Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
23.7.13

Porque estamos, assumidamente, convictos do imenso paralelismo entre Teologia e Arquitectura (antiga). Ou também entre a Teologia e a Arte Antiga, pelas Obras de Arte vimos, e continuamos a ver - ou deduz-se - que não existiram «uma» Idade Média e «um» Renascimento tal como têm sido descritos. 

De uma obra de Jacques Heers - autor de quem já lemos alguns trabalhos (mas não este) - apresenta-se o respectivo resumo:

 

"Le moyen âge, une imposture"

 

"Jacques Heers lance une vigoureuse diatribe contre la vision du Moyen Age colportée par les historiens et les écrivains depuis deux siècles. Il démontre que le Moyen Age, à proprement parler, n'a jamais existé ; que la répartition des temps passés en différentes périodes chronologiques n'est qu'une convention, qui a fini par s'imposer comme une loi, mais ne correspond à aucune sorte de réalité ; ce n'est qu'une abstraction. L'auteur s'attaque principalement, dans un long chapitre, au mythe de la Renaissance qu'il récuse dans sa totalité. Il montre que cette idée d'une Renaissance, et donc de progrès par rapport aux temps précédents, fut, à l'époque, simplement imposée par un cénacle de copains, bons publicistes à la solde d'un prince qu'il convenait de glorifier pour son mécénat et son discernement. "Médiéval", "féodal", "seigneurial" même demeurent de nos jours insultes ou injures. C'est le résultat d'une légende ourdie dès le XVIIIème siècle et savamment orchestrée depuis par les révolutionnaires de 1789, par les pontes de l'histoire engagée et surtout par les maîtres de l'enseignement public. Cette légende noire est ici résolument combattue : le livre en montre les erreurs, les ridicules, plus encore les malhonnêtetés. C'est l'occasion pour Jacques Heers de faire état des dernières recherches, en histoire sociale notamment, souvent passées sous silence car à contre-courant de la pensée officielle."**

A obra - Le moyen âge, une imposture - é de 2008, e como está acima (e é fácil depreender), apresenta ideias que vão totalmente contra o pensamento oficial.

Do mesmo autor, mas escrito em 1965, podem ver a seguir a capa de um livro em que, pelo contrário, Jacques Heers estava profundamente empenhado em explicar a Idade Média:

Acontece que mais de 40 anos separam os dois estudos

 

Claro que estamos de acordo que todos os tempos foram, e são ainda hoje, assim: i. e., são tempos de mudança!

E nesse pressentir e realizar das mudanças, acontece-nos a todos, preferirmos estar na linha da frente. Preferir poder dizer:

Antes tarde do que nunca

 

*Como hoje, em geral, continuam a ser apresentados (ou ensinados?).

**http://www.chapitre.com/CHAPITRE/fr/BOOK/heers-jacques/le-moyen-age-une-imposture,20681379.aspx

http://www.republiquedebananes.com/en-manchette/histoire-le-moyen-age-une-imposture.html

Note-se no entanto, que o período de tempo em que a Europa se forjou, no seu mais profundo, e o que se lhe segue (Renascimento), mesmo que deixem de se designar IDADE MÉDIA e RENASCIMENTO, dará sempre muito jeito que tenham alguma outra designação: nem que seja cronológica (ou menos romântica), para que nos entendamos, quando se pretende referir cada época mais característica...

link do postPor primaluce, às 00:00  comentar

15.7.13

Um (estilo) Gótico que se estendeu a outros materiais, que não apenas à pedra, mas também à madeira, é assunto que muitos desconhecem, mas existiu.

E quando algumas pessoas conhecem o assunto, esses poucos julgam que se trata de um Estilo dos séculos XVIII e XIX, em especial dos Estados Unidos*. Pela data já um Revival, como em geral o Carpenter's Gothic é considerado.

Mas não é assim, como informa o próprio Pugin (A. W. N.**), dando-nos hipótese de se aprofundarem estes conhecimentos.

Em próximo(s) post(s) vamos continuar a informar sobre este assunto. Para já fica uma imagem da autoria de Pugin, com o objectivo de mostrar que nas estruturas mistas de alvenaria e madeira (que, em geral no Norte do nosso país - Lamego, Porto, Guimarães, são designadas taipas***); nessas obras, no caso das inglesas, francesas e de outras cidades do Norte da Europa, as madeiras à vista recebiam, normalmente, as mesmas formas que eram usadas nas estruturas de pedra. Isto é, eram usadas «formas falantes», que simultaneamente tinham a capacidade de suportar, e cuja inserção, nos elementos parietais das edificações, era feita de modo a torná-la ainda mais visível: com uma presença que era, propositadamente, muito enfática.  

Como podem ler nas notas, estas estruturas mistas (ou onde a madeira é predominante), têm hoje diferentes designações, que fazem com que os não-especialistas fiquem limitados nos seus raciocínios, ao admitirem que se tratam de situações absolutamente diferentes, que devem ser estudadas separadamente: mas não é o caso, porque muito tem que ser relacionado!     

 
(clic na imagem para legenda)
**Augustus Welby Northmore Pugin (1812-1852) é o autor a que nos referimos; não confundir com o seu pai e o seu filho, ambos com o apelido Pugin.
***Estruturas que em Lisboa, nas obras posteriores ao Terramoto, correspondem à designada Gaiola Pombalina.
link do postPor primaluce, às 09:00  comentar

8.7.13
Para quem (nós) não tem a menor dúvida que a Arquitectura Antiga*, e não apenas a medieval, está repleta de diagramas significantes que designamos Ideogramas; por isto, ter acesso a imagens como estas é um privilégio e um prazer.   
Acontece que na imagem seguinte (hoje do domínio público**) - vinda do feuilletoir de Villard de Honnecourt, não está um apenas, mas estão vários Ideogramas.
Que, estando nós despertos para este tema, passamos a ver nas mais variadas situações. Assim, desejamos que os vejam demoradamente. Agora, não na atitude de contemplatio (mística) para que serviram, mas observando as relações geométricas entre as formas. Desse modo poderão passar a reconhecê-las e...,
...a vê-las!
E depois de as «verem» passam a estar mais aptos para compreender o tema da Iconoteologia que tentamos explicar.

*Designação genérica que adoptamos, visto que o emprego de Ideogramas é claríssimo desde a Arte Paleocristã ao Barroco. Embora persista muito para além desse Estilo...  

**http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8d/Villard_de_Honnecourt_-_Sketchbook_-_30.jpg

link do postPor primaluce, às 11:00  comentar

2.7.13

Há quem só valide as ideias das quais já leu alguma coisa. Em livros sobretudo, ou mais raramente em páginas de revistas e jornais; mas são os livros as suas principais fontes de informação:

Depois, sabem onde estão essas informações e citam-nas. 

Poucos se atreveriam, parece-nos (?), a ter ideias das quais nunca tivessem lido nada de muito concreto... Ou que, e esta pode ser uma constatação «algo perturbante», tendo já lido, isso foi há tanto tempo que não se lembram, e as ideias parecem pertencer-lhes (pois não se lembram de onde vêm).

No nosso caso, visto que já lá vão anos e anos de leituras inúmeras (e inumeráveis), nunca poderemos recordar, com total certeza, se sobre este, aquele e outro assunto, já alguma vez lemos alguma coisa? Francamente, nos últimos anos estamos a aperceber-nos deste fenómeno que se passa connosco.

E há tempos aconteceu ter encontrado, em inglês, uma frase (essencial) de Freud, que afinal já conhecíamos vinda de Totem et Taboo: de um livro que tínhamos comprado e lido em francês, ainda antes dos anos 80. Livro que, surpreendentemente, encontrámos numa estante (nossa) e onde também encontrámos vários sublinhados que só poderiam ter sido também nossos. 

Enfim imensa surpresa, pelo constatar que estávamos a reler assuntos que já nos tinham interessado, os quais - apesar de não o recordar nem um pouco - afinal já os tínhamos percorrido!   

Na página que se segue do Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, se alguma vez o lemos - antes de 2001 - isso terá acontecido em francês e nalguma biblioteca.

O nosso - cuja página relativa à palavra Amêndoa está bastante sublinhada - devemos tê-lo comprado já depois de 2004, com a decisão de continuar a aprofundar os temas que «descobrimos» no mestrado.

Quem ler todo o artigo, para além da imagem/extracto que agora se seleccionou, perceberá que não coincide com o significado que defendemos ter estado na imagem da Mandorla: o qual, primordialmente, terá sido o Filioque. Partícula que integra, e diferencia - de um modo muito específico* - a fé do Povo Godo. Que era um dos vários Povos Germânicos que se instalaram na Europa, em territórios do Antigo Império Romano.       

Este tema, que é vastíssimo (e que pode e deve ser muito mais investigado e trabalhado), leva-nos a pensar no Concílio de  Trento, e no reforço da Fé Católica, através da Contra-Reforma Romana.

Apetece perguntar se já alguém leu sobre ele? Ou ainda, se já alguém relacionou Sobrevivências e Revivalismos do Gótico - a perspectiva artística sob o enfoque da História da Arte - com os factos ocorridos, que hoje se separam e classificam como religiosos e políticos**?  

Verdade também, é que nas perguntas que vamos deixando aqui ou em Primaluce, em geral vamos adiantando respostas; mas isso, hoje não acontece...

 

*Ler em Jacques Le Goff sobre esta questão; assim como, na vida de Carlos Magno, o muito que contribuiu para a inserção dessa mesma partícula (a expressão Filioque), no Credo que era proclamado nas missas.   

**A separação e classificação de temas todos diferentes, faz com que, em geral, não se veja a integridade, total, que existiu entre Arte, Política e Religião. A nós parece-nos que o verdadeiro Conhecimento está demasiado pulverizado, contribuindo de um modo que é muito eficaz (melhor seria impossível!), sobretudo nas Ciências Humanas, para a destruição da própria Ciência.

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/52402.html

http://primaluce.blogs.sapo.pt/90534.html

http://www.ft.lisboa.ucp.pt/resources/Documentos/CEHR/Sem/SeminarioModerna/2013/CartazModerna2013.pdf

http://www.ft.lisboa.ucp.pt/resources/Documentos/CEHR/Sem/moderna/2013/2013.05.21_SemModernaApresentacao.pdf

voltar a

http://primaluce.blogs.sapo.pt/

link do postPor primaluce, às 10:30  comentar

 
Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
Julho 2013
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
16
17
18
19
20

21
22
24
25
26
27

28
29
30
31


tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO