... que também dedicamos aos nossos orientadores do Mestrado e do Doutoramento, que nos proporcionaram a chegada a patamares e a conhecimentos que não se poderia pensar que algum dia os atingíssemos!?
Legendas para as figuras do post anterior:
Figura 1 – Arco Quebrado, cuja origem está genericamente explicada no nosso trabalho dedicado a Monserrate. Aconselhando-se particularmente o excerto de Caramuel Lobkowitz que já citámos:
"Suppone, que algunas colunas, unas redondas, otras quadradas, o de otras regulares figuras, en parte se hayan penetrado entre si; de onde resulta necessariamente que se descubran unos pedaços dellas, y otros queden occultos...”*
Figura 2 – Mandorla geométrica (ou mística?), pode-se ver pintada no tecto de várias igrejas a partir do século V (d. C), como se pode ler no Dicionário de Termos de Arte e Arquitectura de Jorge Henrique Pais da Silva e Margarida Calado. Editorial Presença, Lisboa 2005, p. 227**.
Figura 3 – Amêndoa: pode ver-se numa Arca Tumular do Panteão Real de Alcobaça, constituindo a melhor prova quer da síntese linguística que foi feita entre formas naturais e formas geométricas (conceptuais); quer ainda - no caso da aplicação no túmulo alcobacense – em que a partir desse exemplo, e integrado num léxico mais amplo (cujas fórmulas visuais sigam lógicas análogas), é então possível uma dedução lógica da génese do Escudo Português.
Figura 4 – Ovo ou Óvulo – que em geral é desenhado na parte superior da (nossa) imagem com um círculo de raio maior. O qual vai buscar a concordância geométrica a um ponto de tangência inferior.
Figuras 5 e 6 – As duas Ovais são iguais, não confundir com elipses, e desenhámo-las para que se vejam em posições diferentes: ao alto (em que se pode confundir com a mandorla) e ao baixo em que tendem a ser vistas como elipses. Sobre este tema existem já posts (nossos) de datas anteriores com o objectivo de ensinar e esclarecer, para os quais se remete:
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/42024.html
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41879.html
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41511.html
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41452.html
Figura 7 – É uma Amêndoa igual à da Figura 3, que podem reencontrar em vários posts, visto que já escrevemos sobre esta forma. Por isso se destaca a “Tapisserie de Bayeux”, óptimo exemplo de como a linguística e a imagética (neste caso ao serviço da heráldica) tantas vezes se fundiram.
Com toda a certeza, muitos dirão que a forma em causa é mais um Escudo (ou um "Escudete") do que uma Amêndoa, o que, insistimos, radica em polissemias (mas também em equívocos etimológicos) de que a Arte e os «seus vocábulos» - postos em imagens - está repleta. Ver:
http://www.tapisserie-bayeux.fr/
http://primaluce.blogs.sapo.pt/5733.html
http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html

*Ver em Caramuel LOBKOWITZ, Arquitectura Civil Recta y Oblicua, en La Imprenta Olispal, Vegevan, 1678, p. 78, ARTCVLO XII. E ver no nosso trabalho - Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, p. 33.
**Nesta entrada é referida a elipse como forma sinónima, e em muitos outros casos refere-se a oval. Mas, na imagética medieval (mais genuína, e muito rigorosa), e também na posterior - à excepção de várias obras do século xx - verifica-se que essas substituições por outras formas iconográficas sinónimas raramente foram feitas.
Ver ainda: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=20335