Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
28.11.14

Em geral dizemos que na planta da Basílica, ou Santuario della Consolata de Turim está um Ideograma da Trindade.
Continuamos a dizê-lo, ao ver a sua configuração, embora nos pareça, face a vários desenhos, tão bonitos, dos Arquitectos Luigi Rajneri e Giorgio Rajneri, que talvez na planta não esteja apenas um só Ideograma (mas dois, ou até mais)?
Visto que na referida igreja – concretamente nas maiores áreas que estão abertas ao culto - se articulam dois grandes espaços, cada um deles com geometrias bastante diferentes*.
Como já mostrámos em Monserrate uma nova história** Guarino Guarini - o Pe. Teatino, ou D. Guerino como foi chamado em MDCCCXLV, por Giacinto Marietti (ver Livros Google) enquanto arquitecto, e pelos seus trabalhos, compreende-se que foi sempre detentor de uma imensa «operacionalidade»***:

Criando assim várias obras de enorme beleza.

Obras que são de um tipo de Beleza que é muito menos comum, e mais rara: por não serem imediatamente empáticas (também menos perceptíveis, por não serem feitas de "lugares-comuns"), e exigirem de quem as contacta e quer fruir, não um simples Gosto (como o do polegarzinho!): mas uma postura e um saber que são, e serão cada vez mais raros:
Serão só para os que percebem a Mestria de como foram transformados desenhos caligráficos, que eram Diagramas de Ventos (de Isidoro de Sevilha), em formas arquitectónicas.

Assim, só esses serão felizardos, e se podem emocionar (depois de a compreenderem) perante a Beleza sublime, que D. Guerino criou.

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*Note-se que infelizmente não estivemos no local, as informações chegam-nos da bibliografia – por exemplo de Domingos Tavares, Dafne Editora; e ainda via Internet.
**por Glória Azevedo Coutinho, Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008. Ver - entre outras - as pp. 69 e 272; nesta última a fig. 113.
***Uma extraordinária capacidade performativa - ou a performance que muitos sabemos ser essencial para ser actor ou para ser criativo. Por conseguir transformar uma imagem plana - um Ideograma da Alta Idade Média - em estrutura tridimensional, arquitectónica: no caso que referimos a propósito de Monserrate, a igreja de S. Lorenzo de Turim.

mailto: bien.faire.et.laisser.dire.gac@gmail.com

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22.11.14

Apesar de ser o Deus-Único dos Hebreus e depois do Cristianismo, a nós parece-nos que houve e ainda subsistem várias questões: no plural, é esse o ponto de hoje (a ter desenvolvimentos).

É verdade, para nós existem algumas dificuldades recentes, mas logo depois também se tornam  em coisa (muito) pouca, quando as mesmas acabam por vir enriquecer, imenso, tudo aquilo em que temos trabalhado e investigado. Como se do ponto de vista prático as dificuldades fossem essenciais para se poder ir mais longe!

Aqui e agora, são concretamente várias questões do Deus(-Cristão), que ao longo da história, para serem mais facilmente explicadas, fizeram recurso à Imagem. E se hoje há algumas, ou imensas imagens - sobretudo as chamadas decorativas e as que formam padrões -, é porque, no plural, houve também imensas questões sobre Deus: i. e., muitas dúvidas que eram colocadas sucessivamente por aqueles que o queriam conhecer melhor.

Pode perguntar-se: É esta uma questão (e uma temática) de Fé ou de Ciência? Estamos a fazer a pergunta que milhares ou milhões já colocaram, e a nossa resposta é que o tema pertence às duas áreas em simultâneo.

E por isso, passamos já para um outro lado desta temática, que assim passa agora a ser muito mais acessível: 

Porque, claro que na actualidade, na sua superficialidade, e para este objectivo, alguns vão buscar informações apenas ao Cinema. E usam-no muito mais para contar histórias - no caso da história da vida de Cristo, e para fazer descrições mais simples - do que para "plantear" (como diriam "nuestros hermanos") algumas das Questões Filosóficas que a existência de Deus sempre criou aos homens.

Assim gostámos muito de encontrar aquilo que continuamos a defender: o uso do DESENHO e da JOMETRIE* - tantas vezes como Micro-arquitecturas que também eram propositadamente plasmadas nas obras de Pintura, Medieval, Renascentista... - para conduzir o Pensamento a uma ou várias ideias sobre Deus.

Como foi o caso do Símbolo da Fé (ou Símbolo de Niceia-Constantinopla), o qual, contando com, e a partir de várias imagens que eram reunidas**, se «conseguia» reconstituir visualmente***.

A página em que se fala de um Deus de Amor em que a Geometria é essencial para desenhar e exprimir a sua essência está abaixo, à frente de quem lê este post.

o fi+o infinito-página 87 001.jpg

 E ainda mais abaixo, este foco e ampliação essencial:

o fi+o infinito-página 87 002.jpg

O que se sublinhou (acima) tem que ser compaginado com informações de outros autores: no caso, as de Rudolph Arnheim, num livro seu que lemos em francês:

La Pensée Visuelle

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 *"Jometrie" - chamou-lhe Villard De Honnecourt

**Desenhos que hoje todos dizem serem «Simbólicos», mas não percebem o verdadeiro sentido dessa designação. Ou seja, desenhos que estavam directamente sintonizados (pode ser uma das palavras para explicar esta questão difícil) com o Símbolo de Niceia-Constantinopla. Mas para este efeito, só um (que saibamos...), tinha/tem capacidade de resumir todo o Credo: e esse desenho, sinal ou signum (chamem-lhe o que quiserem...) é a Cruz.

E se nós estamos agora numa cruzada é porque não abdicamos das nossas ideias (na tal escola que diz ser a melhor do mundo!?)

***Uma reconstituição que nos lembra (e por isso acima escrevemos «conseguir») dois pensamentos diferentes sobre a Arte (Paleo-)Cristã e a Arte Gótica: o de Émile Mâle e o de André Grabar. 

Em suma o blog que se segue é um luxo - http://www.aquestaodedeus.blogspot.pt/ - mas queremos referi-lo pelo imenso valor que tem, e imediatamente encontrámos no livro que há dias tivemos a sorte de descobrir.

Não é tudo mau!

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3.11.14

E se no passado as ideias «plasmadas» na Arquitectura eram/foram definidas pelos Teólogos - e mais tarde pelos arquitectos (devendo analisar-se por aqui, e ao nível dessas mesmas ideias a figura do Architectore); pois na verdade esses mesmos teólogos não estavam capacitados para intervir no design das Estruturas dos edifícios: i. e., no dos elementos que respondiam às necessidades da Estática. Ou, dito de outro modo, para definirem os elementos físicos que teriam que suportar as ideias que fossem «inseridas» nas pedras e nas maçonarias das edificações.

Assim, fossem os principais protagonistas Teólogos (ou o tal de "Architectore") na verdade eram precisos construtores, que em França davam, e dão, pela designação de "Maçons".

E os referidos "maçons", organizados em Cooperativas, Agremiações ou Lojas - de gente muitíssimo reputada pela sua competência (leiam sobre os Parler de Praga e as suas obras na Boémia) - ganharam uma tal aura, que tiveram que se tornar selectivos: exigindo o conhecimento de diversas informações como prova de pertença (e de competência cabal) para estar nas referidas agremiações. Eles foram o equivalente aos engenheiros civis de hoje, que exigiam uma senha (ou signo) aos que pretendessem entrar para a citada agremiação.

Disto, que aceitamos como bastante lógico, às elucubrações secretistas e fantasistas, não vai um passo de gigante: mas já vão, claramente, sucessivos e pequenos deslizes, talvez mínimos, mas sempre acompanhados de bastante ignorância. Muito aumentada pelas sucessivas gerações: as que ao contar um conto lhes terão acrescentado cada vez mais pontos!?

Pontos que, quando se vai ver, levaram a percas do sentido «ideológico», primário, de muitas das formas ornamentais. Claramente a percas no sentido de todo um vocabulário que só existe apenas por aquilo que pretendeu significar, ou designar.

Portanto, por este lado houve um enorme reducionismo. Mas também houve outros pontos que acrescentaram outras ideias, as quais, talvez (ou muito certo?) nunca terão estado na mente dos seus autores, nem sequer nas suas obras...?

Enfim, limpinho, limpinho, pode ser/é para nós, altamente duvidoso o sentido que a maioria das vezes os vários autores retiram das obras, e sua iconografia...

Depois, também verificamos que ninguém foi olhar para as Obras de Arte com um mínimo de cuidado, como seria, por exemplo, de Dicionário de Símbolos na mão e a analisar cada imagem, e cada detalhe, muito cautelosamente.

Não foi, mas devia ter ido, porque é o que faz sentido!

LaMaisonEtSaConstruction.jpg

De mais uma das nossas colecções de documentos antigos. Posted for Primaluce, by Glória Azevedo Coutinho.

Depois, já agora, aproveite e compare a cobertura desta "Maison en construction" com a de:

http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/?uid=KLcdkjvqrwtZ0cBbIeMq

Porque é nos De arche Noe de Hugo de S. Victor que se encontra a raiz de toda a história dos telhados e das coberturas mais típicas, quer da Europa Ocidental, quer, mais especificamente, da arquitectura francesa:

Em suma, é a História da Mansarda, que tal como a dos Telhados de Tesouro (portugueses) é muito mais do que uma invenção de Philibert De l'Orme ou dos Mansart.

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/60040.html

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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