Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
30.4.14

... que também dedicamos aos nossos orientadores do Mestrado e do Doutoramento, que nos proporcionaram a chegada a patamares e a conhecimentos que não se poderia pensar que algum dia os atingíssemos!?

Legendas para as figuras do post anterior:

 

Figura 1Arco Quebrado, cuja origem está genericamente explicada no nosso trabalho dedicado a Monserrate. Aconselhando-se particularmente o excerto de Caramuel Lobkowitz que já citámos:

 

"Suppone, que algunas colunas, unas redondas, otras quadradas, o de otras regulares figuras, en parte se hayan penetrado entre si; de onde resulta necessariamente que se descubran unos pedaços dellas, y otros queden occultos...”*

 

Figura 2Mandorla geométrica (ou mística?), pode-se ver pintada no tecto de várias igrejas a partir do século V (d. C), como se pode ler no Dicionário de Termos de Arte e Arquitectura de Jorge Henrique Pais da Silva e Margarida Calado. Editorial Presença, Lisboa 2005, p. 227**.

 

Figura 3Amêndoa: pode ver-se numa Arca Tumular do Panteão Real de Alcobaça, constituindo a melhor prova quer da síntese linguística que foi feita entre formas naturais e formas geométricas (conceptuais); quer ainda - no caso da aplicação no túmulo alcobacense – em que a partir desse exemplo, e integrado num léxico mais amplo (cujas fórmulas visuais sigam lógicas análogas), é então possível uma dedução lógica da génese do Escudo Português.

 

Figura 4Ovo ou Óvulo – que em geral é desenhado na parte superior da (nossa) imagem com um círculo de raio maior. O qual vai buscar a concordância geométrica a um ponto de tangência inferior.

 

Figuras 5 e 6 – As duas Ovais são iguais, não confundir com elipses, e desenhámo-las para que se vejam em posições diferentes: ao alto (em que se pode confundir com a mandorla) e ao baixo em que tendem a ser vistas como elipses. Sobre este tema existem já posts (nossos) de datas anteriores com o objectivo de ensinar e esclarecer, para os quais se remete:

 

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/42024.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41879.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41511.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/41452.html

 

Figura 7 – É uma Amêndoa igual à da Figura 3, que podem reencontrar em vários posts, visto que já escrevemos sobre esta forma. Por isso se destaca a “Tapisserie de Bayeux”, óptimo exemplo de como a linguística e a imagética (neste caso ao serviço da heráldica) tantas vezes se fundiram.

Com toda a certeza, muitos dirão que a forma em causa é mais um Escudo (ou um "Escudete") do que uma Amêndoa, o que, insistimos, radica em polissemias (mas também em equívocos etimológicos) de que a Arte e os «seus vocábulos» - postos em imagens - está repleta. Ver:

 

http://www.tapisserie-bayeux.fr/

http://primaluce.blogs.sapo.pt/5733.html

http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html

 

 

*Ver em Caramuel LOBKOWITZ, Arquitectura Civil Recta y Oblicua, en La Imprenta Olispal, Vegevan, 1678, p. 78, ARTCVLO XII. E ver no nosso trabalho - Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, p. 33.

**Nesta entrada é referida a elipse como forma sinónima, e em muitos outros casos refere-se a oval. Mas, na imagética medieval (mais genuína, e muito rigorosa), e também na posterior - à excepção de várias obras do século xx - verifica-se que essas substituições por outras formas iconográficas sinónimas raramente foram feitas.

Ver ainda: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=20335

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20.4.14

É a imagem seguinte, cuja legenda (mais completa) fica ainda a faltar.

Mas como temos gosto em ensinar (e há quem precise aprender) apesar da tarefa ser trabalhosa fica prometida, e o post será completado dentro de dias... 

 

 

(clic para legenda, e para ampliar escolhendo a maior dimensão da imagem - 3508x2481)

- para os pormenores da construção geométrica,  e os pequeninos erros de desenho...)

 

Entretanto sugere-se que comparem com muitas outras imagens que estão nestes blogs, treinando a visão e sondando as inúmeras hipóteses de (haver, porque os há...) significados sinónimos. Ver em:

http://primaluce.blogs.sapo.pt/presente-de-pascoa-para-se-191411

http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/57065.html

Mas também no «muito Neoclássico» ----> Arco da Rua Augusta

http://primaluce.blogs.sapo.pt/ou-seja-191085

http://primaluce.blogs.sapo.pt/

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16.4.14

...

 

Independentemente das ideias de Quadros - algumas de que nos lembramos, directamente, em fragmentos da memória, esbatidíssimos... - e de outras que estão na sua bibliografia*. Na verdade, parece-nos que tinha bastante razão sobre a existência de «uma Escrita» a qual, muitas vezes (ou quase sempre) também adquiriu tridimensionalidade.

Nada de muito novo, porque é um fenómeno idêntico ao que acontece/aconteceu na Arte Islâmica.

Aqui o que é novo (para quem sempre ouviu, à distância, uma série de relatos que pareciam verdadeiramente inverosímeis...) é estarmos hoje convictos da mesma ideia: embora para nós se trate de uma Escrita da Europa - ou do Cristianismo - a qual terá ganho força, com algumas imagens produzidas na Ibéria; talvez, sobretudo em Toledo?

É o que se passa na imagem, cliquem e leiam a legenda

 

 

Claro que o assunto está ainda muito longe de ser esclarecido: mesmo por nós, que temos feito sucessivos apelos ao seu entendimento, e à necessidade de tempo e condições para o investigar - a sério, com uma equipa eficaz:

Já nem digo como se faz no Ensino Superior, mas como faz um arquitecto a projectar, quando ao começar o trabalho tem que investigar (sem percas de tempo)! Enfim:

... É o país que temos, o Ensino Superior que (não) se vê...

~~~~~~~~~~~~~~~~ 

*Ver em: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/ontem-recebemos-homenagem-a-antonio-66071

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15.4.14
  1. Página inicial - 3.799

  2. /search - 169

  3. Agregados Naturais e Artificiais*... - 113

  4. /2010/11/ - 52

  5. "Tout passe, tout casse, tout lasse et tout se remplace…" - 40

  6. /tag/l’histoire+d’une+découverte+(1ère+partie - 37

  7. /2011/06/13/ - 32

  8. /2011/02/ - 32

  9. /tag/l’histoire+d’une+découverte+(1ère+partie - 25

  10. /2010/12/ - 24

  11. Quantas vezes? - 24

  12. Feliz Natal 2013 - 23

  13. A «Cruz Pátea» tradutora de noções teológicas a que o Ocidente aderiu - 21

  14. Amêndoas da Páscoa: Escudos de Portugal* - 20

  15. Quantos Quadrifólios - 19

As perguntas do título são sinónimas, mas formuladas de maneiras diferentes. Depois, e porque estes blogs têm regras, apesar de se querer paginar o post de hoje de outra forma, o template não o permite (para que fiquem retratadas, fielmente as Estatísticas do blog).

De qualquer modo, o que está acima, veio de Primaluce e confirma, para os últimos 6 meses, as visitas que temos e os interesses preferidos dos muitos visitantes: aquele que têm relativamente a alguns dos nossos posts.

Claro que não se usa um blog para elencar as actividades desenvolvidas, como se fosse um CV, mas é impossível não deixar fluir todo um percurso de vida, quando se está a discorrer sobre o quotidiano ou uma qualquer obra que se possa estar a interpretar... 

Porque aquilo que se lê é o resultado do que se tem na mente   

Enfim, se há quem deixe cair a «Nuvem da Ignorância» sobre os trabalhos e a experiência alheia, porque sim! Porque essa experiência lhe é incomodativa, e há portanto que a fazer obnubilar, mais aos CVs alheios, que possam ser mais completos (e verdadeiramente competitivos). Também há quem se sirva do que aprende todos os dias, e ponha a render os seus próprios talentos: dirigindo-os à mouche, dos alvos mais certos.

Não só para projectar mas também para estudar determinados assuntos, quer como profissional independente quer como docente, naturalmente recebemos as verbas necessárias para realizar essas tarefas.

Pelo que, em nosso entender, podemos agora ir disponibilizando muitas das informações que temos alcançado e reunido, colocando-as ao serviço da comunidade: já que, em geral, "os portugueses merecem o melhor!"

 

(clic para legenda)

As lógicas de Empobrecimento deliberado que a Crise tem trazido à Europa, por nós deve ser combatido com Saber: transformando o Conhecimento naquilo que é de facto:

Um verdadeiro Contravalor

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6.4.14

Quem estudar História com um mínimo de seriedade - como fizemos para o trabalho do mestrado - apercebe-se da evolução que a Humanidade foi (e vai) fazendo em termos de conhecimentos.

E como em todas as épocas esses conhecimentos passaram para as Obras de Arte: a qual não é senão um espelho da sociedade, embora, claríssimo, um espelho das suas vanguardas.

Sejam elas os artistas setecentistas e oitocentistas, criadores de imagens ou de sons: i. e., pintores, arquitectos, músicos, escultores, ou ourives... Mas também ainda, e valorizando com o mesmo espírito os autores que produziram ciência médica ou literatura, aquilo a que se pode assistir é ao facto de esses «autores-investigadores» terem posto em comum - e a favor da comunidade - o que foram conhecendo e produzindo: já que foi passado a escrito e tornado público.

No entanto, e voltemos ainda atrás, porque essas vanguardas, deve dizer-se, podem também ser autores mais antigos (inclusive membros do clero), cujos nomes não são os mais conhecidos; ou que também não se relacionam, de imediato, com a produção artística*. Como um Hugo de S. Vítor, ou um Vincent de Beauvais; um Santo Alberto Magno, um S. Tomás de Aquino... E a esta lista acrescentam-se ainda - L. B. Alberti e Albrecht Dürer - autores que fizeram progredir a Ciência, e ao mesmo tempo a Arte.

E «estacionemos» por aqui, pois Dürer é um dos melhores exemplos para aquilo que se quer dizer. Já que uma gravura sua (de 1514) conhecida como Melencolia I, tem sido sucessivamente estudada por vários autores, como C.G. Jung; diz-se no vídeo anexado - de Anne STEINBERG-VIEVILLE (autora que não conhecemos**). Ou, como o disse/escreveu, igualmente, Frances Yates - uma outra autora, de quem, neste caso temos a sorte de ter várias informações: alguém que também se referiu à Melancolia de Albrecht Dürer.

Aqui chegados, por uma via que, por opção, é demasiado linear: não só para não nos perdermos, mas também porque de Hugo de S. Vítor e Santo Alberto Magno à Psicologia, seja Freud ou Jung, qualquer esboço generalista teria sempre que ser imenso. Aqui, a partir deste ponto, lembre-se apenas que pelo meio há autores cujas vidas e obras podemos agora conhecer, embora alguns deles tenham sido condenados: por se terem atrevido a colocar questões, em assuntos que «misturaram», por exemplo, com a astrologia (ou com a magia), mas que hoje, nalguns casos, a Psicologia e as Neurociências conseguem explicar...

Em suma, e se lembrarem o post anterior, poderão notar que ainda queríamos voltar a Jacques Le Goff:

A um autor cuja obra é imensa, e que vai levar tempo a ser interiorizada, sobretudo pelos nossos «historiadores-professores»: cujas carreiras de pessoas mais novas (do que nós) estão para durar. Mas, como já atingiram os "tops" das mesmas (i. e., os «doutoramentozinhos das suas vidas»), dificilmente se actualizarão ou renovarão as disciplinas que estão a ensinar...

Acontece que o pioneiro Jacques Le Goff, que morreu há dias com 90 anos, teve o mérito de ter questionado, e completado vários conhecimentos da História: face a novas Ciências (como a Psicologia ainda é), servindo-se desta disciplina, reviu e reformulou a História que lhe tinha sido ensinada. E onde percebeu que havia incorrecções/incompletudes, que um olhar mais informado facilmente detecta.    

Assim mostrando, como defendemos, que não há Arte «contemporânea» (dos autores que a criam), ou Design e Ciência - de hoje ou de sempre; e que pretenda incluir uma qualidade desejável - sem haver conhecimento da realidade para a qual se cria!

Mais, se nas aulas os alunos são convidados, como consta no enunciado dos seus trabalhos, a analisarem "A Realidade Sensível" de um espaço que os contém (ou de uma obra que possam ter nas mãos, e ainda «à frente dos seus olhos»); é porque esses conhecimentos - que o trabalho, forçosamente, primeiro lhes exige, também permitem depois apreender, convocar e exercitar novas informações.

Dito de outro modo, esses novos conhecimentos (e concretamente um "know how" dos procedimentos) irão, imediata e directamente***, aumentar a sua criatividade!

 

(clic para legenda)

*Porque exactamente até hoje tem permanecido o enorme erro de se pensar que a Arte pouco tem a ver com a Religião. Mas claro que já vemos essa questão a mudar... (embora muito pouco) «sob o chapéu» da Antropologia!

**https://www.youtube.com/watch?v=zW7_zfANID4

http://annstein2.unblog.fr/2012/06/29/albrecht-durer-artiste-mathematicien/

https://www.youtube.com/watch?v=3tHHhJw2-jA

***Em suma, é impossível pensar que não sejam benéficos, para progredir no conhecimento, ou crescer na vida, nas carreiras e nos percursos que cada um escolhe, vários conhecimentos: os mais amplos que se conseguirem alcançar e reunir. E assim a Psicologia (e por exemplo também as Neurociências) cruza-se com a Ergonomia, com a Antropometria, com a Luminotecnia. E esta com a Matemática, que também é Geometria; e agora com a Filosofia... Etc., etc., etc.

http://primaluce.blogs.sapo.pt/

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1.4.14

Foi em Jacques Le Goff, e especialmente no seu trabalho Em Busca da Idade Média, tradução portuguesa da Teorema, Jan. 2004, que encontrámos as mais importantes informações sobre a questão do Filioque. 

E foi na nossa tentativa de a compreendermos que usámos esquemas, e chegámos à Mandorla e ao Arco Quebrado. É também da autoria de Jacques Le Goff a ideia de uma Idade Média que chegou ao século XVIII: e com esta sua ideia terá aberto caminho a outros?

Foi reconhecido e premiado, como consta na noticia do Público*:

"Em 2004 recebeu o prémio de história  Dr A.H. Heineken por “ter modificado de forma fundamental” a percepção que tínhamos da Idade Média."

Será que A História da Arte no Ocidente de Martin Kemp já lhe deve (não sabemos) a organização e um índice inovador? Em que o período de 410 a 1527 é designado, genericamente, como o do "Estabelecimento de uma Cultura Visual Europeia".

Em suma a ideia que hoje defendemos, de uma génese religiosa da Arte Europeia - a que chamamos Iconoteologia - não é senão o (nosso) encadear dos contributos que recolhemos em vários autores. 

E a Jacques Le Goff ficámos a dever imenso...

 Concretamente o significado da imagem acima: muito antes de o termos lido em João Pedro Xavier e Domingos Tavares. Vindo de António Rodrigues, Renascimento em Portugal, Dafne Editora, 2007 (ver p. 105) 

*http://www.publico.pt/cultura/noticia/morreu-o-historiador-jacques-le-goff-1630555

Ver também:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/vindo-de-primaluce-43991

link do postPor primaluce, às 13:00  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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