Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
25.2.14

Por nós, quando em 1976 entrámos para o IADE e nos preparámos para a actividade docente que iríamos passar a exercer, então não só o Design era algo comparável a uma ideologia - como a salvaguarda e preservação do Património, frequentemente também é (hoje); mas, o Design era até considerado salvador, ou mesmo «quase redentor»... 

Pode supor-se (nós admitimos que sim) que estas duas «actividades redentoras» terão sido influenciadas e baseadas, provavelmente, nos escritos de Ruskin e Pugin, a que William Morris deu mais força e continuidade?

Embora, em alternativa e complementarmente, também se deva ter em consideração que a Construção sempre foi um tropo (moral/moralizante), daí a existência do adjectivo "Edificante". 

Assim, na 2ª metade do século XX, e depois no pós-25.04, observa-se em Portugal, nalguma mentalidade mais lúcida da época**, o reconhecimento de que o Design era essencial: uma base que deveria estar aliada ao desenvolvimento da Indústria. Aliás, provam-no bem as designações das várias Secretarias de Estado do Min. da Economia - se é que alguma vez existiu um Min. da Indústria (de que não nos lembramos?) ...

Mas, como desde então muito mudou - para o péssimo de hoje, actualmente, salvo honrosas excepções de quem conhece e está preparado para «fazer bem» (e acrescentar qualidade em tudo aquilo que faz), em geral fica-se pela rama. 

No Design, como se essa fosse a regra, observam-se meros estilismos - completamente superficiais, sem haver qualquer preocupação com a essência das coisas!

Parece-nos que apenas a imagem final, como um invólucro, e embrulho, é a única preocupação e a razão justificadora, do que é (ou pelo menos devia ser, caso funcionasse bem!) um sector amplíssimo, das actividades económicas de um normal país europeu? 

(clic para legenda)

Quem explica agora que a imagem de um verdadeiro Design (o de ideólogos) - se houver projecto sério e coerente - é a verdadeira? Enquanto a imagem que é criada pela propaganda é a falsa, e não existe? Porque é, e será sempre, meramente virtual.

Isto é, não materializada e inexistente - já que, se existisse, isso seria um bem verdadeiro; deixando de ser necessário haver a publicidade enganadora.

Quem explica - aos Josés, aos Antónios e Manéis; às Marias, Ritas e Martas, pessoas normais, «simples e descomplicadas», que a verdade pode ser difícil de captar:

Sobretudo quando a Pantomina, apesar de realmente tosca, está demasiado bem montada? Quem lhes mostra que estão a ser enganados?

Se cores berrantes e gritantes já não servem para aviso, como no trânsito?

Se tudo grita minha gente, pois todos os sons e sinais sonoros são audíveis,... Se é assim? Se não distinguem os sons dos avisos? Se não a vêem, que essa onda não vos leve pela calada da noite...

Deseja-se que possam conhecer a Lâmpada da Verdade de John Ruskin - pois sem luz não há visão***!

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*Equívocos de tradução, a lembrar a palavra SAUDADE, que essa é sim muito mais complexa, e de maior dificuldade para explicar e traduzir... Design é:

http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/tempovoltapatr-mostraossonhosquetinham/?uid=Z6VAzgO63MeiDnFEqyrR

http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/quepensardartistasecriadores/?uid=qsuDqijFlL1zRZvcSneo

**É importante conhecer o que consta em alguns estudos sobre os «pioneiros da postura em causa», e que, apesar das imensas vicissitudes, há que reconhecer a visão de A. Quadros. E nesse seu acerto, lembre-se, houve depois uma outra vertente que recordamos bem, pelo entusiasmo com que durante uns meses falava nela. Supomos ter sido grande (ou essencial?) o seu contributo para uma nova visão do valor e importância dessas actividades: na FIL o que foi o primeiro Salão das Indústrias da Cultura (terá sido esta a designação?), teve um grande empenho seu. Porque escrevemos de memória, espera-se que haja registos do que foi, e sobre quem verdadeiramente idealizou esse evento?

http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2485/1/ulsd059654_td_Anexos_Victor_Almeida.pdf

http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2485/2/ulsd059655_td_Tese_Victor_Almeida

Que não sobrem apenas vagas memórias: http://industrias-culturais.blogspot.pt/

***http://primaluce.blogs.sapo.pt/1330.html

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23.2.14

Já escrevemos várias vezes sobre o Quadrifolio que está no túmulo do rei D. Fernando I de Portugal. Mas o mais importante está publicado desde 2008, por integrar a nossa investigação dedicada ao Palácio de Monserrate.

Nas investigações feitas para o Doutoramento - que está ainda «semi-adormecido» dentro de um computador (devidamente protegido) - aí fomos/vamos muito mais longe, por se ter percebido que o referido ideograma pode ter surgido no século XII, estando num manuscrito feito expressamente e dedicado ao ensino da mais alta nobreza.

Porém, como registámos no trabalho (publicado) sobre Monserrate, é uma forma que está em Florença, a qual descrevemos num exame de História da Arte, talvez há 43 anos? 

Mas chegou agora o tempo de brincar com essa forma - tal como a História da Arte nos mostra ter sucedido (para inúmeros exemplos que outrora foram alusivos ao sagrado, mas que hoje são «não-significantes»). Uma forma que foi como uma espécie de emblema, que, no passado, muitos terão venerado porque a associaram à Virgem, Mãe de Deus.

Por extensão é muito possível que depois tenha significado o feminino?

Enfim, a Igreja de Santa Catarina dos Paulistas, tem este desenho repetido, a formar um padrão, estando em grandes áreas no respectivo tecto

(ver a legenda)

 

Comparem as duas situações (que são totalmente diferentes da imagem acima). É que esses dois casos não estão, fisicamente, muito longe um do outro. O túmulo de D. Fernando I, está nas Ruínas do Carmo. A igreja dos Paulistas da Serra de Ossa, na Calçada do Combro. 

Em Cascais, visível em azulejos (bem interessantes), na Escola-Monumento D. Luís I

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21.2.14

Hoje, e enquanto Primaluce está em obras, reúnem-se aqui imagens que foram de uma época - talvez  há 100 ou 200 anos atrás?

Tinham sido significantes como a janela de Alpedrinha, que é certamente muito mais antiga (e é a última imagem desta série):

Louceiro
Guarda-Vento Igreja de S. Roque
Varanda em Cascais - Av. D. Carlos I, frente à Baía

Procurem a fotografia original (deste vão de Alpedrinha) - a partir da qual se fez o desenho: está em OAPIX

------» Site da Ordem dos Arquitectos.

Interessantíssimo é um trabalho de E. H. Gombrich*, com o qual gostaríamos de concordar, onde apresenta painéis de vidro (reunidos por Félibien em 1676), tratando a ornamentação como se fosse o resultado de um procedimento sempre em complexidade crescente. Para si seria uma técnica/arte/procedimento (quase) matemático, para ocupar superfícies; e não para fazer passar uma mensagem, como defendemos.

Era uma obsessão - e assim - obsessiva e repetidamente se observa...

~~~~~~~~

*O Sentido de Ordem (1984) é uma maneira muito interessante de Gombrich apresentar, exactamente e com as palavras certas, aquilo que em geral (e erroneamente, em nossa opinião) as pessoas da minha, e actuais gerações, pensam do ornamento.

Passando por: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=99796

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19.2.14

Para quem é como S. Tomé, eis mais uma imagem:

 

Imagem que pode valer a aquisição de um livro – Signs and Symbols, ed. Dorling Kindersley Ltd, GB – 2008.

Sobretudo quando se está perante a necessidade de reunir inúmeros conhecimentos dispersos, a que muitos (sábios, e muitos «senhores de si») não têm dado a menor importância...

Embora, como há tempos tivemos oportunidade de assistir numa conferência – dedicada aos «Celebérrimos Painéis» (de N. G., obra do MNAA) – aí, acertadamente, houve quem apresentasse uma razoável colecção de informações, dizendo que a verdade não era uma só*.

Mas sim a resultante do somatório, ou da combinação de muitos e vários factos - ocorrências que são visíveis (e notórias) em imensas obras. Desde obras de Pintura, Escultura e Arquitectura (e também  na Ourivesaria, acrescente-se) a que nem sempre os historiadores têm tido acesso**. 

*Na verdade não foi explicado exactamente como acima optámos, na descrição que fazemos. Só que, percebendo bem todas as lacunas existentes (e é facílimo imaginar que terão existido/e existem lacunas incontáveis - e principalmente indefiníveis!), também se entende que muitas informações não chegaram aos nossos dias.  

Portanto, parece-nos possível resumir deste modo uma situação, ou o retrato em que (seria altamente positivo, se acontecesse) a Historiografia se reconhecesse: nele - no dito retrato.

**Ou não vão à procura porque não querem ir?

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Fevereiro 2014
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