Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
25.10.14

O Parlamento do Canadá, em Ottawa, foi palco de acontecimentos que chamaram a atenção para esta Entidade.

Palavra que escolhemos assim - entidade, propositadamente, para diferenciar o edifício daquilo que se passa lá dentro.

No entanto, e como mostra a notícia seguinte da RR - hoje, em que todos temos necessidade de fazer este tipo de separações/distinções e diferenciações, por questões operativas do nosso próprio pensamento, ou das lógicas em que vivemos - no entanto pode acontecer que essas distinções que fazemos estejam erradas, em maior ou menor profundidade?

Actualmente quer-se chegar ao átomo/núcleo de cada ideia (e não à molécula, que como em geral se sabe é maior). Como se em tudo o que se olha, estuda, analisa ou aborda; como se em cada uma dessas entidades houvesse apenas uma única essência, desligada de tudo o resto...

Mas isto que hoje se quer, não era, não foi assim, ao longo do tempo. Mais: muitos que usam e abusam da ideia de Simbolismo, e que em tudo querem ver «simbolismos»; esses mesmos, que vão também cercear a realidade à volta do átomo, claro que assim não percebem nada (de nada)! Não vêem como muito esteve ligado (e ainda está). Concretamente no caso do edifício do Parlamento de Ottawa, como bem comprova a fotografia que acompanha a notícia (e a que se coloca abaixo), há ainda todo um cerimonial, característico das monarquias, que está também directamente relacionado com a arquitectura do edifício.  

stock-photo-gothic-revival-building-of-canadian-pa

 (foto de http://www.shutterstock.com/pic-81882019/stock-photo-gothic-revival-building-of-canadian-parliament-in-ottawa-in-winter.html)

Enfim, este é hoje o cerne das nossas ideias, as que fomos adquirindo depois de estudar o Palácio de Monserrate de Sintra, tendo presente a nossa experiência, sobretudo aquilo que é fazer um projecto*:

Não faz sentido falar de Revivalismos, mas muito mais de Sobrevivências, ancoradas nas escolhas e nas diferenças religiosas que os vários países fizeram: sobretudo a partir Lutero, e das divisões que criou na cristandade.

Na Europa, mas que se expandiram para os novos continentes.

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*Quem faz projectos, tem a experiência que raramente os Historiadores de Arte têm: sabe da «enorme quantidade de informações», que quer plasmar na obra que está a propor (e cuja existência está a prever). 

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4.10.14

É verdade, aqui, agora, traz-se uma questão que combina estas duas vertentes.

E puxa-se para aqui(Iconoteologia), embora vá estar também em Primaluce, por uma questão de visibilidade (e não de publicidade*1). Adiante:

No artigo de António Cruz Rodrigues na OTTAGONO, para nós ressalta a forma saudável (e corajosa) como não cede a ideias e a pressupostos que levam a soluções que considera maníaco-depressivas.  

Faz muitíssimo bem, pois connosco, por exemplo, e durante vários anos, entendendo muito pouco de alguns questionamentos, basto díspares, de António Quadros – que se referia aos mesmos com entusiasmo e frequência (como aliás também escrevia); alguém que ouvíamos diversas vezes, quer em reuniões no IADE, ou até nas viagens de comboio para Cascais*2. Contudo, dada a falta de evidência científica de várias das suas ideias, e ainda, pela grande e aparente disparidade (que chegava a esconder a sua vasta transdisciplinaridade...), contida nos temas e «ingredientes», que frequentemente punha nalgumas conversas; estas características de A. Quadros, levavam a que – para além dos Compagnons de Route (que alguns estavam no próprio IADE, e esses ouviam-no com atenção), mas, muitos outros, não tinham/tínhamos sensibilidade e os conhecimentos bastantes para conseguir acompanhar a sua «imensa erudição»*3.

Hoje, António Quadros e a sua memória, pelo que produziu e contribuiu, em especial para a Cultura Portuguesa (ou mais para a europeia como preferiríamos ouvir dizer - se fossem feitas algumas distinções!); hoje, nalguns círculos, talvez exactamente naqueles que mais «mitificam» a realidade (e para ela só têm olhos subjectivos), para esses o fundador do IADE é agora «quase um ídolo»!

Por nós, embora continuando a recusar (e portanto a não aceitar, até ver, se aparecerem?) algumas das suas «histórias», como por exemplo a de uma Atlântida submersa – algures perto dos Açores. No entanto, apesar destas dificuldades de compreensão, não deixámos de ficar sensibilizados e curiosos, com algumas informações que ía produzindo. Como foi o caso da Paideia, que inclusivamente gerou graças e ironia, q.b., em todos os que não entendíamos o sentido da palavra, quando a referiu numa qualquer sessão. Ou, num outro caso, quando decidiu escrever sobre o «dealbar» (futuro) do IIº milénio: decerto completamente distraído e alheado, de como se faz a contagem dos séculos e milénios?

Passamos assim ao que nos sucedeu na Faculdade de Letras em 2002, e à razão para encadearmos estes assuntos:

Perante as várias questões que foram surgindo levantadas por Maria João Neto, e de me ter ocorrido a questão do Filioque, de que já teria lido qualquer coisa em António Quadros; de então para cá (há 12 anos), claro que transitei para muitas mais leituras. Incluindo textos de João Pinharanda Gomes (onde explica a questão do Filioque, que também está na Internet, e no Catecismo da Igreja Católica), embora, quase nunca, relacionada com imagens.

Em suma, depois de termos muitas mais informações, e sobretudo quando isso se justificou, voltámos a uma melhor exploração de alguns textos de António Quadros, que inicialmente não pudemos compreender; é esta a verdade! Mas, voltámos com o cuidado de ir filtrando e relativizando muito, estando consciente e alertada para o seu «espírito sebastianista»: apaixonado por tudo o que fosse secreto e obscuro, a ponto de querer que, invariavelmente, e subjacente às mais diversas questões, houvesse uma imensa verdade pronta a revelar-se (e a sair do nevoeiro)!

Na imagem seguinte (página) de um livro de António Quadros, onde é feita referência a um Champollion, de uma suposta escrita ibérica. Neste texto Quadros cita outros autores: Mendes Corrêa e Leonel Ribeiro.

Image0581-a.jpg

E apresenta uma síntese em que descreve as pesquisas de ambos, sobre diversas escritas ideográficas ou esquemáticas; mas que, admite-o, também poderiam ter sido formadas a partir de caracteres alfabéticos.

Não sabemos se estudou a Kalocagatia de que Raymond Bayer escreveu, e Saramago traduziu com tanta clareza? Ou se leu o original em francês, publicado em 1961? Se teria conhecimentos de Geometria, como deixámos numa das notas abaixo? Ou ainda, se por exemplo alguma vez associou figuras geométricas a números, pelo seu valor (e não em algarismos, ou pelo respectivo desenho do caractere) à ideia de Deus? Uma associação que a Teologia Cristã faz directamente, na expressão "Uno e Trino".*4

Também não sabemos se ao ler André Grabar captou o que está nas suas palavras sobre os visigodos de Toledo? Mas, para esta última pergunta, à partida é fácil responder. Pois não se imagina que não tenha explorado e conhecido muito da obra desse autor, o que se pode esclarecer e procurar nos seus próprios livros, ou ainda na biblioteca do IADE…

Por nós, e porque já várias vezes na vida desvalorizámos «muitas coisas» a que hoje damos valor (sabendo onde, inclusive em obras que projectámos e dirigimos, onde deveriam estar elementos, que..., não estão lá!); assim, naturalmente que a desvalorização que o IADE tem dirigido relativamente ao nosso trabalho de mestrado, e às suas sequências que  seriam apoiadas normalmente(nos estudos de doutoramento que pensávamos poder concretizar). Para nós, como se deduz, essa desvalorização que fazem é sobretudo de carácter científico: portanto, péssimo sintoma dos tempos que se vivem!

Por vir de uma instituição universitária que deixa cair o Saber Antigo, em particular questões a que o fundador desssa instituição tanto se dedicou (mesmo sem ser doutorado). Para nós, perante tudo isto, claro que temos que nos sentir a assistir à maior ironia da(s) nossa(s) vida(s)!*5

Pode doer, mas se dói também é, ao mesmo tempo, um óptimo sinal. Não por masoquismo, mas porque, felizmente, indicia que adquirimos muitos mais conhecimentos do que aqueles que tínhamos no fim dos anos 70, aos 20 e tal anos!

Para as vidas das pessoas que «estão para estar» no IADE, sobretudo continuando a assistir à desvalorização e à deturpação do seu trabalho, e do que nasceu como ensino médio, ou ensino secundário, de grande categoria – muito mais do que tem hoje... – deseja-se que a marcha-atrás abrande: Já!

Que fique muito mais lenta, antes que se tornem, rapidamente, no que António Quadros também descreveu como Homo Sapiens da Gruta do Escoural.  

Já abordámos estes temas e vamos continuar, com ou sem doutoramento. Pois é a qualidade do saber (ou da informação) que nos move, e não a sua quantidade.

Ao António Cruz Rodrigues mais uma vez parabéns, por também demonstrar que é precisa saúde mental, muita lógica e discernimento, naquilo a que hoje se chama Ensino Superior. É que as depressões que alguns doutoramentos podem causar (típicos de quem não faz mais nada e se desliga da vida real, e de um ganha-pão que é exigente, e espera contrapartidas, ainda mais reais). Essas depressões, originadas, por vezes, em metodologias bacocas, e em simultâneo, nos «desacompanhamentos/desorientações» que muitos orientadores impõem aos seus orientandos*6; depois, as mesmas depressões também podem induzir os tais comportamentos maníaco-depressivos, destrutivos e altamente doentios, que muito poucos têm capacidade de detectar, e mais do que tudo denunciar.    

Parabéns também a José Hartvig de Freitas, e ao esforço (mental) que precisou de fazer, numa questão que é muito complexa, para tentar colocar em planos diferentes o que acompanhou e compreendeu do trabalho do seu pai. Entre a razão e o mistério, que prevaleça a razão: a qual não vemos motivos para passar a ser menorizada ou reduzida (bem pelo contrário!). É que há que ensinar a pensar!

Depois, também nós temos a sorte de ter na família, e amigos, não só pessoas inteligentes, capazes de discernir temas diferentes, mas ainda de uma longevidade razoável: que ajuda a não deixar «matar o passado», e a permitir pôr em diálogo a tradição e a modernidade, que tantas vezes salta, quase inconscientemente, para muitos dos projectos que fazemos…

 

E claro que isso é fascinante, a sorte grande!

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*1Como alguns referem e confundem – a visibilidade com a publicidade.

*2Sabemos que algo semelhante se passou com José Hartvig de Freitas, filho de Lima de Freitas, que o descreve em Uma Realidade Mítica, Prefácio de Porto do Graal (Edições Ésquilo, Lisboa 2006). Nesse livro, na p. 18 vai ao ponto de usar o mesmo termo, saudável, que estamos a empregar: “…não estou totalmente convencido da verdade literal de todas essas «coisas», nem sei se é totalmente razoável ou mesmo saudável acreditar literalmente nelas.” Mais, parece-nos - a nós - que muito poucos têm abordado este tipo de literatura, e também algumas obras visuais, como ele (José Hartvig de Freitas) aqui fez. À sua clarividência, que achamos verdadeiramente razoável, saudável (mental) e correcta, acrescentaríamos que os níveis a que se refere, como o mundano/real/objectivo, opostos ao mítico, têm a ver com a cultura e o conhecimento de cada um. Porque não estão (ou estamos) todos ao mesmo nível. Mais, podem alguns embarcar (na crença) «de certos mitos» – isto para dizer depressa – em especial aqueles que não desenvolveram, capazmente, vários outros conhecimentos científicos (e assim não se auto-filtram).

Estamos a pensar por exemplo na ideia de um ângulo de 17º que alguém diz ser simbólico! Porquê? É a dimensão da abertura do referido ângulo que está em causa? Ou o nº 17 que é um nº primo, e de combinações matemáticas muito mais difíceis do que por exemplo o 8 (da Ottagono e da loja Octógono). Pois para esses casos, para evitar o tal número mítico (assustador de «doentes mitómanos»), aconselhamos a que se mude de escala e se meça em grados ou em radianos… Restando ainda lembrar, sobre o 8 e o octógono, que esta é uma forma com valor semiótico há milhares de anos. Mas isso radica em matemática e em geometria. Lembrem-se de 22, 23, 24 e o que estes valores – 4, 8, 16, etc. – têm gerado em termos de ornamentação: algo como uma música que em geral todos os olhos vêem muito bem (e de que «gostam» logo).

*3A qual agora, quase 40 anos depois (e correndo riscos, que considero muito saudáveis!) nos atrevemos a diferenciar tout court, entre uma Boa e uma Má Sabedoria. Ou, entre saberes com e sem fundamentos científicos. 

*4O que por si só gerou inúmeras representações (de raiz numérica) de Deus, a partir de construções geométricas e desenhos que hoje são julgados meros ornamentos.

*5 No singular e no plural porque esta é uma questão geracional, que mostra tão bem a evolução que o Conhecimento e a Ciência estão a fazer.

*6 Conhecemos bem demais um «Orientador» que se queixou da sua Orientanda, por ser demasiado exigente de entre os restantes – mais de 20, como afirmou - que em simultâneo estava a orientar!

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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