Muitas imagens da arquitectura foram «iconoteologia». Many images of ancient and traditional architecture were «iconotheological». This blog is to explain its origin.
27.5.13

Ou também ainda, no interior de algumas igrejas.

Imagética que hoje, alguns, como Martin Kemp, «se atrevem» a considerar insignificante... 

Por isto dizemos que o nosso pecado (ou «pecha»?) é estar numa Escola em cuja Biblioteca* há livros que vão da Hieroglífica e Linguística à Arquitectura e Urbanismo.

E ainda ter acesso - nova pecha, ao compreendê-la minimamente - a alguma bibliografia de Neurociências e Psicologia? Ao perceber e captar como todo o Conhecimento esteve ligado: qual Pangeia, a anteceder a fragmentação actual por diferentes áreas do Saber?

E como naturalmente ainda se encontra essa ligação forte, quer na bibliografia - esquecida nas estantes. Quer, também «nalgum inconsciente»; talvez no dos mais sensíveis?

Talvez no inconsciente dos menos eruditos, e dos que estão mais ligados à Cultura Tradicional-Popular

Enfim, também os nossos contactos foram/são muitos, explicando a diversidade de temas com que sempre tivemos de lidar.  

E no passado mais longe, por vezes, foram, além de numerosos, também próximos de pessoas muito cultas; ou, inclusive, nascidas nas últimas décadas de 1800. Ao que acrescem outros valores: quando nos deixaram os seus próprios livros e colecções iconográficas.

Foi de lá, de um excerto de livro de Júlio de Castilho, que brotaram as Argolas Entrelaçadas (hiper-significantes)do túmulo de Egas Moniz, em Paço de Sousa. Surgiram em dia e momento crucial, e hoje estão na fig. 91 de Monserrate uma nova história.

Por tudo isto e muito mais que aqui não se refere, a nossa grande pecha é ser transversal e interdisciplinar, como é normal os arquitectos serem!

Grande pecado este que tencionamos continuar a praticar... Ensinando sim ou não? Talvez nos blogs, dando informação gratuita:

Para quê «fazer mestrados e doutoramentos», quando os materiais investigados e descobertos têm como destino o silêncio? Porém, por nós não os deixámos cair no lixo... 

Mas, largando-os, aos pecados e pecadilhos cometidos vida fora - não pouco trabalho, e um excesso de curiosidade (inaudita, dirão alguns, ou de gula pela informação, pior ainda, dirão outros!) - passemos à Hieroglífica* de quem se tornou Karolus Magnus

Sobre a imagem acima, não só se relaciona
com o post anterior, como permite outros posts,
a explicar esta síntese
 

 *«Hieroglifos» é o que hoje parecem - inúmeras «sinalefas» que estão em livros de Design na Biblioteca António Quadros. Obrigada à responsável por me indicar os livros de Adrian Frutiger e de Rudolf Koch, que provam, qual deles o melhor (?), como a História da Arte tem desprezado o conhecimento aprofundado da Imagem. E como o Design - uma outra disciplina «de fronteira» (entre vários e diferentes saberes), poderá ser, talvez, a Área de Conhecimento Científico onde compete investigar a Cultura Visual do passado? 

Ou esta deve permanecer tarefa da Arquitectura?

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Charlemagne_denier_Mayence_812_814.jpg

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Karldergrossesignatur.svg

http://www.gervereau.com/traces.php

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23.5.13

Dando continuidade ao post de 20 de Abril passado*, relembramos várias noções que adquirimos a partir de 2002 e que nos permitiram perspectivar a História da Arquitectura de um modo muito diferente daquele que é o habitual. Muito menos como uma evolução (quase teleológica) em direcção à maxima correcção, e ao emprego das formas arquitectónicas mais resistentes: i. e., as que mecanicamente são mais poderosas...

Em suma, para nós se há evolução/progressão, é como uma história de vários sinais significantes - que já existiam, e foram sendo trabalhados, criando-se assim uma língua específica - posta ao serviço de uma (por vezes várias) religião.

Por isso, por um lado passámos a empregar a palavra ICONOTEOLOGIA (visual) - inventada por Eugenio Marino op., de Santa Maria Novella, em Florença.  

Por outro lado compreendemos a noção de Zeitgeist de Hegel, e porque se aplica, talvez na máxima correcção, e muito apropriadamente (?), à Arte e Arquitectura Cristã.  

Foi já há uns anos que escrevemos:

"Otto Von Simson entre outros, realçou esta visão gráfica da arquitectura medieval, onde (...) se transpuseram as formas dos Ideogramas, primeiro em portas e tímpanos...".

Escrevemo-lo antes de 30 de Setembro de 2004**, e voltámos a explicar esta ideia em Outubro de 2010***.

 

 (para legenda clicar na imagem )

*http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/55498.html

**Ver em Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, p. 36.

***http://primaluce.blogs.sapo.pt/1913.html

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17.5.13
Esta característica da Arquitectura antiga é ilustrada hoje (especialmente - ver link*) por uma imagem que não é nossa, mas de Viollet-Le-Duc. Chega-nos pela Wikipédia e deve ser lido o texto que a acompanha.

Em geral estamos de acordo com o mesmo, mas, repare-se que este tipo de formas - referimo-nos às dos pinásios dos vãos executados em pedra, como mostra o desenho  - é diferente do que era mais comum na época: i. e., empregavam-se muito mais as formas curvas.

«Pinásios» a que normalmente não daríamos este nome, pois guardamo-lo (de preferência) para a designação de peças rectas, usualmente em madeira.

E essas formas curvas de génese antiga, que se sabe serem características do Românico e do Gótico, resultavam de uma série de especulações - de acordo com um «processo retórico», que ficou expresso visualmente - em torno do Conhecimento de Deus.

Mas, para o caso desta janela desenhada por Viollet-Le-Duc, ocorrem-nos dois momentos fundamentais da História da Imagem do Ocidente Europeu. Que são, especificamente:

O primeiro momento o Concílio Ecuménico realizado em Niceia (em 787) - considerado limite temporal da Crise Iconoclasta (já que de certo modo lhe pôs fim). 

E o segundo momento (bastante posterior à execução da referida janela), que foi o XIXº Concílio Ecuménico, conhecido como Concílio de Trento. Porque na sua 3ª fase (1562-63), na cidade de Trento, no Tyrol, se fez a reconfirmação das decisões de Niceia, que tinham sido tomadas em 787.

Devendo também informar-se (e sublinhar este facto) que de entre essas decisões avultava a vondade de emprego da Imagem da Cruz.

Alguns poderão questionar esta nossa ideia, pondo-a em dúvida; mas o facto é que o emprego - directo, simbólico e único - da Cruz, não foi muito comum na Primeira Arte Cristã. Notando-se que a maior divulgação da Cruz, e o seu emprego na imagética, que hoje se considera Arte, foi o resultado de um movimento crescente, muito lento, que se pode observar a partir do século VIII. 

Um movimento em prol da maior utilização da Cruz - como o símbolo mais forte, e capaz de resumir toda uma Teologia (que nos parece dever fundamentar-se nas decisões finais do IIº Concílio de Niceia**?).        

 

 (para legenda clic na imagem)

 

*http://fr.wikipedia.org/wiki/Fenêtre_à_croisée

(ver também - http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/15160.html)

**VIIº Concílio Ecuménico da Igreja, e o IIº realizado em Niceia. Algumas das suas decisões - incluindo a que concerne a representação da Cruz - podem ser consultadas em As Santas Imagens, no Catecismo da Igreja Católica, Gráfica de Coimbra, 1993 (ver p. 266);

http://ec.aciprensa.com/wiki/Iconos:_ventanas_a_la_eternidad.

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7.5.13

As imagens seguintes vêm de um livro de NP**, em cujas legendas se informa que a igreja de Saint-Jean de Montmartre (1894-1902) "usou o betão armado pela primeira vez de uma maneira sistemática..."

Relativamente a este texto de NP acrescentamos que também de maneira sistemática, o seu autor - Anatole Baudot - se serviu da iconografia antiga e tradicional. Assim, aqui a invenção esteve na adaptação dessas formas tradicionais, ao espaço que criou fazendo uso do betão armado, e não da pedra, como em geral até então se fazia.

Dizemos em geral, apesar de em Monserrate, uma nova história***, já termos contactado outros exemplos do emprego da Iconografia antiga com outros materiais, que não a pedra, como por exemplo o ferro.

 

 (clic nas imagens para legenda)

 

E por esses exemplos temos sido levados a criar opiniões diferentes das que constam, frequentemente, na historiografia tradicional: diríamos que se observa uma imensa vontade de empregar as formas antigas significantes. Não as do Barroco - do período estilístico anterior - nas sínteses formais (ou híbridos) que se fizeram entre Classicismo e Cristianismo. Mas, numa busca que foi muito mais atrás no tempo: adaptaram-se formas que originalmente foram  ideogramas; mais geométricas (i. e. formas mais matemáticas), que permitiram com o metal e/ou com o betão, criar espaços visualmente muito dinâmicos. 

Se nos Estilos Medievais existiram geometrismos que podemos sentir como equivalentes a «uma música para os olhos»; nas novas estruturas - feitas desde finais do século XVIII, e em maior número depois do início do século XIX - com os novos materiais e a adaptação das formas antigas, assiste-se a um recriar e acentuar dos ritmos criados pelos elementos construtivos (euritmia): criaram-se ambientes expressivos - muito mais leves e mais aéreos, como até então a pedra não tinha permitido.     

Claro que os Revivalismos são passíveis de inúmeras interpretações, indo ou não à raiz dos estilos - como Maria João Neto nos levou a investigar. De interpretações que se podem considerar mais ou menos subjectivas, como acima acabámos de fazer, por dispor de meios (chamemos-lhe «ferramentas conceptuais») que a maioria dos autores desvaloriza. E um dia veremos se o que agora parece ser subjectivo, apenas uma opinião nossa, não se torna objectivo: porque reconhecida a lógica, e a correcção, das nossas «ferramentas conceptuais»?

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*Italianates referidos em 20.04.2013: http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/55498.html

**É um dos estudiosos que melhor permite compreender, da forma que nos parece mais correcta, a História da Arquitectura. Vamos continuar a citá-lo. 

***Ver «estudos do Gótico e sua revalorização», op. cit., pp. 106 e seguintes.

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Primaluce: Uma Nova História da Arquitectura
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