Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
22.11.13

  ..., melhor do que outros, descreveu-os:

Essa descrição, que teve a enorme vantagem de nos influenciar - fazendo ver o que não tínhamos tido tempo (sequer, à boa maneira de alguém hiper-ocupado!) para conversar - esteve vários anos no site da Faculdade de Belas-Artes [http://areas.fba.ul.pt/ifh/index.php?option=com_content&task=view&id=27&Itemid=49]*, constando assim:

 

Origens, Significado e Evolução dos Estilos Artísticos – Evolução dos Conceitos nos seus Contextos Culturais desde a Antiguidade até ao Mundo Moderno”.

 

Entretanto, uma normal renovação do site da Faculdade de Belas-Artes permitiu retirar essa informação, que deixou de estar visível. Encontrámo-la on-line (mais curta), mostrando que talvez existam objectivos na investigação do Ensino Superior, embora, parece, não se faça muito para os atingir**? Perguntamos...

Deduz-se até, que as descobertas inesperadas são indesejáveis. Portanto é preciso escondê-las depressa, para não alterar rotinas, as da vida «comezinha», pré-programada de (alguns) professores universitários portugueses. De facto, sem disposição interior, a sério e sentida, para investigar. 

Assim, pensando bem, há que perguntar: serão os historiadores da arte pessoas indicadas para fazer Investigação?

Pois, é sabido, têm mais apetência e gosto pelo passado, já arrumado, do que pelo futuro. Como têm também, naturalmente, tendência a limitarem-se apenas aos sinais, provas e documentos, que julgam absoluta e indubitavelmente verosímeis, daquilo que existiu, e todos sabem ter acontecido. Não admitindo o que não for sustentado por provas documentais (escritas e «muito explicadinhas») das obras de arte que são visuais: que são sem textos. Como se exigissem memórias justificativas e descritivas «coladas» atrás das obras? E ainda (até que alguém os ensine a ver) apenas valorizam as obras icónicas - a reproduzirem/descreverem, integralmente, o que lhes permite compreender de que se trata. Tudo bem se não houver metáforas, acrescentamos(até ao dia, em que se expliquem obras onde há peças só para «falarem»...)  

Os Investigadores cujas obras vamos conhecendo, em geral não completam as diferentes etapas dos métodos de investigação: que, forçosamente, deviam incluir formulação de hipóteses.

Incapazes de imaginar e colocar hipóteses que preencham/solucionem as lacunas da história, isso vai depois «limitá-los» nas diferente tarefas que a investigação necessariamente devia colocar! Como acontece na investigação em laboratório...

Por exemplo, ao detectarem um determinado fenómeno - lembre-se H.-I. Marrou que refere a invasão e a proliferação de entrelaçados no século IV (Antiguidade Tardia) - como foi o surgir de uma nova iconografia, ornamentos (ou ideogramas). A constatação dessa presença, deveria ou não levar ao questionar de razões, justificativas, do surgir desse novo «motivo decorativo»? Porque não associou essa explosão de imagens a novas expressões de «novas transcendências»***?

Ou, chamemos-lhes simplesmente «motivos», cujas razões só a História (i. e. o tempo e o espírito que o marca - o "Zeitgeist"), ou uma renovação teológica (?), podem explicar. 

 
 Na imagem acima, a certeza de se estar perante um código,
porque uma imagem com cerca de 3cm, como esta é, é invisível e ilegível à distância...
Abaixo, lema do Infante D. Henrique, e depois de novo grades de ferro fundido, entrelaçadas de uma outra maneira. Igualmente significante, mas para muito poucos
talent de bien faire.jpg
 

*Link do site anulado:http://areas.fba.ul.pt/ifh/index.php?option=com_content&task=view&id=27&Itemid=49

**Link onde o nosso trabalho consta (abreviadamente): http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

***Achamos que sim, que associou, mas não tão claramente que todos percebessem àquilo a que se referia. Como métodos auxiliares de investigação surgem hoje uns quadros e mapas, muito detalhados - lembram os «mapas de vãos» de um projecto (ou os de acabamentos...) - que não permitem visões gerais, para lá de um curto tempo da história: a noção da continuidade de emprego da mesma iconografia. Neste caso, o que substituiu os Entrelacs, a Mandorla, os Losangos, a Cruz em Aspa. Vejam no nosso trabalho uma citação de Paul Frankl, relativa a mudanças arquitectónicas, resultantes de mudanças teológicas...  

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14.11.13

...nesses estudos pós-graduados, depois de tudo o que temos escrito e aqui deixado*, vai ser difícil ser original: porque este trabalho é, cada vez mais, incontornável.

É verdade, sempre soubemos isto. A não ser que se encontrasse algo novo, como caminhos ainda não perscrutados, que se revelassem mais correctos e verosímeis, do que os que temos percorrido e tentado explicar - razão porque decidimos avançar para os estudos de doutoramento, com o apoio da FCT...

Insiste-se no que está em título: a não ser que se entendam - mais e melhor do que temos conseguido interpretar, algumas das difíceis Teorias de Platão,  e os fenómenos paralelos (quase simultâneos, como seria a acção de «mapear ideias») - que, supomos (?) lhes terão estado associados, para os processos de «ideação». Ou seja, na criação daquilo a que hoje (todos) chamam esquemas e imagens abstractas**.

Depois que compreendam o que de essencial se retira do Timeu (e pelo que temos lido também de Politeia), para passar a compreender a Arte da Idade Média, e sobre como as Formas Geométricas funcionaram como Ideogramas. Posteriormente a esse entendimento, que é muito fácil para alguns (mais imaginativos), mas dificílimo para todos os que só aprenderam a memorizar - tendo agora uma imensa dificuldade em abandonar os seus raciocinios antigos... Se fizerem como preconizamos, então, talvez depois estejam aptos a ir mais longe?

Há que o dizer assim - quer nos desculpem ou não, pois isto parece muita arrogância... - mas há que o exprimir com autoridade. E aqui a autoridade é de quem não se tem limitado a «saber de cor» - por ter memorizado o que leu nos autores contemporâneos - as séries de factos da história de arte em que esses estudiosos têm tocado: matérias de temas diversos, que não têm entendido! 

A autoridade que defendemos ter adquirido, para nós é resultante da compreensão da Geometria. E, consequentemente, do treino de leitura directa das formas empregues. Em muitos casos, completado também pela leitura de autores que foram/são verdadeiras enciclopédias: como Caramuel Lobkowitz, Vergílio Correia, ou Mark Gelernter - arquitecto professor em Denver, nosso contemporâneo.  

Na imagem abaixo, excerto do Concerto de Órgão, tapeçaria de Renato Torres, dela recortámos o que nos interessa: com o objectivo de destacar o padrão decorativo do pano que colocou sobre a mesa: enfatizando o seu desenho (ou para passar uma mensagem?). 

Apesar de ser aos círculos é uma malha quadrangular, diferente da malha hexagonal que há dias publicámos***. Porém, note-se que é diferente não apenas no desenho, mas também nos respectivos significados: e muitos deles eram polissémicos (já que se geravam sucessivas associações, sempre encadeadas, a partir das primeiras versões). 

Enfim, ainda queremos acrescentar: no século XX, o autor desta obra foi buscar os antigos IDEOGRAMAS SIGNIFICANTES. Os mesmos que nos «céus» das igrejas, os mais religiosos e os mais místicos - «durante séculos a fio» - quiseram contemplar.

Tema que se mostra bem num estudo de Ricardo Nunes da Silva (http://convergencias.esart.ipcb.pt/artigo/18) dedicado à construção de abóbadas. Embora, no citado estudo, podem confirmá-lo, a perspectiva do autor está muito mais centrada nas questões técnicas; nos conhecimentos e na habilidade que os construtores teriam que deter para conseguirem materializar os referidos padrões, do que no que reputamos ter sido a essência dessa problemática. Isto é, Ricardo N. Silva não parece saber dos diferentes sentidos teológicos das formas escolhidas para as abóbadas, e das quais escreveu. 

Em suma, a razão porque nós dizemos estar perante uma 

ICONOTEOLOGIA...

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 *Em futuros doutoramentos ou em simples mestrados - como foi o nosso caso - claro que os materiais que temos produzido serão incontornáveis. É que não basta contar a informação, há que a qualificar antes: sob pena de se misturarem alhos com bugalhos. Como aliás acontece nos estudos que contaram elementos decorativos, sem sequer considerar as Edículas como a ornamentação/paramentação «mais conveniente» (ou os elementos mais falantes, seguindo processos que Vitrúvio abordou) de cada estilo. 

**Investigadores que não se lembram que as letras do alfabeto são, igualmente, imagens abstractas! Ou, idem, tratam-se dos mesmos «investigadores» que são incapazes de pôr o pensamento em acção: i. e., a dirigir a mão, que - em simultâneo, através do desenho - está a esquematizar e a mapear as ideias e as noções que lhes estão a ocupar a mente (algo que Rudolph Arnheim já explicou). 

***Ver em: http://primaluce.blogs.sapo.pt/170665.html

http://www.mtportalegre.pt/pt/artists/view/53/4

Divirtam-se, já que o que aqui fica é trabalho de que podem gostar: estudos em que, apesar de escondidos os respectivos resultados, no entanto mereceram Investimento Público (via FCT).

O Palácio da Pena, e muitos mais temas, não estão esquecidos...

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5.11.13

Apesar da gravura não estar bem digitalizada, esta imagem da Egreja da Conceição Velha em Lisboa, vinda do Almach Illustrado, apresenta um enorme vão bífore que merece ser observado com atenção.

Trata-se de uma transição formal*: a passagem de dois círculos tangentes, para dois círculos secantes; que ainda não formam uma mandorla geométrica, rigorosa - a que originou o arco quebrado designado de (ou em) «terceiro ponto».

Como nunca decorámos estas designações (que os historiadores conhecem tão bem e com todo o rigor), podemos estar a falhar na designação...?

Mas, note-se, é algo que não preocupa, na medida em que a essa (possível?) lacuna correspondem outros conhecimentos, concretamente de geometria: isto é, correspondem os referentes que têm lógica, e se compreendem facilmente. E não correspondem as  designações que sempre considerámos como arbitrárias e aleatórias; ou seja, as que nunca nos seria fácil decorar, por nos aparecerem, face aos nossos conhecimentos, como injustificadas (e incompreensíveis).       

Em posts futuros tentaremos ir colocando outras e mais imagens, que elucidam sobre esta transição formal: i. e., como a semelhança entre formas - bi e tri-dimensionais - veio a originar as ogivas; que são tridimensionais**.

 

Pode talvez não ser fácil entender o que pretendemos explicar (para quem não domina a geometria, e mais ainda a tridimensionalidade?), mas é também por isto que estas matérias - as relativas a Ornamentos, a Estilos e à Arte, ou à Comunicação Visual*** - não têm sido acessíveis, nem compreendidas: tendo sido, como é sabido, muito mais memorizadas ou decoradas!

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*Transições formais de que os Estilos estão repletos! Já que em cada obra que foi inovadora, em geral houve uma transição ou substituição formal.

**Referido no nosso trabalho sobre Monserrate, na p. 172, ler integralmente a nota nº 154.Está lá tudo...

***Comunicação visual no seu verdadeiro sentido, que é também o de Linguagem Visual, não alfabética. Poderíamos referir uma Linguagem Visual feita com Pictogramas, mas tem-nos parecido muito mais correcto falar em Ideogramas.

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/45621.html

http://primaluce.blogs.sapo.pt/143716.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/52192.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/45270.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/46487.html

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/45959.html

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Novembro 2013
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