

E alguns dos autores a quem são atribuídas as formas (ditas)  complicadas - como é o caso de Guarino Guarini e de Borromini - esses Designers do século XVII não fizeram mais do gerar alguns dos edifícios, que projectaram a partir de Ideogramas da Trindade.

Basearam-se por exemplo num dos Ideogramas mais ricos, que está na imagem abaixo: um Ideograma que tentou traduzir meticulosamente, o texto que é também ele extremamente cuidadoso - conhecido como Credo de Atanásio. 

7990697_JlZl2.jpg

 

(clic para legenda)

*As invariantes como bem explicou J. E. Horta-Correia, na sua introdução a G. Kubler. Mas aqui queremos também referir «processos-linguístico-expressivos» que a arquitectura inglesa, como sabemos, tão bem os plasmou e espelhou. Por exemplo na definição do estilo especifico a adoptar para as Houses of Parliament.

**Ver em Glória Azevedo Coutinho, Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, p. 36

 

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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